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5G no Brasil: O que esperar da nova tecnologia?

Redes celulares de quinta geração devem levar conectividade móvel a um novo patamar. Altas capacidades, baixas latências e um oceano de novas possibilidades são as promessas do 5G para a era da Internet das Coisas

5G no Brasil: O que esperar da nova tecnologia?

Após o recente leilão das frequências 5G no território brasileiro, a tecnologia voltou a ser assunto quente das discussões de especialistas e entusiastas.

Com as frequências de operação garantida, as operadoras de telefonia finalmente podem ofertar em solo nacional a cobertura pelas redes da quinta geração de conectividade móvel — já disponível em mais de 60 países.

Esse foi um grande passo para a implementação do 5G no Brasil. Após um longo processo de regulamentação, a tecnologia desenvolvida há 5 anos agora tem sua operação modelada pela Anatel.

Todavia, não é possível afirmar que a conclusão desta etapa (de divisão do espectro de frequências 5G no Brasil) significa a disponibilização do serviço num futuro tão próximo. Entenda o porquê neste artigo.

Além dos fatores mercadológicos, um grande desafio para a implementação das redes 5G é a infraestrutura

A era do 5G

Na história recente das redes celulares, a terceira e a quarta geração apresentaram melhorias bastante visíveis em relação à sua geração anterior.

O 3G multiplicou a velocidade do 2G e permitiu a expansão dos smartphones, consolidando-os no nosso dia a dia. 

O 4G trouxe velocidades ainda maiores do que as encontradas no 3G, dando início a uma era de conectividade constante e quase dada por garantida.

Com o 4G já conseguimos transmitir vídeo em alta definição, jogar online e realizar chamadas de voz e vídeo sem atrasos ou dificuldades. 

E parece bom o suficiente. Mas a quinta geração é diferente: apesar de também multiplicar as velocidades máximas teóricas da rede, suas principais vantagens não estão nas velocidades de download ou upload.  

O 5G se destaca pela baixa latência que oferece em suas conexões. Uma baixa latência oferece comunicação praticamente instantânea entre dois pontos da rede, e esta é uma de suas características mais promovidas e destacadas.

Apesar disso, a baixa latência é apenas uma consequência do verdadeiro foco para esta geração de redes celulares: a capacidade. Ela é fundamental para a viabilização da tecnologia de IoT em larga escala.

 

IoT e o 5G

IoT, do inglês “Internet of Things” (Internet das Coisas), é o nome que se dá à tendência da indústria à inclusão de conectividade celular nos mais diversos aparelhos do dia a dia.

Agora, não apenas seu celular, mas seu aspirador, geladeira, ar-condicionado, televisão e até a lata de lixo podem ter capacidade de conexão à internet.

A vantagem de ter conectividade móvel nestes dispositivos é que eles ganham a capacidade de integrar ecossistemas inteligentes em espaços públicos ou privados.

Esses dispositivos são capazes de oferecer informações, fornecer assistência em tarefas e até aprender sobre os seus hábitos para garantir experiências personalizadas e convenientes no seu dia a dia.

A era da IoT está apenas começando, mas os avanços do setor dependem de condições infraestruturais de rede para que operem como devido. Este acréscimo de um grande número de novos dispositivos pode causar sobrecarga nas redes da geração atual.

 

Um necessário upgrade de infraestrutura de rede 

A limitada capacidade do 4G fica evidente em situações como shows, jogos esportivos e outros eventos que reúnam grande número de pessoas no mesmo local. Nestes momentos, a sobrecarga torna o serviço instável ou até inutilizável.

Na quinta geração, isso deixa de acontecer. As antenas são capazes de fornecer altas capacidades, até porque, pela penetração mais baixa do sinal, mais antenas estarão disponíveis.

Ou seja, os ganhos para o consumidor final não necessariamente são visíveis em velocidade.

Situações de uso comuns como navegação na internet e redes sociais dificilmente necessitam de maior velocidade ou menor latência do que as oferecidas pelo 4G, mas downloads agora podem ter uma velocidade teórica até 40 vezes maior.

Entretanto, o consumidor ganha em qualidade da cobertura. Por isso, embora o upgrade para a quinta geração das redes celulares possa parecer impactar pouco o cotidiano do consumidor médio, ele é um upgrade de infraestrutura de rede extremamente necessário. 

No fim das contas, a melhora na experiência se dá pelas dificuldades que o consumidor não terá.

 

Desafios do 5G

Além dos fatores mercadológicos, um grande desafio para a implementação das redes 5G é a infraestrutura. 

Atualmente, a maior parte da infraestrutura de rede brasileira não está adequada ao 5G. É pequeno o número de dispositivos compatíveis e ainda menor o número de antenas emitindo sinal nesta frequência.

Com o baixo número de antenas, as áreas efetivamente cobertas pela conectividade 5G são bastante pequenas e restritas. 

Isso porque o sinal de frequências altas (como é o caso das redes de quinta geração), é mais facilmente bloqueado ou obstruído do que os sinais de frequências mais baixas.

Outro fator de dificuldade é que muitas áreas do país hoje sequer contam com cobertura de redes celulares. 

Os provedores de serviço justificam a ausência com a compreensível inviabilidade financeira de cobrir áreas com pouca ou nenhuma demanda por serviço.

Entretanto, a necessidade de um número muito maior de antenas para oferecer uma cobertura 5G homogênea levanta a dúvida de como será financiada a nova infraestrutura de rede.

Além disso, o número de dispositivos compatíveis com o 5G no Brasil ainda é pequeno, o que significa que a demanda por cobertura da tecnologia deve ser baixa nos primeiros momentos. 

Isso deve mudar em breve, à medida que linhas de smartphones intermediários e de entrada ganham novos modelos com suporte à tecnologia.

 

Quando o 5G estará disponível?

Algumas cidades brasileiras, como Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Franca (SP) já dispõem de cobertura 5G para os consumidores

Ainda que pequena, esta cobertura demonstra que já é viável oferecer o serviço por aqui. Agora resta às operadoras estabelecerem seus próprios planos para disponibilização da tecnologia.

O processo será gradual, ocorrendo à medida que se atualiza a infraestrutura dos serviços para suportar as novas frequências. 

A tendência é que as primeiras áreas cobertas sejam aquelas com maior densidade populacional e concentração de renda per capita.

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