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Visão, análise e ação são as lições de 2021 para a OM30

Infor Channel publica relatos de algumas empresas na série Lições de 2021 e Amaury Cunha Carvalho, diretor da OM30 é quem responde

Visão, análise e ação são as lições de 2021 para a OM30

O último ano foi desafiador e deixou ensinamentos para companhias de todos os setores. Com o intuito de compartilhar experiências e desafios superados, Infor Channel publica relatos de algumas empresas na série Lições de 2021. Amaury Cunha Carvalho, diretor da OM30, uma empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de sistemas nas áreas da saúde, educação e gestão documental, com objetivo de simplificar a gestão em organizações públicas por meio da tecnologia, é quem expõe experiências apreendidas pela empresa e analisa o período, nesse contexto.

Como avalia 2021 no aspecto comercial?
Avalio como uma retomada, se comparado a 2020, mas que exigiu dos gestores uma contínua atenção por conta da instabilidade dos diversos cenários. Ainda assim essa retomada se deu de formas muito distintas, dependendo da área ou setor a ser analisado.

 E do ponto de vista tecnológico?
Como afirmado na resposta anterior, a tecnologia foi a ponta de lança dessa retomada, foi o “top 1” do avanço no período, com investimentos nas áreas de infraestrutura e desenvolvimento, mas em contrapartida, as contratações de profissionais de tecnologia, bem como a retenção desses profissionais, foram muito difíceis. Para a OM30 – apesar de tudo – o ano foi muito positivo, mas com muitos percalços. Como empresa de tecnologia estávamos na vanguarda da retomada, aperfeiçoando nossos produtos, mas, ao mesmo tempo, totalmente dependentes da volatilidade das contratações de profissionais especializados em TI.

Como a companhia vai conduzir a retomada do trabalho presencial? Haverá aumento ou redução do espaço físico da empresa?
Já em 2021 percebemos a necessidade de aumentar o espaço físico da empresa. Inicialmente para promover o distanciamento físico dentro do escritório e, posteriormente, com o crescimento das operações, que implicou em aumento de quadro de colaboradores da base administrativa e gerencial, tivemos que empreender na nova ampliação no escritório central. Atualmente estamos analisando a possibilidade da retomada ao trabalho presencial, mas, com toda a atenção necessária, face ao recrudescimento da pandemia com suas novas variantes.

 Quais foram as lições apreendidas do ponto de vista dos negócios?
Visão, análise e ação! No início da pandemia a direção da empresa não se encolheu frente ao inusitado, mas observou a situação, analisou as possibilidades e – como diz um diretor – “pisou no acelerador”. A OM30, já em abril de 2020, estava com um sistema de telessaúde implantando e funcionando em um grande e importante município de São Paulo, ou seja, um mês depois da decretação da pandemia e no mesmo mês em que foi aprovada a Lei nº 13.989/20, que autoriza o “uso da telemedicina durante a crise causada pelo coronavírus”.

 E quanto ao trato com os funcionários, clientes e fornecedores?
Com os funcionários, ainda no primeiro semestre de 2020, quando quase nada sabíamos sobre o coronavírus, a OM30 contratou um profissional médico que acompanhou nosso pessoal e todos os casos (que pareciam ser ou que realmente eram) de covid, dando orientações iniciais de afastamento, bem como o acompanhamento das medicações indicadas pelos médicos, até a recuperação e o retorno ao trabalho. Além disso o RH atuou intensamente prospectando, avaliando e contratando novos profissionais, pois em alguns casos, aumentamos o número de vagas já pensando na métrica do funcionamento dos setores, com as ausências provocadas pelos afastamentos por covid. Com nossos clientes o trato manteve-se absolutamente igual, com as restrições de contato, locais fechados e, sempre, com máscara e uso de álcool em gel. Por fim, com nossos fornecedores, o contato é virtual para a aquisição dos bens e produtos e não houve alteração.

Já se vislumbram desafios para 2022. Na sua visão quais serão os maiores?
A escassez da mão de obra ligada à tecnologia, seja por conta da alta procura por esses profissionais e/ou, principalmente, por conta do déficit de formação de profissionais de tecnologia que, segundo estudo da Softex, que é uma organização social voltada ao estímulo da área de TI, está em torno de 400 mil profissionais. Antevejo, também, uma dificuldade dos profissionais – já contratados ou a contratar – assimilarem a necessidade de uma volta ao trabalho presencial, pois a grande exigência que temos encontrado nas entrevistas de contratação, ou internamente na reestruturação para o retorno presencial, é a busca por trabalhos “home office”.

 Acredita que haverá ‘desengavetamento’ de projetos? Em quais setores da economia?
Sempre que há uma retomada, existem reestruturações ou adequações ao novo momento. Creio que não só haverá “desengavetamentos”, mas criações de novos produtos e projetos. O teor de uma retomada é a reestruturação para o novo momento, seja para permanecer ou para evoluir. Temos a expectativa do “desengavetamentos” de alguns projetos, de uma maior rapidez de resposta ao desenvolvimento e aperfeiçoamento de outros produtos, tudo isso sempre atrelados à situação da mão de obra da área de tecnologia.

 O que espera da política setorial de TIC?
A pandemia acelerou a capacidade evolutiva da tecnologia e impulsionou a telemedicina, as compras online, a aprovação do 5G, o salto das startups/fintechs e, dentre tantos outros, o uso de aplicativos e dos controles de gestão. Tudo isso, com novos investimentos, a implementação de maiores controles de segurança da informação, novas normas – como a LGPD -, os incentivos para o setor – como a desoneração e a Lei 13.969/19 que define políticas para o setor de TIC. E o grande sonho, a ser transformado em realidade, que é o surgimento, seja público e/ou privado, de robustos incentivos à formação de mão de obra especializada em TI, num momento em que a educação sofre com a evasão e a necessidade de estabilização entre a educação presencial e a remota, para um necessário modelo híbrido.

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