Radiografia do setor de TI catarinense

A Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), divulgou um amplo estudo sobre o panorama do setor de tecnologia no estado de Santa Catarina, chamado Tech Report 2020. O trabalho é a principal fonte de informação do Observatório Acate, um ambiente que reúne informações do ecossistema de inovação catarinense. Sua missão é entender o contexto no qual o setor está inserido, avaliando sua relevância e crescimento em comparação aos demais ecossistemas brasileiros, além das transformações promovidas pelos empreendedores locais. Os dados se referem a 2019, mas há informações sobre os impactos da pandemia do coronavírus no setor colhidas em maio último.
Segundo Daniel dos Santos Leipnitz, presidente da entidade, a tecnologia catarinense tem se fortalecido a cada ano. São mais de 80 mil pessoas, entre empreendedores e colaboradores, que fazem deste setor uma das mais prósperas e sólidas atividades econômicas do estado. “Já representamos quase 6% do PIB catarinense e mantemos uma trajetória de crescimento”, afirma. “Este ano tem sido desafiador para todos. O cenário adverso provocado pela pandemia tem alterado significativamente o contexto das empresas e exige ações para superar os novos desafios presentes na economia”.
De acordo com o estudo, mais de 12 mil empresas fazem do setor de tecnologia catarinense, o sexto maior do Brasil. Representando apenas 1,1% do território nacional e com 3,4% da população, Santa Catarina ultrapassou os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro em faturamento, se tornando a 4ª maior economia do setor no País. Em 2019, o faturamento chegou a R$ 17,7 bilhões, que correspondem a 7,4% do total do setor de tecnologia brasileiro. São Paulo está em primeiro lugar, com receitas de R$ 115 bilhões, segundo o estudo.

Em 2019, o mercado de tecnologia catarinense gerou 3,4 mil novas vagas de trabalho. A região da Grande Florianópolis foi a líder, com cerca de mil novas vagas abertas.
Empresas
Santa Catarina soma 12,1 mil empresas de TI, se posicionando como o sexto maior estado do País, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e dos demais estados da região Sul. Em comparação ao cenário nacional, apesar do crescimento de 2,3% registrado no último biênio, o número de empresas do setor de tecnologia brasileiro caiu 8,5% entre 2015 e 2019, passando de cerca de 330 mil em 2015 para pouco mais de 306 mil em 2019.
A região da Grande Florianópolis é a mais representativa em número de empresas, com 32,5% do total. Vale do Itajaí (27,4%), Norte (18,7%) e Oeste Catarinense (10,6%) aparecem na sequência. Em menor proporção, as regiões Sul e Serrana somam 1.309 (10,8%) empresas no setor.
Faturamento
Ainda segundo o estudo, o faturamento total do setor de tecnologia brasileiro em 2019 foi de R$ 240 bilhões. Esse montante representa 3,3% do PIB brasileiro. São Paulo concentra metade (47,8%) do faturamento, quantia que soma R$ 115 bilhões. Influenciado pelo baixo desempenho econômico brasileiro, o período de 2017 a 2019 registrou quedas no faturamento do setor a nível nacional. Já entre os estados que mostraram crescimento, Paraná (25,4%), Amazonas (15,9%) e Santa Catarina (14,2%) tiveram os melhores desempenhos. Em Santa Catarina, o valor faturado em 2019 ultrapassou o de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, se tornando o 4ª maior estado em tecnologia do País. São quase R$ 18 bilhões, que correspondem a 7,4% do faturamento do mercado de tecnologia brasileiro.

Os dados se referem a 2019, mas há informações sobre os impactos da pandemia do coronavírus no setor colhidas em maio último

Força de trabalho
Santa Catarina possui 24,1 mil empreendedores e 56,5 mil colaboradores no setor de tecnologia. Foram mais de 3,5 mil novos postos de trabalho criados em 2019, que ofertam, em média, remunerações 50,9% acima da média estadual, considerando todas as atividades econômicas. Porém, com os impactos da pandemia, mais de mil postos de trabalho do setor catarinense foram fechados em abril último.
Santa Catarina é o terceiro estado com maior quadro de colaboradores no setor de tecnologia do Brasil, atrás apenas de São Paulo e de Minas Gerais, estados mais populosos que o catarinense. Com o incremento de aproximadamente 5 mil trabalhadores no ano, o setor de tecnologia catarinense passou a contar com 8% do cenário nacional e registrou taxa de 25,1 colaboradores para cada mil trabalhadores formais, valor superior à média nacional (15,5).
Pandemia
A Acate realizou uma segunda pesquisa junto às empresas associadas em meados de maio, que contou com 122 respondentes. Pouco mais da metade dos associados percebia como baixo e médio o impacto da pandemia nas atividades da empresa. Outros 29,5% consideravam alto ou muito alto. Os que disseram que o impacto foi muito alto atuam principalmente nos segmentos de serviços de software (32,1%) e educação (15,4%).
Os associados apontaram que o crédito (45,9%), profissionais qualificados e a busca de investimentos, ambos com 32%, foram as três principais necessidades que surgiram em virtude do cenário de crise. Mais de 90% das empresas adotaram o trabalho em casa. O uso de plataformas colaborativas e reuniões online também foi uma prática recorrente (79%). Em função do cenário adverso, aproximadamente metade dos associados afirmou ter adotado benefícios tributários/trabalhistas implantados pelo governo.
Serviço
www.acate.com.br