A indústria de alimentos e bebidas precisa repensar seus processos, uma vez que ela tem o desafio de lidar com a gestão de resíduos: somente no Brasil, 96% do desperdício alimentar ocorre durante a cadeia produtiva, segundo estudo inédito “O Alimento que Jogamos Fora – Causas, consequências e soluções para uma prática insustentável”, realizado pela plataforma MindMiners.
Este fato se torna mais alarmante ao observar que apenas 4% das empresas do ramo alimentício reaproveitam os alimentos de forma correta. Apesar do alto percentual de desperdício, a chegada de avanços tecnológicos – como a IA – contribui em boas práticas de sustentabilidade no setor, permitindo que as companhias se tornem cada vez mais inteligentes e eficientes por meio da análise de dados, Supply Chain, Machine Learning (ML) e outras tecnologias da Indústria 4.0.
Para Waldir Bertolino, country manager da Infor, a digitalização é fundamental para tangibilizar os negócios da indústria de alimentos e bebidas. “Com o avanço da tecnologia, as indústrias são capazes de rastrear toda a cadeia produtiva em tempo real, podendo encontrar meios de economizar resíduos e evitar o descarte desnecessário. Essas práticas auxiliam a cadeia produtiva a obter melhores resultados de forma responsável”, afirma.
Para o executivo da Infor, a adoção de IA, trabalhando em conjunto com outras tecnologias como IoT (Internet das Coisas), pode acelerar o processo de digitalização na indústria de alimentos e bebidas, elevando o nível de eficiência operacional das empresas e garantindo a qualidade dos produtos que chegam à mesa do consumidor. O impacto dessa revolução, segundo Bertolino, poderá acontecer em 4 frentes.
Indústria 4.0: ferramentas como reconhecimento de imagem, também chamado de reconhecimento computacional, baseado em Inteligência Artificial em equipamentos da linha de produção, são importantes para engrenar a indústria 4.0 no setor de alimentos e bebidas. Ou seja, máquinas de produção podem receber sensores que são capazes de captar dados em tempo real, para qualidade e precisão dos produtos. “A empresa que não olhar minuciosamente para a eficiência da operação, continuará tendo prejuízos e não conseguirá competir num mercado altamente digitalizado”, diz Bertolino.
Automação: dada a pressão para atender a alta demanda por produtos, as companhias de alimentos e bebidas precisarão investir em IA para otimizar os seus processos de fabricação. O melhor exemplo é o uso de Machine Learning para automatizar tarefas manuais como classificação, supervisão, corte e manutenção de equipamentos.
Data driven: através da estratégia data driven, é possível extrair dados e orientar as melhores tomadas de decisões em tempo real no embarque internacional das safras. Desta forma, a empresa consegue ter uma visão ampla do tempo estimado de chegada no exterior e das condições de armazenamento dos produtos durante o transporte, focando na qualidade do produto.
Migração para a Nuvem: com uma estrutura de Cloud Computing e com sensores de IoT, é possível processar, armazenar e analisar dados, tendo como benefício adicional a segurança e redução de custo. Quando uma empresa adota uma migração para a nuvem, ela pode otimizar diversas implementações que facilitam os trâmites operacionais.
“Muitas organizações serão responsáveis em impulsionar a excelência operacional e os melhores resultados com a nuvem. Mesmo em um cenário de pressão por eficiência operacional e consumidores cada vez mais exigentes, estamos otimistas de que o papel da tecnologia é facilitar os processos e transformar os negócios”, finaliza o executivo.
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