A Cisco publicou a quarta edição do 2021 Data Privacy Benchmark Study, uma análise anual das práticas de privacidade corporativa em todo o mundo. O estudo constatou uma maior relevância das proteções de privacidade durante a pandemia e benefícios crescentes para empresas que adotam fortes medidas neste sentido. A pesquisa analisou as respostas de 4,4 mil profissionais de segurança e privacidade em 25 países, incluindo o Brasil, e explorou as atitudes em relação à legislação de privacidade e ao surgimento de métricas de privacidade relatadas à gerência executiva.
Segundo o relatório, em um momento de incertezas devido à pandemia, espera-se que às vezes seja necessário que as pessoas compartilhem suas informações pessoais para ajudar a conter a disseminação da Covid-19. Ao mesmo tempo, as pessoas mudaram grande parte de suas vidas online, acelerando uma tendência que normalmente levaria anos.
Essas mudanças em grande escala na interação humana e no engajamento digital apresentaram muitos problemas desafiadores de privacidade de dados para organizações, que pretendem seguir a lei, impedir a propagação da pandemia e, ao mesmo tempo, respeitar os direitos individuais. Os consumidores e o público em geral estão cada vez mais preocupados com a forma como seus dados pessoais estão sendo usados.
O estudo firma que privacidade é muito mais do que apenas uma questão de conformidade, já que as empresas agora a veem como um direito humano fundamental e uma prioridade de missão crítica do alto escalão.
A maioria (60%) das organizações disse que não estava preparada para os requisitos de privacidade e segurança envolvidos na mudança para o trabalho remoto, sendo que 93% recorreram às suas equipes de privacidade para ajudar a enfrentar esses desafios. Outro dado é que 87% dos consumidores expressaram preocupação sobre as proteções de privacidade das ferramentas que precisavam usar para trabalhar, interagir e se conectar remotamente. Quase a totalidade (90%) das organizações agora relataram métricas de privacidade para seus C-suites e conselhos.
Há uma clara mudança no mercado em direção à padronização da privacidade como um requisito não negociável ao digitalizar e promover objetivos de negócios. Mais de 140 jurisdições já aprovaram leis gerais de privacidade, incluindo o Brasil, com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e quase 80% dos entrevistados consideraram que essas leis têm um impacto positivo
A maioria das pessoas concorda em compartilhar informações sobre saúde para segurança no local de trabalho e resposta à pandemia, mas se sente desconfortável com outros usos, como pesquisas. Assim, 57% apoiaram os empregadores fornecendo dados para ajudar a tornar os locais de trabalho mais seguros, enquanto menos da metade apoiou o rastreamento de localização, contato, divulgação de informações sobre indivíduos infectados e uso de informações individuais para pesquisa.
Pós-pandemia
De acordo com o estudo, à medida que as economias e comunidades começam a se recuperar, muitos desafios importantes surgirão para testar como governos, empresas e indivíduos coletam, gerenciam e protegem dados pessoais, ao mesmo tempo em que equilibra os direitos individuais com o interesse público.
O investimento em privacidade continua a ser atraente, com 75% das organizações vendo um valor de negócios significativo em termos de redução das perdas de segurança, maior agilidade e inovação, maior eficiência operacional e maior fidelidade e confiança do cliente. Mais de um terço das organizações estão obtendo benefícios pelo menos o dobro de seu investimento.
“A privacidade atingiu a maioridade e é reconhecida como um direito humano fundamental, passando a ser uma prioridade de missão crítica para a gestão executiva”, afirmou Harvey Jang, vice-presidente e diretor de Privacidade da Cisco. “E com a mudança acelerada para trabalhar em qualquer lugar, a privacidade assumiu uma importância maior para impulsionar a digitalização, a resiliência corporativa, a agilidade e a inovação”, concluiu o executivo.
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