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IA generativa exige modernização da infraestrutura de TI, afirma IDC

Em 2024, o universo de dados no mundo ultrapassará 157 ZB, podendo dobrar até 2027, e quase 25% desse volume já está na Nuvem

IA generativa exige modernização da infraestrutura de TI, afirma IDC

A IDC Brasil realizou na quinta-feira (25/4) em São Paulo o evento IDC Infrastructure & Cloud 2024, que reuniu clientes e especialistas para discutir questões de modernização de infraestrutura de TI no Brasil, bem como tendências e planejamento estratégico para os próximos meses que o impulsionarão o mercado.

Segundo pesquisa da IDC, a crescente utilização de Cloud e ambientes híbridos tem feito com que as empresas levem cada vez mais dados para a Nuvem. Em 2024, o universo de dados no mundo ultrapassará 157 ZB, podendo dobrar até 2027. Quase 25% desse volume já está na Nuvem, que cresce com o dobro da velocidade em relação aos dados gerados on-premises.

No entanto, para que esses dados se tornem acionáveis e possam ser aplicados para a geração de inteligência e valor para os negócios, muitas companhias acelerarão e amadurecerão sua estratégia de dados, investindo em soluções na Nuvem para Data Management, Analytics e AI/ML. As soluções de dados na Nuvem, parte do chamado PaaS, somarão US$ 1,5 bilhão no Brasil em 2024, seguindo sua trajetória de crescimento acelerado. Esse avanço também movimenta o mercado de serviços de TI, que consumirá cerca de US$ 1,4 bilhão neste ano com consultoria, integração e suporte de projetos relacionados a dados.

“Quando olhamos a agendas das empresas quanto às prioridades de negócios, a automação se destaca de maneira importante, assim como aumento na produtividade. As empresas estão esperando um incremento importante em suas receitas vindo dos canais digitais. Uma pesquisa recente aqui no Brasil mostrou que até 2028, as empresas esperam que quase metade de suas receitas (48%) venha de canais digitais. Hoje, este percentual está em 35%. No comércio este processo está mais avançado: a expectativa é que 59% da receita passe por canais digitais até 2028, sendo que este número hoje está em 41%. Este setor investiu muito no digital durante a pandemia e está colocando o seu ritmo próprio em transformação. Mas todos os setores apontam para o mesmo lado: os canais digitais estão ganhando cada vez mais importância nesta jornada”, disse Luciano Ramos (foto), country manager da IDC Brasil

Segundo o executivo, quando a pesquisa questionou sobre as tecnologias que vão habilitar maior produtividade e automação, surgiu um elemento novo que não apareceu na pesquisa passada, que é a IA generativa, que já aparece em destaque com 30% das respostas. “É importante ver como essa nova forma de IA está mudando o dia a dia das empresas. A IA em si não é novidade, a maioria das empresas tem em seus processos algum tipo de Inteligência Artificial, pode ser uma análise de crédito, identificação de fraude, reposição de insumos etc., tudo isso já utiliza IA. Mas a IA generativa traz novos elementos que faz com que a IA que já temos fique mais amigável, podendo fazer uma curadoria de conhecimento mais eficiente. Temos visto vários casos em que a IA generativa pode contribuir”, observou Ramos.

Nas empresas que não usam IA generativa, 55% apontam a preocupação com segurança, 50% dizem aguardar a sua regulamentação, 36% aguardam o amadurecimento da tecnologia e 32% dizem que falta habilidades na organização. Por outro lado, 66% dizem que a IA generativa irá aumentar a eficiência, 46% enxergam como uma extensão das iniciativas de Transformação Digital já existentes, 45% afirmam que aumenta a capacidade de resposta aos clientes, 44% dizem que acelera a capacidade de tomada de decisão e 43% acham que a tecnologia fornece vantagem competitiva.

Na pesquisa da IDC, a segurança de TI e Nuvem continua tendo uma grande importância estratégica para as empresas, com 46% este ano contra 42% no ano passado. Big Data/Analytics apresentou uma queda, com 30% das empresas dizendo que a tecnologia fará parte das iniciativas de TI este ano, contra 40% no ano passado. Já consolidação e modernização de infraestrutura subiu de 17% em 2023 para 24% este ano.

Ainda de acordo com Ramos, a infraestrutura digital está cada vez mais híbrida, distribuída, interconectada e resiliente. “Hoje, a gente olha para esses ambientes de tecnologia e é difícil ter um ambiente que seja uma ilha, isolado, que não converse com uma Nuvem pública ou privada. Os ambientes hoje são híbridos, as Nuvens são elementos importantes, são Multinuvens”, comentou. “Este ambiente distribuído e híbrido tem diversas nuances, passa desde o Data Center tradicional, que continua sendo muito importante. As empresas com quem temos conversado, mais de 90% continuam tendo uma estrutura própria, seja hospedada no local ou em um provedor contratado para lidar com seus processos de negócios. Isso muitas vezes está próximo de uma Nuvem privada, que pode trabalhar em modelos de workloads, os dados são tratados em contêineres, podem trabalhar com determinados requisitos de segurança específicos para aquele tipo de ambiente. Ao redor disso a gente pode ver a Nuvem pública se conectando a ambientes externos de clientes e parceiros de negócios, suportando workloads mais dinâmicos. Assim, vemos o Edge Computing ganhando mais importância, podendo capturar informações na Borda de forma mais rápida, e também a possibilidade do trabalho em qualquer lugar, seja uma força de venda, uma equipe de suporte ou colaboradores administrativos trabalhando em casa”, explicou Ramos.

Democratizando a IA

Bruno Assaf, diretor de Soluções de Infraestrutura Global (ISG) da Dell Technologies Brasil também participou do evento. O executivo explicou como a Dell vem ajudando as empresas a modernizarem suas infraestruturas e adotar soluções de IA. “Temos acompanhado as transformações tecnológicas, e isso não é de hoje – a Dell está completando 25 anos de Brasil. Passamos recentemente por três grandes fenômenos que impactam a infraestrutura. Primeiramente a chegada da Nuvem, depois a pandemia de Covid e agora a IA generativa. Neste contexto, os desafios são parecidos: acelerar o digital, investimento em inovação, reduzir os riscos de ataques de ransomware e fazer tudo isso de forma eficiente e com custos competitivos”, observou. “O que está acontecendo com a IA é muito disruptivo, mudou a ciência de dados por trás da IA. Tive a oportunidade de participar dos principais eventos mundiais sobre IA e o que está por vir é muito grande”, afirmou.

Oferecemos alternativas, por exemplo ter uma Nuvem da Dell dentro do cliente, que reduz de três a cinco vezes o custo da IA em comparação aos grandes hyperscalers

Assaf contou que a Dell Technologies está em uma posição privilegiada para ajudar seus clientes a adotarem diferentes soluções de IA, com parcerias estratégicas com Intel, AMD e Nvidia. “Em IA, temos três grandes pontos em que a Dell pode apoiar as empresas. O primeiro é oferendo a IA completa, em que os grandes desafios são a capacidade de processamento com GPUs, dados em alta velocidade e em grande quantidade para que possa fazer a IA funcionar. A Dell fornece essas soluções de ponta a ponta, desde os equipamentos com GPUs, conectividade em alta velocidade, armazenamento etc.”, explicou.

“O segundo ponto é que anunciamos recentemente uma IA fácil, que está sendo democratizada. Antes, para implementar a IA era preciso especialistas para abrir o motor da IA para trazer o conceito da empresa. Diferentemente do ChatGPT, que pega as informações da Internet, na IA empresarial se trabalha com dados da empresa, olhando os seus números, os seus dados e trazendo insights. Antes, era preciso gente muito especializada. Trabalhamos em conjunto com nossos parceiros e trouxemos alternativas para que o cliente não precise mais abrir o motor da IA e faço isso de forma fácil, segura e com confidencialidade dos dados sem precisar abrir linhas de código. Mesmo assim, se o cliente precisar de algo mais especializado, no Brasil temos uma equipe mais de 200 cientistas de dados para ajudar nessa implementação”, afirmou.

E por fim, Assaf observou que são dois grandes desafios para implementação da IA em grande escala. “O primeiro grande desafio é ter desempenho para poder fazer a IA funcionar. E o segundo é o custo, que quando se vai colocar a IA para funcionar, se percebe que é muito alto. Oferecemos alternativas, por exemplo ter uma Nuvem da Dell dentro do cliente, que reduz de três a cinco vezes o custo da IA em comparação aos grandes hyperscalers”, afirmou.

 

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