Em nova fase, Kyndryl busca cocriar soluções com diferentes parceiros

A Kyndryl completou dois anos no mês passado. Em 4 de novembro de 2021, a IBM anunciou que concluiu a separação (spin-off) de seus negócios de Serviços de Infraestrutura Gerenciada para a Kyndryl. A partir desta data, as ações da Kyndryl passaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York. Esta semana, Gina Wong, líder global de Alianças para Mercados Estratégicos da Kyndryl, esteve em visita ao Brasil e nesta entrevista exclusiva para a Infor Channel, a executiva conta como a Kyndryl tem se posicionado no mercado e a importância das alianças estratégicas que tem firmado.

 A Sra. Está na Kyndryl desde o início de sua formação?

Depois do spin-off, assumi como diretora-geral da Kyndryl em Cingapura, onde fiquei por um ano e meio neste cargo. Em abril deste ano, assumi o cargo de líder global de Alianças da Kyndryl. Estou muito feliz de estar desde o início da formação da empresa, aqui podemos construir de fato algo novo e para mim isso é muito importante.

Qual a importância das alianças para a Kyndryl?

Alianças é um fator-chave na Kyndryl, é um dos três pilares estratégicos da companhia, juntamente com delivery avançado e clientes. A nossa visão para alianças é seguir com esse ecossistema para dar suporte aos clientes em suas jornadas de Transformação Digital. Na América Latina vemos um mercado potencial muito grande para ajudar os clientes nesta jornada para a Nuvem, ajudando os clientes na modernização de suas infraestruturas, de forma a levá-los ao próximo nível, que é a Inteligência Artificial. Queremos nesta cocriação com nossos parceiros aumentar as oportunidades para nós, para os nossos parceiros e clientes. Os clientes vão utilizar as tecnologias para aprimorar a experiência do usuário e do consumidor. O objetivo da Kyndryl é ser o melhor parceiro de tecnologia para o cliente.

A Kyndryl nasceu da IBM, que na época não era conhecida por fazer muitas alianças. Como foi esse processo na Kyndryl?

As alianças começaram no ano passado, inicialmente com os provedores de Nuvem – Microsoft, Google Cloud e AWS -, passamos a buscar soluções conjuntas no mercado com esses grandes hyperscales. Neste tempo, conseguimos treinar 37 mil funcionários com certificações desses parceiros, sendo que somente no Brasil esse número foi de 5 mil certificações. Muitos contratos com clientes foram assinados, ajudando-os a fazer essa migração para a Nuvem. Em novembro do ano passado anunciamos, juntamente com a Microsoft, um Centro de Excelência na América Latina. Aproveitamos a expertise da Microsoft em conhecimento e ferramentas, juntamente com os da Kyndryl, para oferecer soluções, incluindo ChatGPT da OpenAI, Copilot etc. para prova de conceito. Na América Latina já há cerca de 50 empresas trabalhando com esse Centro de Excelência.

Como foi este ano?

Este ano, com esses três provedores de Nuvem, buscamos mergulhar mais fundo em nossas parcerias e fazer mais com essas alianças, focando, por exemplo, em tecnologias de digital workplace híbrido, aplicações de infraestrutura, modernização de mainframes e ajudar os clientes em suas estratégias de dados, por exemplo, como construir uma plataforma de dados unificada para servir como base em aplicações de IA. Queremos fazer mais cocriações com outros parceiros, a exemplo deste Centro de Excelência com a Microsoft. O objetivo é que os clientes passem assim a ver a Kyndryl de maneira mais ampla com essa construção de alianças e iniciativas conjuntas com nossos parceiros. Esta é uma nova fase da Kyndryl, que busca cocriar, integrando diferentes parceiros e tecnologias, para desenvolver a melhor oferta para o cliente, entregando uma proposta de valor mais relevante às suas necessidades.

Qual o posicionamento da Kyndryl no mercado?

Quando a empresa começou, havia uma visão muito clara de sermos a melhor empresa de serviços de tecnologia e sermos tecnologicamente agnóstica. Queremos trabalhar com diversos segmentos de mercado e ecossistemas e trazer esse expertise para dentro para podermos combinar e trazer a melhor solução para o cliente. Criamos uma área de consultoria dentro da Kyndryl para trabalhar junto com o cliente e definir a melhor tecnologia para atender às suas necessidades. Como resultado disso, o cliente pode de fato ter a Kyndryl como um parceira de confiança. Fazer alianças com diferentes empresas e em diferentes mercado é muito crítico para podermos entregar o melhor para os clientes.

A Kyndryl mantém uma aliança formal com a IBM?

Depois do spin-off, nos tornamos parceiros formais da IBM.  A diferença agora é que, como somos uma empresa agnóstica, não promovemos somente a solução de uma empresa, estamos em vários ambientes para pegar o melhor de cada uma. Trabalhamos com esses três principais provedores de Nuvem e o mercado tem muitas ofertas de IA, não estamos restritos a uma somente. Anunciamos um programa de avaliação e preparo de IA para os clientes para saber o quão pronto a empresa está em termos de dados para implementar um solução de IA. Assim, é possível analisar caso a caso qual a melhor solução de IA pode ser aplicada para cada cliente.

Como é o processo de firmar uma aliança tecnológica?

Para uma aliança, fazemos uma avaliação muito rigorosa para identificar possíveis parceiros, avaliando as soluções disponíveis no mercado que podem ser integradas com os nossos serviços e assim podermos desenvolver uma proposta de valor única e diferenciada para o cliente. Não queremos simplesmente revender um serviço, mas construir uma solução unificada junto com os parceiros para entregar ao cliente. Antes de uma aliança ser anunciada, anteriormente foi feito todo um processo de análise, o valor de cada empresa, as ferramentas que possuem, o valor das pessoas e colaboradores para que a parceria possa ser feita de maneira unificada. São feitos bootcamps para poder acelerar as habilidades dos colaboradores e treinar os envolvidos em cada aliança. Juntos, desenhamos as ofertas que serão ofertadas no mercado. Em alguns casos temos centros de excelência conjuntos, como é o caso com a Microsoft, alguns são fábricas ou laboratórios de inovação, depende do tipo de aliança que foi feito.

Em 2022 todos falavam em Metaverso, mas este ano a IA generativa dominou o cenário. Como foi na Kyndryl essa mudança de rumo?

Justamente por causa do spin-off, a Kyndryl nasceu como uma empresa menor, permitindo maior agilidade de mudanças de rumos, tanto internamente como externamente, buscando habilidades para o time que já existe (upskill) ou trazer novos talentos para a empresa. Assim, a gente consegue fazer essa atualização de rumo, buscando novas soluções no mercado para podermos atender às necessidades dos clientes. Como trabalhamos com vários players do mercado, também conseguimos ter uma visão mais ampla das tendências. Os grandes provedores de Nuvem estão investindo fortemente em IA e eles são os nossos parceiros.

Há planos de a Kyndryl adquirir empresas?

No momento não há anúncios de aquisições de empresas, mas não está fora do nosso pensamento no futuro podermos fazer isso. Trabalhamos muito próximos de empresas que são desenvolvedoras de tecnologia, não apenas grandes players, mas algumas que são menores, mas inovadoras, que trazem tecnologias disruptivas, com o propósito de criar e cocriar. No futuro, uma aquisição pode ser uma possibilidade, mas não há nada no momento. Não seria uma operação feita pela área de Alianças, mas nós podemos contribuir com a identificação de possíveis empresas-alvo para aquisição.

Serviço
www.kyndryl.com