Na Twilio a tecnologia, mais do que nunca, ajudou a vencer os obstáculos

Diante de um quadro desafiador imposto pela pandemia de Sars-Cov-2, a série Lições de 2021 vem promover a troca de experiências e superação de desafios pelas empresas de TIC. Raul Rincon, vice-presidente para a América Latina da Twilio, plataforma de Comunicações em Nuvem, conta como a empresa enfrentou esse momento, que exigiu uma gestão complexa. Confira.

Como analisa 2021 quanto aos aspectos econômico, comercial e tecnológico?
Foi um ano de muitos desafios. A economia enfrentou obstáculos crescentes, e ainda vemos impacto neste novo ano. Alguns setores foram altamente afetados por esses e outros fatores. Foi um ano de perseverança, luta e entendimento de como o mundo mudou. Há alguns anos, falávamos das mudanças trazidas pelas redes sociais, antes disso, das mudanças trazidas pela Internet e agora nos vemos diante de mudanças trazidas pela pandemia de Covid-19 e por uma Transformação Digital muito intensa no modo de consumir das pessoas.
É por isso que diria que foi um ano, acima de tudo, de aprendizado nesses campos. As empresas passaram a ter que se adaptar para entregar a melhor experiência possível, seja para seus colaboradores ou seja para seus clientes, sem perder de vista a segurança e a operação do seu negócio. Vimos empresas de todos os tamanhos tendo que se adaptar para endereçar as dores de negócio de seus clientes. Isso foi motivado por dificuldades, mas acreditamos que as organizações estão adquirindo conhecimentos positivos sobre digitalização e como melhorar todos os processos de relacionamento com o cliente, oferecendo alternativas de negócio que atendam às expectativas. O foco foi entender e aprender a lidar com como os consumidores passaram a se portar, e entender isso como uma tendência sem volta.

Do ponto de vista tecnológico, as coisas foram majoritariamente positivas. A tecnologia, mais do que nunca, nos ajudou a vencer e construir meios de continuar vencendo diversos obstáculos trazidos pelo cenário econômico e comercial, o que permitiu empresas como a Twilio, focadas em comunicação e engajamento digital e em aliar a tecnologia aos processos de negócios prosperarem.

Ao se considerar o fim ou controle da pandemia, como a Twilio vai conduzir a retomada do trabalho presencial?
Estamos monitorando as possibilidades de moderadas reaberturas de escritórios ao redor do mundo ao longo desse primeiro trimestre. Tudo, é claro, se as condições locais permitirem. Como o cenário continua mudando devido às novas variantes de Covid, nossos planos continuam adaptáveis para se transformarem de acordo. Nossos princípios orientadores sobre a reabertura baseiam-se em se os governos locais permitem que isso ocorra e em uma análise do número de casos de Covid-19 em cada local onde temos um escritório. De toda forma, todos os nossos colaboradores podem continuar trabalhando de casa até o final do ano, independentemente de quando seu escritório abrir, sendo livres para agirem como se sentirem mais confortáveis.

Quais foram as lições apreendidas do ponto de vista dos negócios? E quanto ao trato com os funcionários, clientes e fornecedores?
No mundo dinâmico da tecnologia, novos desafios sempre aparecem da noite para o dia. Dois que já estão em pauta há um tempo e continuarão durante este ano, são Segurança cibernética, na qual fornecedores de tecnologia deverão sempre prezar pela segurança e privacidade na essência de suas soluções, para que não exista vulnerabilidade de operação; e a questão da experiência dos consumidores (sejam eles internos ou externos). Cada dia mais, a cultura de consumo vem se adaptando, apresentando soluções que atendam melhor às atividades rotineiras. Essas adaptações nos tornam mais produtivos, colaborativos e engajados em qualquer situação. Empresas de tecnologia deverão tomar como princípio de qualquer atitude de negócio, se perguntar: “como estou atendendo melhor meu consumidor?”.

Já se vislumbram desafios para 2022. Na sua visão quais serão os maiores?
Acredito que um desafio constante está em conseguir mostrar a importância da Transformação Digital para a maior parte das empresas, ainda habituadas a cenários analógicos ou pouco conectados. Há uma demanda por investimento, tanto financeiro quanto de tempo e estratégia, mas é algo que vale a pena em todos os sentidos. Além disso, se a pandemia não encontrar novas barreiras, enfrentaremos ainda problemas ligados isso, mesmo mantendo uma mentalidade digital e adaptável. Venceremos, mas não quer dizer que não haverá obstáculos.

Acredita que haverá “desengavetamento” de projetos? Em quais setores da economia?
Acreditamos que sim. Estamos vendo o desenvolvimento de todos os setores econômicos, desde o mais tradicional, até o que já era tecnológico por si só. Tendo em conta os desafios apontados anteriormente, estamos vendo empresas de todos os ramos tirando do armário projetos que ficaram estagnados no ano de 2020 e de 2021. Eles estão sendo colocados na mesa para execução em 2022.

Um setor da economia que não para de crescer é o das digital native companies, empresas que nasceram nos últimos cinco anos com uma proposta digitalizada de serviços de indústrias já maduras de mercado. Encontramos fintechs, foodtechs, real estate techs etc., aparecendo cada vez mais com projetos inovadores para a indústria.

 O que espera da política setorial de TIC?
Quaisquer políticas que venham tornar o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação mais robusto, seguro e que ao mesmo tempo não “engesse” as empresas são válidas. A Política Setorial da TIC teve bons avanços nos últimos anos e isso mostra para a sociedade o quanto a tecnologia está mais presente no cotidiano dos indivíduos. Uma das formas de desenvolvimento do setor é relacionado a “estratégias tributárias”, e é isso que essa política setorial aparenta ser. De qualquer forma, nós, como fornecedores de tecnologia, precisamos sempre detalhar da forma mais clara e concisa tudo que permeia o âmbito legislativo, isso enriquece as nossas operações diariamente.