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Cresce entre empresas a busca por acessibilidade digital

No mundo corporativo, há uma tendência entre empresas de investir não mais apenas para acolher os clientes, mas também para permitir que funcionários tenham condições adequadas de trabalho

Cresce entre empresas a busca por acessibilidade digital

O Brasil celebra, no dia 11 de outubro, o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física, data que lembra a importância de ações que tornem os espaços cada vez mais acessíveis e inclusivos. No mundo corporativo, há uma tendência entre empresas de investir não mais apenas para acolher os clientes, mas também para permitir que funcionários tenham condições adequadas de trabalho. Essa realidade pode ser observada com o crescimento da Biomob, startup especializada em soluções de acessibilidade e consultoria para projetos sociais que, no primeiro semestre deste ano, viu a procura pelos serviços crescer 80%, em relação ao mesmo período de 2022.

Também foi desenvolvida, para pessoas cegas, uma plataforma capaz de disponibilizar, via QR Code e tag NFC, a leitura e audiodescrição do mapa tátil da loja, e de aparelhos e acessórios expostos nas mesas e balcões

Atualmente, são mais de 50 clientes, entre empresas e prefeituras parceiras. Além de identificar e diagnosticar os principais pontos que merecem intervenções, a Biomob também atua de forma prática na implementação das reformas.

Em seu projeto mais recente, a Biomob se juntou à TIM para tornar uma loja física, em Teresina (PI), 100% acessível, após um funcionário sofrer acidente e ficar paraplégico. Estruturalmente, foram instalados equipamentos e aparelhos de última geração, além de vagas reservadas no estacionamento (inclusive para pessoas com transtorno do espectro autista), espaço para circulação de cadeirantes, piso tátil e atendimento em libras, mesas e cadeiras adaptadas para pessoas com nanismo e obesas, mobiliários com altura adequada para cadeirantes, placas de sinalização em braille e banheiro com acessibilidade. Também foi desenvolvida, para pessoas cegas, uma plataforma capaz de disponibilizar, via QR Code e tag NFC, a leitura e audiodescrição do mapa tátil da loja, e de aparelhos e acessórios expostos nas mesas e balcões.

Valmir de Souza, CEO do Biomob, ressalta, porém, que a atuação do Instituto vai além do aspecto físico, sendo primordial a preparação comportamental de funcionários e gestores para atender adequadamente cada necessidade. “Nesse projeto, tivemos total liberdade de implementar nossas práticas voltadas à acessibilidade atitudinal, que contempla ações focadas na quebra da barreira social entre as pessoas. Seja na forma correta de se referir a uma determinada condição, saber ouvir ou evitar constrangimentos, por exemplo”, explica.

Com o resultado positivo, uma segunda loja foi reinaugurada após passar pelo mesmo processo, desta vem em Uberlândia (MG), e a operadora telefônica já planeja novas intervenções em outras unidades. “A TIM enxerga a agenda ESG como parte estruturante do negócio e a reabertura dessa loja consolida esses valores. Internamente, temos fomentado um ambiente de respeito, de diálogo e estímulo à evolução contínua. Por isso, elaboramos esse projeto cuidadoso e inclusivo, transformando a loja de Teresina/PI em uma das mais acessíveis do Brasil”, afirma Nathalia Cimi, gerente de Trade Marketing da TIM Nordeste.

Acessibilidade digital
A exemplo do acesso aos serviços, no caso de clientes, e à condição adequada de trabalho para funcionários, o olhar da acessibilidade mantém sua importância no acesso ao lazer e à cultura. O Memorial Municipal de Muriaé, na Zona da Mata mineira, passou por esse processo também neste ano e, para além de reformas necessárias no espaço físico, a instituição focou em melhorias no seu site oficial.

“Quando falamos de imersão, algo tão importante para quem aprecia a arte e a cultura em geral, não podemos descartar qualquer ferramenta que facilite ou permita o entendimento por parte do público. Por isso, a primeira fase desse projeto foi construir um site novo para o Memorial, que já permitia um tour virtual para quem não pode visitar presencialmente, mas ainda de forma limitada. Agora, ele está 100% acessível, inclusive para pessoas cegas, que através de áudios conseguem compreender todos os detalhes do acervo”, garante Valmir de Souza.

Na sede do Memorial, foram implantados beacons – dispositivos de geolocalização para ambientes fechados – que, neste caso, garantem que pessoas com algum nível de perda de visão consigam se localizar e se locomover melhor dentro daquele espaço. As peças também ganharam QR Codes que permitem a tradução em áudio do acervo exposto.

Em paralelo com a startup, também é mantido o Instituto Biomob, responsável pela produção e divulgação de estudos e pesquisas sobre acessibilidade, realização de fóruns e palestras, além de promover doações de cadeiras de rodas, cestas básicas, roupas, entre outros, em conjunto com projetos sociais e ONGs.

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