Após a COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021) e a reunião do Comitê da IMO MEPC 77 (Marine Environment Protection Committee) no final de 2021, o ano inicia com a necessidade de avanço nas políticas de governança sustentável e pressão para a descarbonização do setor de transporte marítimo.
Enquanto países desenvolvidos endossam metas em ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa), principalmente em shipping, nações como Brasil, China, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul e Emirados Árabes estão reticentes em adotar metas mais ousadas sem que sejam aprovadas juntamente com as mesmas claras políticas de transferência de tecnologia e suporte financeiro. A Organização Marítima Internacional (IMO, da sigla em inglês) prevê que metade das emissões de CO² do setor sejam cortadas até 2050.
No entanto, nove grandes marcas, incluindo Amazon, Ikea, Michelin, Unilever e Patagonia anunciaram que até 2040, planejam transferir 100% de seu frete marítimo para navios movidos a carbono zero. Segundo a especialista em direito marítimo, Fabiana Martins, “quando falamos sobre os desenvolvimentos em inovação – acredito que a indústria da navegação nos brinde com algumas dessas inovações com o corredor verde (green corredor) na rota de ferro entre Austrália e Japão, por exemplo”.
Segundo Martins, além da descarbonização, ainda permanece na agenda o lixo plástico; o manuseio de água de lastro; e o controle de organismos invasores. “Também no campo social, os impactos da Covid-19 permanecem na agenda em 2022, tanto pelas restrições de mobilidade impostas pela pandemia, quanto pela escassez de mão de obra qualificada, que cada vez é mais necessária diante do avanço tecnológico e digitalização que ocorreram de forma mais rápida do que o previsto durante a pandemia”, afirma.
Já no quesito governança, a visão da especialista é de que empresas sem itens de controle transparentes e submetidas a princípios internacionais de ESG vão ter cada vez mais dificuldade de acesso a financiamentos e créditos internacionais. “Por mais que existam países resistentes a soluções sustentáveis, a sociedade está pressionando para que as metas sejam cumpridas e, por isso, vai ser natural a exclusão ou isolamento de quem seguir os padrões não sustentáveis”, explica Fabiana.
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