99% das organizações da América Latina têm prioridades de sustentabilidade ambiental

As organizações da região têm múltiplas necessidades ao implementar Inteligência Artificial (IA) generativa em seus processos de inovação, incluindo aquelas relacionadas à sustentabilidade. Especializar-se em TI sustentável pode ser a oportunidade de ouro para os fornecedores de tecnologia que desejam expandir seus negócios.

No Brasil, 69% das organizações afirmam precisar da ajuda de um parceiro externo para alcançar seus objetivos de sustentabilidade, de acordo com o estudo Catalisador da Inovação, publicado recentemente pela Dell Technologies. Para um fornecedor de TI, essa informação oferece uma grande oportunidade.

Para conduzir conversas sobre TI sustentável, é fundamental compreender como aproveitar ao máximo a tecnologia para obter benefícios em sustentabilidade. Gerir esse equilíbrio delicado requer uma abordagem holística baseada em soluções de TI sustentáveis e na implementação das melhores práticas. De fato, seja em questões de investimento, utilização ou eficiência, muitas das respostas atuais encontram-se na TI sustentável.

Ao adotar uma abordagem holística, o estudo mencionado fornece informações sobre quais são as 5 prioridades em sustentabilidade ambiental identificadas pelos entrevistados:

– Adquirir/utilizar bens que sejam mais sustentáveis

– Melhorar a eficiência energética

– Minimizar os resíduos e contribuir para a economia circular

– Melhorar o cumprimento e a apresentação de relatórios ambientais, sociais e de governança (ESG)

– Uso de tecnologia/IA/ML/ciência de dados para informar e otimizar os esforços de sustentabilidade

Com esses dados atuais em mente, um fornecedor de tecnologia que deseja se posicionar como especialista em TI sustentável deve ter claros 2 pilares-chave para essa abordagem: Otimização e modernização da infraestrutura e fazer mais com menos.

Otimizar e modernizar a infraestrutura
A má utilização dos ativos de TI, como servidores inativos ou subutilizados, é um grande desperdício de energia nos centros de dados, e isso é confirmado por 76% dos entrevistados que dizem estar transferindo ativamente sua inferência de IA para a borda para serem mais eficientes energeticamente. Além disso, 77% mencionam que utilizam soluções de refrigeração alternativas que os ajudam a reduzir o consumo de energia no centro de dados (por exemplo, refrigeração por ar, refrigeração líquida).

Essas boas práticas estão acontecendo atualmente em nossa região, então vale a pena repensar o foco do negócio e como se posicionar como fornecedor de TI. Atualmente, você oferece em seu portfólio de serviços uma auditoria completa do ambiente de TI para identificar os equipamentos mais ineficientes e ávidos por energia? A realização dessa auditoria pode revelar oportunidades significativas para melhorar a eficiência geral, otimizar os sistemas de resfriamento e consolidar o espaço utilizado pelo cliente, o que, por sua vez, pode se traduzir em um retorno de investimento considerável após a atualização para soluções tecnológicas mais modernas e eficientes.

A integração de materiais mais sustentáveis no portfólio de produtos não só reflete um compromisso com a TI sustentável, mas também responde a uma demanda de mercado cada vez mais consciente. De fato, de acordo com o estudo mencionado, 87% das organizações da América Latina concordam que está sendo priorizado o uso de produtos e soluções sustentáveis.

Essa abordagem não só reforça a relevância das práticas sustentáveis, mas também destaca a consciência e a demanda do mercado por produtos que respeitem o meio ambiente.

Fazer mais com menos
Para os fornecedores de TI sustentável, atualmente existe uma oportunidade única para liderar a transformação das organizações em direção a uma gestão de TI mais sustentável e eficiente: 85% dos líderes empresariais já estão explorando soluções “como serviço” para otimizar suas infraestruturas de TI. A demanda por tecnologia “como serviço” está em alta em nossa região, e ao se posicionar como especialista em TI sustentável, pode-se oferecer aos clientes modelos e soluções sob demanda, como o Dell APEX. Essas soluções não só permitem uma escalabilidade eficiente, mas também reduzem o consumo de energia e simplificam a complexidade operacional.

Diante da preocupação de que a IA generativa possa aumentar o uso de energia, é dever do parceiro tecnológico informar aos clientes que, embora a tecnologia exija mais energia, também tem o potencial de impulsionar iniciativas climáticas e avançar em direção aos objetivos ESG. É possível minimizar os impactos ambientais negativos e maximizar os positivos através da aplicação benéfica da IA.

Além disso, da amostra de empresas que participaram do estudo, 84% afirmam ter planos definidos e com prazos concretos para retirar ou reciclar adequadamente os equipamentos de TI ao final de sua vida útil. Adicionalmente, 87% dos entrevistados mencionam que uma alternativa para diminuir a quantidade de resíduos eletrônicos a longo prazo é o investimento em produtos com ciclos de vida prolongados (por exemplo, reparabilidade, capacidade de atualização, durabilidade).

É evidente que a consciência sobre a sustentabilidade em TI está crescendo nas organizações da região, inclusive no momento de contratar seu fornecedor de TI: 83% dos entrevistados afirmam que seu fornecedor de tecnologia deve ter objetivos de sustentabilidade transparentes e claros e demonstrar responsabilidade pelas emissões geradas em toda sua cadeia de valor.

Por isso, é imperativo que os fornecedores de tecnologia integrem práticas de TI sustentáveis em seu modelo de negócio, oferecendo serviços e soluções que promovam uma gestão ambientalmente responsável dos recursos de TI. Um aspecto essencial de sua proposta de valor deve ser a garantia de atualização do hardware e a disponibilidade de atualizações de firmware e segurança além dos acordos de serviço padrão. Informar aos clientes sobre a capacidade do fornecedor para reparar e manter os dispositivos, prolongando assim seu ciclo de vida e fomentando a reutilização de materiais, é crucial para o avanço da economia circular e está se tornando um diferencial-chave no setor de tecnologia da informação.

Por Luciane Dalmolin, diretora de Canais da Dell Technologies no Brasil