O uso de Inteligência Artificial já é uma realidade em diversos setores e, no varejo, não é diferente. Uma recente pesquisa da empresa Honeywell evidenciou o interesse do segmento em implementar tecnologias de IA. Conforme o estudo global, 38% dos participantes já utilizam essas tecnologias, 24% encontram-se em fases iniciais e apenas 3% não fazem uso dela. Além disso, 48% dos entrevistados acreditam que a IA e tecnologias relacionadas terão impacto significativo no varejo nos próximos três a cinco anos. Amplamente aplicada nas grandes redes de varejo, a Inteligência Artificial também pode otimizar os resultados em micro e pequenos comércios.
Bernardo Rachadel, diretor de Tecnologia e Produtos da Zucchetti, empresa que opera em mais de 100 mil micro e pequenos varejos no Brasil com softwares de gestão, destaca que a adoção de Inteligência Artificial no setor oferece vantagens significativas. Entre esses benefícios, ele menciona a automação de tarefas repetitivas e a melhoria da experiência do cliente através de recomendações personalizadas. Ele ainda avalia que as ferramentas podem otimizar a gestão de estoque para evitar excessos ou escassez, extrair insights estratégicos de Dados e melhorar a eficiência logística, otimizando rotas de entrega.
Muitas atividades podem ser facilitadas com o Chat GPT, plataforma em IA Generativa de fácil utilização e respostas rápidas. Alguns exemplos são a análise de Dados, a geração de conteúdo de marketing, as traduções e o controle de tarefas e lembretes. “Existem outras ferramentas gratuitas que podem ser usadas na facilitação de tarefas. Podemos citar o Bard, em formato semelhante ao Chat GPT, assim como o Chat PDF, para leitura de documentos, geração de imagens, apresentações de slides, traduções simultâneas, entre outras”, enfatiza Bernardo.
Ele ainda aponta que o estudo “The Economic Potential of Generative AI: The Next Productivity Frontier”, da McKinsey indica que a IA generativa pode aumentar a produtividade do setor varejista em até 2% das vendas anuais, impulsionando as projeções de crescimento para o mercado, estimado em US$ 400-660 bilhões por ano.
O diretor da Zucchetti pontua que já existem usos bem-sucedidos da Inteligência Artificial, tanto no meio acadêmico quanto no comercial, em diferentes setores da economia. “Especificamente no varejo, vemos aplicações significativas nos setores comercial e de marketing. Ela auxilia na previsão de demanda, recomendação de produtos, classificação de clientes e precificação dinâmica. Além disso, há casos de sucesso no uso de complexos algoritmos para detecção de fraudes financeiras e modelagem de cenários futuros. De acordo com o Relatório Varejo 2023, estudo da Adyen realizado com empresas de 26 países, mais da metade dos entrevistados (51%) expandiu suas equipes de risco e fraude em 2023, sendo que 66% já utilizam IA na prevenção de fraudes”, completa.
Melhorando a experiência do cliente
Bernardo salienta ainda que a implementação de Chatbots, ferramentas de Análise de Sentimento e sistemas de Gestão de Estoque baseados em IA podem elevar a eficiência operacional, personalizar a experiência de compra e facilitar a tomada de decisões.
“Conforme observado no artigo da Harvard Business Review, ‘How AI Is Changing Sales’, a IA tem potencial para automatizar até 30% das atividades de varejo, levando a ganhos substanciais de produtividade. Dois exemplos práticos da aplicação de Inteligência Artificial no comércio incluem a gestão de estoque, na qual algoritmos de aprendizado de máquina podem otimizar a manutenção de níveis mínimos, e o atendimento online por meio de chatbots, que permite ao varejista oferecer suporte de maneira síncrona, garantindo a satisfação do cliente”, afirma.
O diretor da Zucchetti alerta ainda sobre a importância de enxergarmos a IA como ferramenta de apoio e não uma substituição para a ação humana. Ele afirma que, pelo fato de depender do recebimento de Dados humanos para seu treinamento, a IA pode herdar vieses: “Monitorar e questionar as respostas geradas pela Inteligência Artificial é essencial para evitar problemas, garantindo que seu uso seja responsável e supervisionado pelo usuário”, finaliza.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo