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Pequenas e médias empresas na mira dos Provedores de Serviços Gerenciados

Comunidade dos prestadores de serviços estiveram reunidos semana passada nona edição do MSP Summit, que promete muitas novidades no próximo ano em comemoração ao décimo aniversário

Pequenas e médias empresas na mira dos Provedores de Serviços Gerenciados

Na semana passada, durante a nona edição do MSP Summit (19 e 20/10), em São Paulo, os profissionais de TI tiveram a oportunidade de se conectarem com as últimas tendências e melhores práticas do setor de serviços gerenciados, além de explorarem conexões capazes de impulsionar seus negócios. O evento foi organizado pela Addee, empresa brasileira que distribui com exclusividade soluções da N-able no Brasil.

Rodrigo Gazola (foto), CEO da Addee, revelou para os participantes do evento uma pesquisa da Canalys que mostra que o mercado mundial de MSP (sigla para Provedor de Serviço Gerenciado) cresceu 12% em 2022 e este ano dever crescer 16%. “Olhem para estes números e comparem com as suas operações. Claro que é uma média mundial, mas é importante comparar para ter uma ideia de como estão suas operações”, disse o executivo.

Segundo a pesquisa, o mercado mundial de MSP movimenta US$ 419 bilhões por ano, a América do Norte tem a maior fatia, com 45,5%. “Pela primeira vez a Canalys trouxe a participação da América Latina no estudo, que é de 2,7%, ou US$ 13,3 bilhões, em que o Brasil responde por quase 90% desse volume. Este mercado é movimentado por parceiros de negócios, os dados dos fabricantes não estão nesta pesquisa”, observou Gazola.

Segundo o CEO da Addee, o crescimento dos serviços gerenciados tem um motivo: os MSPs têm a capacidade de adicionar ofertas e é isso que traz para este modelo de negócio uma vantagem sobre outros modelos. Essa pesquisa mostrou três pilares: Help Desk/Suporte, com participação de 40%, Segurança (20%) e Cloud (40%). “A grande maioria dos clientes dos MSPs é a PME. Estes 20% em Segurança tem a ver com empresas que ainda não investem em cibersegurança. Todos os prestadores de serviços precisam ter ofertas em algum desses três segmentos”, comentou.

Para Gazola, as PMEs têm seis desafios específicos: 1) Aumento da complexidade e dos custos em toda infraestrutura de tecnologia. Isso é um fato e tende a aumentar. 2) Aumento de ataques cibernéticos, que infelizmente não vai diminuir e é um desafio enorme para as PMEs. Os grandes fabricantes de tecnologia afirmam que somente os MSPs são capazes de resolver os desafios nas PMEs, pois eles não atendem esse público. 3) Escassez de mão de obra. Nenhuma pequena empresa consegue contratar profissionais especializados, eles dependem dos prestadores de serviços; e a média empresa já começa a ter dificuldade de contratar. 4) Aumento no número de dispositivos e usuários. Isso dá oportunidade para os prestadores de serviços, tanto em segurança quanto em suporte. 5) Nuvem e trabalho híbrido. Qualquer operação hoje precisa ter a capacidade de usar os benefícios da Nuvem e os prestadores de serviços precisam prover essa capacidade para as empresas, assim como a possibilidade de os funcionários trabalharem remotamente. 6) Conformidade. Isso vai crescer cada vez mais nas pequenas empresas, temos hoje a LGPD, mas há outras conformidades em tecnologia que as pequenas empresas devem seguir.

“Os prestadores de serviços têm características que os fazem ser o parceiro ideal. Trabalhem seus portfólios, façam parcerias, se posicionem como fornecedor para todas as necessidades do cliente. Tenham conhecimento e expertise para entender as complexidades que vão aumentar na infraestrutura tecnológica dos clientes”, aconselhou Gazola. “Se especializem em segurança, trabalhem neste sentido, se desenvolvam neste segmento importante para serviços gerenciados. Se especializem, não sejam generalistas”, finalizou.

Preparação para 2024

Luis Montanari (foto), líder de Marketing da Addee, conta que o MSP Summit vem evoluindo ao longo do tempo. Este ano, pela primeira vez, além de presencial, o evento foi transmitido pela Internet. “O grande diferencial do evento deste ano foi o formato, criamos um evento em que o tema foi ‘Conexão é a Revolução’. Isso se deu em todos os cenários, criamos um ambiente sem paredes em que tudo estava conectado – palestras, feira de negócios, um evento híbrido, com participantes presenciais e remotos. O evento foi pensado em gerar conexão entre as pessoas”, contou.

“Ano que vem é o aniversário de 10 anos, tanto da Addee quanto do MSP Summit. Teremos um evento maior e melhor, muito pensado no networking, no relacionamento, teremos muitas experiências, pequenos eventos dentro de um grande evento, várias coisas acontecendo ao mesmo tempo para gerar o máximo de insights entre os participantes”, revelou.

Segundo Montanari, o MSP Summit é voltado principalmente para as empresas de prestação de serviços de TI, os chamado MSPs. “Mas não é só para este público, reunimos gestores de TI, profissionais de segurança da informação, empresários de pequenas e médias empresas que trabalham com TI e segurança, além de técnicos de TI de grandes empresas”, explicou. “O MSP Summit vai mudar para se adaptar às necessidades dessa comunidade que formamos, que vem ficando mais ampla, atingindo não somente MSPs e pequenas empresas de suporte, mas todo o ambiente de gestão de TI e proteção de dados. No ano que vem será o aniversário de 10 anos e com certeza será uma grande festa e queremos dividir isso com todos”, finalizou.

Cibersegurança é a estrela

Para Lucas Babesco, sócio-diretor da empresa de segurança cibernética Start e um dos palestrantes este ano, as empresas estão percebendo que o serviço gerenciado é mais vantajoso para gerar resultados e agregar valor na ponta. “Cibersegurança é um tema que está em alta e vai ficar por muito tempo por causa do aumento da superfície de ataque por causa da Transformação Digital. Assim, o escopo de serviços de segurança precisa ser ampliado. Na minha palestra falei sobre os desafios e oportunidades da cibersegurança para quem presta serviços gerenciados”, disse.

Em sua opinião, apesar de ser uma tendência mundial, o custo para construir uma operação especializada de SOC (Centro de Operações de Segurança) no Brasil é bastante alto, levando em conta equipamentos, ferramentas, consultoria, mão de obra etc. “Para ter um retorno aqui no Brasil, levando em conta um tíquete médio mensal de R$ 8 mil a R$ 40 mil, a parcela de empresas que tem recursos para investir é muito pequena”, observou.

Segundo ele, a maior parte das PMEs precisa ainda do básico e poucos prestadores de serviços gerenciados estão olhando para o básico. “Sem dúvida, SOC é uma tendência também paras as PMEs, quando elas tiverem com o básico, pois na cadeia de suprimentos, as pequenas empresas se relacionam com as grandes, e estas exigem que todos os parceiros estejam seguros, em conformidade. Se o serviço gerenciado não tiver uma oferta para os pequenos, eles terão dificuldade em entrar no mercado. Quem tiver fôlego para investir em um SOC e esperar alguns anos para ter retorno do investimento, será ótimo, pois ele terá pouca concorrência”, afirmou.

Distribuidor como orquestrador

Mariano Gordinho, presidente da Abradisti (Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação) diz que o modelo tradicional de vendas está passando por uma transformação; antes se consumia produto, hoje o cliente não busca mais comprar um bem, ele compra uma solução para determinada necessidade. Isso vem estimulando o crescimento dos serviços gerenciados. “Os distribuidores, não todos, pois ainda não há essa maturidade, têm um papel de formar as revendas no modelo de vendas que temos hoje, de fornecer solução e serviço que o cliente precisa. O distribuidor está entendendo que precisar estar pronto para ajudar a revenda a trilhar este novo caminho”, disse.

“O cliente não quer mais comprar um servidor, ele quer pagar pelo seu uso na Nuvem. O papel do distribuidor não é mais somente vender, mas preparar os parceiros a venderem aquilo que o cliente quer consumir, que é serviço. O distribuidor será o grande orquestrador dessa nova era de serviços gerenciados”, afirmou.

Serviço
www.addee.com.br

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