book_icon

A jornada digital do agronegócio emprega cada vez mais APIs e tem na segurança um grande desafio

Por sua extensão territorial, o Brasil tem uma vocação natural para o agronegócio. Segundo o IBGE, a produção agrícola brasileira no ano passado chegou ao número recorde de R$ 743,3 bilhões, o que representa um expressivo crescimento de quase 60% sobre o desempenho registrado em 2020.

Somos hoje o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e de laranja e entre os líderes globais na produção de soja, café, cacau e milho. Curiosamente, um estudo de 2016 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontou que o País empregava apenas 7,8% de seu território como lavouras.

Mesmo com o agronegócio se consolidando com um dos principais propulsores da economia brasileira, há muito espaço para crescer e este crescimento passa necessariamente pela chegada da Transformação Digital também ao campo com o Agro 4.0, que segue em evolução, e até com o 5.0, que chegará com a conexão entre todas as pontas da rede produtiva do setor.

Cada vez mais a busca pela eficiência na agricultura passa pela tecnologia da informação: máquinas monitoradas remotamente, acompanhamento detalhado das operações através da coleta de informações, emprego de mapas de geolocalização são apenas alguns exemplos.

Neste quadro, nada mais natural que se registre uma explosão de aplicativos voltados para o setor. Eles hoje monitoram alterações climáticas, permitem o acompanhamento das oscilações das cotações dos produtos agrícolas junto aos mercados e aproximam produtores e compradores, auxiliam no controle dos custos, ajudam a identificar pragas.

Todas estas funcionalidades, que serão ainda mais impulsionadas com a chegada do 5G, têm impacto positivo direto na produtividade. Um ponto é particularmente sensível em toda esta jornada do campo rumo à digitalização: a questão da segurança.

Com o universo em constante expansão de Dados sensíveis sendo utilizados através de aplicativos, a proteção destas informações passa a ser prioritária. Não são somente as empresas de comércio online, as instituições financeiras e as voltadas à saúde que estão na mira dos cibercriminosos. Não passa despercebido para eles este crescimento acelerado no emprego de tecnologia pelo agronegócio.

Um caso clássico foi o da JBS, multinacional de origem brasileira que hoje é uma das líderes globais da indústria de alimentos. No ano passado ela admitiu ter desembolsado o equivalente a mais de US$ 10 milhões para recuperar o acesso a seus Dados após um ataque criminoso. É importante ter em mente que estes maus atores não estão focados apenas nos grandes players e estão atentos a qualquer possibilidade de lucro fácil.

O mais recente Relatório sobre o Estado da Segurança de API da Salt Labs detectou que nos últimos doze meses o tráfego malicioso através das APIs cresceu 100%. Por suas características intrínsecas, as APIs demandam avançadas soluções de segurança que incluem em seu arsenal armas como aprendizado de máquina e IA, capazes de entender o comportamento granular das APIs através da análise em tempo real. Com a crescente demanda pelas APIs no agronegócio é fundamental a adoção de defesas capazes de identificar e bloquear as ameaças de ataques, cada vez mais sofisticadas.

Por Daniela Costa, diretora para a América Latina da Salt Security.

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.