Ao mesmo tempo em que levam acesso para regiões mais afastadas e começam a competir com as grandes operadoras, os provedores regionais de internet (ISPs) também precisam estar atentos e se preparar para as atribuições que esse crescimento traz. Uma delas é o cuidado com a segurança das informações dos clientes. De acordo com estudo da IDC, só em 2018 os gastos mundiais nessa área devem ser de US$ 91,4 bilhões. Esse valor é 10,2% maior do que foi investido ano passado no setor.
Outro estudo, esse da Norton Cyber Security de 2017, revelou que o Brasil é o segundo país do mundo que mais sofre com crimes cibernéticos (cerca de 62 milhões de pessoas foram afetadas), atrás apenas da China. Recentemente o assunto também recebeu atenção da justiça que criou a primeira vara federal voltada para o julgamento desse tipo de ocorrência.
O avanço da Internet das Coisas (IoT) também abre um leque de possibilidades e novos desafios para os ISPs. A conectividade entre usuários e objetos possibilitada por essa tecnologia gera um grande tráfego de dados, e ataques neste segmento já começaram a surgir. De acordo com a Gartner, as despesas mundiais na área de segurança para IoT devem ficar em torno de US$ 1,5 bilhão neste ano.
Com mais dados na rede e conexões cada vez mais rápidas, os provedores regionais têm um grande desafio na área de cibersegurança, mas também uma grande oportunidade. Para diminuir as tentativas de ataque, a proteção dos dados deve acontecer de ponta a ponta, dos usuários até às operadoras competitivas de internet.
As dicas mais simples para que um usuário se proteja são: atualizar constantemente os programas; utilizar diferentes senhas para cada conta; ficar atento aos anúncios de sites e e-mails que não pareçam seguros; além de instalar e manter ativo um antivírus. Claro que muitas vezes a tecnologia utilizada para os ataques é maior e essas ações não são suficientes. Por isso, é importante que os ISPs tenham e desenvolvam sistemas de segurança que captem as ameaças.
Entre as demandas que surgem para os ISPs estão o reforço dos sistemas de vigilância de rede, a automatização de processos de proteção, e a formação de uma forte equipe na área de TI que possa estudar, testar e analisar as ameaças que já existem e as que podem surgir. Todas essas ações irão oferecer mais segurança para o consumidor final contratar um serviço.
“Com o mercado aquecido, com o grande foco no crescimento da malha de infraestrutura que hoje detém os provedores regionais e no crescimento do fornecimento de serviços de dados responsáveis por grande parte da receita deste segmento, sem dúvida que o problema de cibersegurança representa uma ameaça e uma oportunidade latente. Com os dados trafegando cada vez mais e em volumes inimagináveis, levar o acesso e ter soluções de proteção não é mais questão de opção, e sim de necessidade”, afirma Silvia Folster, CEO da Cianet, especializada em produtos e desenvolvimento de tecnologia para o mercado de provedores regionais de internet.
“Ganhar a confiança dos CPFs e CNPJs pode gerar uma nova fonte de receita ao garantir a integridade de pessoas e corporações. Fazer parte deste momento delicado, e por vezes contraditório, pode resultar na percepção de uma proposta de valor ainda mais significativa, fazendo a diferença na hora de contratar o serviço”, completa.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo