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A importância dos benefícios para seus colaboradores e as tendências para 2022

Hoje, um dos maiores desafios dos RHs está na retenção e atração de talentos. Se você quer atrair os melhores talentos do mercado, também precisa diferenciar-se no que diz respeito aos benefícios. Isso porque a satisfação dos colaboradores vai muito além de contar com um bom salário ou receber o pagamento em dia. Quando existem benefícios adicionais, eles passam a se sentir mais valorizados e podem produzir melhor. Além disso, oferecer benefícios é uma maneira de equilibrar os investimentos com folha e tornar a empresa financeiramente mais saudável.

Faz sentido oferecer vale-refeição se a empresa mantiver o formato de trabalho presencial. Mas não para as empresas que adotaram o home office, já que os funcionários podem almoçar em casa. Nesse caso, é preciso substituir por alguma outra opção, como um vale-alimentação, que possibilita fazer compras em supermercados.

Para não errar, ouça os colaboradores e mantenha-se atualizado em relação às tendências do mercado. A realização de pesquisas trimestrais é um bom caminho para identificar as principais dores dos seus colaboradores e, então, buscar benefícios que os auxiliem. Além disso, é importante mapear o nível de satisfação e engajamento quanto ao novo benefício, para validar se faz sentido mantê-lo no portfólio.

O pacote de benefícios, claro, deve caber no orçamento da companhia e realmente fazer a diferença na vida dos funcionários. Por exemplo, ao montar o orçamento, avalie benefícios que podem ser aproveitados por toda a família do colaborador. Considere principalmente alternativas capazes de agregar filhos, pais e cônjuges, como é o caso de planos de saúde, que atendem o profissional e os seus dependentes.

Há outras opções, como a concessão de viagens para os profissionais que mais se destacarem ao longo do ano. Dessa forma, o benefício funciona como uma espécie de premiação pelos bons serviços prestados, que pode ser estendida aos respectivos familiares.

Necessidades surgem e desaparecem de tempos em tempos. Para exemplificar, a cultura que prevalecia no passado, de buscar ajuda médica quando algum problema de saúde (física ou mental), está sendo substituída pela cultura da prevenção.

Sendo assim, tão importante quanto um convênio médico é oferecer opções que possibilitem ao funcionário cuidar da saúde física e mental constantemente. Para se ter ideia, uma pesquisa do Ministério da Saúde (feita em 2020) mostra que 86,5% das pessoas sofrem de ansiedade patológica. Assim, os benefícios de saúde podem consistir em descontos e bônus para serviços de terapia, ginástica e outras atividades de lazer que estimulam corpo e mente.

A preocupação com a saúde financeira dos colaboradores também está em alta, já que os problemas financeiros costumam afetar a produtividade e o engajamento. Sendo assim, a empresa pode estabelecer convênio com parceiros que ofereçam produtos financeiros acessíveis, como crédito consignado, crédito pessoal e seguros, além de iniciativas de educação financeira.

E, como existem diferenças entre profissionais e departamentos de uma mesma corporação, vale a pena o RH avaliar a possibilidade de criar pacotes de benefícios flexíveis e personalizados, que realmente façam sentido para quem vai usá-lo. Uma autonomia que faz toda a diferença no ambiente corporativo.

As mudanças observadas no mercado de trabalho, em especial nesses últimos dois anos, mostraram que a flexibilidade no modelo e no horário de trabalho é algo a ser considerado. Até porque trata-se de um benefício estratégico que não depende de parceiros, ou seja, não gera custos adicionais. É preciso apenas um planejamento adequado. As pessoas têm necessidades que extrapolam o ambiente corporativo e isso deve ser considerado..

Uma opção é a implantação do home office definitivo para determinados departamentos, pois não são todas as tarefas que precisam ser realizadas presencialmente. Diversas empresas, no Brasil e no mundo, já perceberam as vantagens e resolveram manter o modelo mesmo após a pandemia chegar ao fim. O trabalho híbrido também é um modelo que vem sendo amplamente adotado.

A jornada de trabalho de quatro dias vem sendo observada, ajustada e validada em alguns países, que já demonstram resultados relevantes. A Islândia foi o primeiro país a fazer um teste envolvendo 1% da população pelo período de quatro anos, sem redução de salários. O resultado foi considerado positivo, com funcionários menos estressados, mais satisfeitos e motivados para o trabalho, e consequentemente mais produtivos.

A Espanha estuda um projeto de experimento da semana de quatro dias envolvendo a participação de 200 empresas e cerca de 6 mil trabalhadores. A discussão sobre o tema também está avançada na França e na Inglaterra.

Essas foram apenas algumas possibilidades que fogem do óbvio. Mas lembre-se: os profissionais não estão interessados apenas no salário que recebem, mas também na forma como são tratados e valorizados pelo empregador. Verifique todas as possibilidades e prepare um pacote de benefícios completo, que vá ao encontro das necessidades reais de cada trabalhador. Esses benefícios serão importantes aliados para manter a satisfação, a produtividade e o grau de comprometimento no ambiente corporativo.

Por Guido Chicata, gerente executivo da Ahfin.

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