Segurança digital e proteção de Dados devem ser processos simultâneos

A implementação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) no Brasil e a importância da segurança de Dados foram os principais pontos de discussão entre os especialistas do setor no User Conference Brasil, evento regional para clientes organizado pela ManageEngine, divisão de gestão empresarial de TI da Zoho Corporation, realizado nos dias 8 e 9 de agosto em São Paulo.

Rajesh Ganesan durante a User Conference Brasil (Foto: Divulgação)

“Não se faz proteção de Dados sem segurança digital”, disse Arthur Sabbat, diretor do Conselho Diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que afirmou que um dos desafios da agência é criar uma cultura de segurança no Brasil, acrescentando que a proteção de Dados é um direito fundamental de acordo com a constituição do País. Durante o evento, ele destacou que a falta de conformidade com a regulamentação pode causar danos às empresas e à sua reputação.

De acordo com a ANPD, as plataformas digitais, o setor bancário e o setor público foram os que mais receberam reclamações sobre violações de proteção de Dados em 2022. Isso, juntamente com a primeira multa imposta este ano de acordo com as disposições da LGPD por não conformidade, serviu como um alerta para que as organizações priorizem a privacidade e a segurança dos dados.

Para tratar de um assunto tão complexo como a proteção de dados, a ANPD está se debruçando sobre 60 temas diferentes, como comunicação de incidentes, caracterização de violações de alto risco e de grande escala, proteção de dados de segmentos como saúde e hotelaria, dados de crianças e adolescentes, anonimização, biometria e reconhecimento facial.

Um dos mais recentes avanços tecnológicos, a IA generativa, também trouxe a privacidade para o centro das atenções. “Os serviços de IA generativa exigem acesso a Dados pessoais para fornecer respostas úteis. Isso cria um conflito quando falamos que a privacidade é um direito fundamental dos indivíduos. Vários países, incluindo o Brasil, estão se posicionando para regulamentar a IA generativa devido ao dilema ético e ao uso indevido de Dados pessoais que ela provoca”, observou Rajesh Ganesan, presidente da ManageEngine.

Ganesan também comentou sobre a posição atual da empresa em relação ao avanço das novas tecnologias em TI. De acordo com o executivo, a ManageEngine está se concentrando em uma plataforma de gerenciamento de operações unificada e de ponta a ponta”. Conforme se intensifica a necessidade das empresas de se transformarem em empresas digitais, há uma necessidade imperiosa de enfrentar os novos desafios, fornecendo resiliência, proporcionando uma ótima experiência ao usuário e integrando-se com IA, low code e no code”, concluiu o presidente.

O fator humano também foi amplamente abordado durante o evento, como apontou Tonimar Dal Alba, gerente Técnico da ManageEngine Brasil, em que a segurança de dados requer uma tríade: processos, pessoas e ferramentas. O mesmo tema foi abordado em um painel de clientes, conduzido por Tonimar, com a participação de Orbison Silva, Gerente de Infraestrutura de TI do Grupo Malwee, Kelvisson Lebarcky, CISO dos Hospitais Mater Dei, Thiago Silva, CISO da Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) e Erik Montrezol, líder de cibersegurança, Nuvem e plataforma DevSecOps da Tok&Stok. Eles compartilharam os desafios e aprendizados sobre o tema e destacaram a importância da preparação constante dos funcionários para mitigar o impacto de ataques cibernéticos e ameaças como o ransomware.

A segunda edição do User Conference Brasil, que tem como objetivo compartilhar conhecimento e aprendizado no setor de TI, reuniu líderes seniores da ManageEngine, seus clientes e parceiros. A conferência proporcionou uma oportunidade para compartilhar as melhores práticas, estudos de caso e insights sobre gerenciamento de TI e maximização da experiência do cliente.