book_icon

Pesquisa da FGV mostra baixa adoção de tecnologia nas MPEs

Estudo sobre a maturidade digital das micro e pequenas empresas revelou que dois terços  (66%) ainda estão em fases iniciais desse processo; os líderes digitais são apenas 4%

Pesquisa da FGV mostra baixa adoção de tecnologia nas MPEs

Uma pesquisa produzida pela FGV Projetos, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), sobre a maturidade digital das micro e pequenas empresas (MPEs) revelou que dois terços das empresas (66%) situam-se entre os dois níveis iniciais de maturidade digital. As empresas classificadas como Analógicas somam 18%; e outras 48% são Emergentes, ou seja, promovem esforços para se digitalizar, mas ainda possuem estrutura e modelos de negócios tradicionais. Nos níveis mais avançados da escala estão as empresas consideradas intermediárias (30%) e as líderes digitais (4%).

O relatório da pesquisa demonstra que as práticas e estratégias de transformação digital ainda são pouco consolidadas entre as MPEs. O cenário de crise, provocado pela pandemia da Covid-19, empurrou para o universo digital empresas que pouco atuavam neste ambiente e que foram obrigadas a se adaptar. A mudança não representou, necessariamente, a aceleração da maturidade digital das empresas, que se viram forçadas a competir em outra arena de negócios sem as ferramentas necessárias para tal. Além de ser um requisito indispensável à sobrevivência das empresas e à geração de receitas, o aumento da maturidade digital das MPEs – que respondem por 30% do PIB, mais de 90% dos empreendimentos e mais de 50% dos postos de trabalho – pode melhorar os níveis de produtividade e de competitividade brasileiros.

A pesquisa concluiu que, para 38% das empresas, o maior entrave para a transformação digital é a falta de recursos; a dificuldade em conseguir acessar fornecedores com capacidade de ajudar na transformação digital é o principal obstáculo para 14% dos entrevistados

A média de desenvolvimento tecnológico e digital das MPEs é de 40,77 pontos, em uma escala de 0 a 100, segundo mostra a pesquisa. O setor de Serviços tem pontuação mais alta, com média de 43,73 pontos, seguido do Industrial, com 40,49 pontos; e do Comércio, com 36,75 pontos. A pontuação média das empresas na escala de maturidade digital considerou cinco objetivos para os quais foram calculadas as devidas pontuações. São eles: conectar e engajar clientes (44,41 pontos); gerar mais valor para os clientes (37,53); construir uma organização orientada a dados (39,20); estabelecer novas bases de competição, no qual as empresas obtiveram a pontuação mais baixa (35,01), traduzindo a dificuldade em se adaptar ao universo on-line e em criar modelos de negócios mais inovadores e digitais. Por fim, inovar mais rápido e colaborativamente, com a maior pontuação (47,72), o que demonstra que as empresas estão se abrindo a novas possibilidades e adotando práticas de inovação mais ágeis e colaborativas;

A pesquisa concluiu que, para 38% das empresas, o maior entrave para a transformação digital é a falta de recursos; a dificuldade em conseguir acessar pessoas/fornecedores com capacidade de ajudar na transformação digital é o principal obstáculo para 14% dos entrevistados. Apenas 6% apontam resistências a mudanças por parte de diretores e gerentes. A pesquisa também identificou que 68% dos empresários estão abertos a participação em programas de aceleração da maturidade digital para transformar seus negócios.

Os dados da pesquisa foram extraídos a partir de 2.572 respostas de empresas nacionais (65% delas são microempresas e o restante é do segmento de pequeno porte) no período de março a maio de 2021. A amostra possui representatividade nacional e setorial, com um total de respondentes de 1.176 do setor de serviços, 804 do setor de comércio e 537 do setor industrial. Todos os respondentes considerados nesta pesquisa são do setor privado.

Serviço
fgvprojetos.fgv.br

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.