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Tecnologia e a sua identidade: mudanças na conexão entre Estado e cidadão

Do RG em papel às 50 milhões de Carteiras Digitais de Trânsito dos brasileiros: nesse 29 de julho, Dia da Identificação, descubra as mudanças tecnológicas nas emissões dos documentos civis

Tecnologia e a sua identidade: mudanças na conexão entre Estado e cidadão

Quem somos? De onde viemos? Para onde queremos ir? Essas são perguntas que a humanidade se faz desde que deu seus primeiros passos no planeta, mas também são questões práticas para as quais encontramos respostas em nossos documentos civis. Ali estão nosso nome, filiação e a chave para exercermos todos os nossos direitos na sociedade. E é inspirado por essas questões metafísicas e também mundanas que comemoramos, a cada 29 de julho, o Dia da Identificação.

A data foi celebrada pela primeira vez no País pelo Estado de São Paulo, em 1989, e marca a expedição da primeira carteira de identidade do estado, à época denominada “Ficha Passaporte” ou “Cartão de Identidade”, emitida em 29 de julho de 1904 na capital paulista.

Estudar, dirigir, ter uma conta em banco ou uma casa própria, votar ou trabalhar de carteira assinada, nada disso é possível sem uma identidade civil

Tecnologia a serviço da cidadania
A identificação e a documentação são aspectos essenciais para a organização de uma sociedade. É por meio delas que as pessoas comprovam legalmente sua identidade perante o Estado e sua comunidade, e podem exercer seus diretos civis e políticos. Estudar, dirigir, ter uma conta em banco ou uma casa própria, votar ou trabalhar de carteira assinada, nada disso é possível sem uma identidade civil.

Mas como garantir a organização e segurança desse processo? É aí que entra a tecnologia. E, alerta de spoiler, o Serpro tem um papel de destaque nessa história, principalmente em seus capítulos mais recentes.

Do papel ao digital
No Brasil, o processo de identificação civil tem suas raízes no período colonial, quando os primeiros documentos foram instituídos pelos colonizadores. Com o passar do tempo, a necessidade de identificação foi se tornando cada vez mais relevante para fins de segurança, administração pública e prestação de serviços. Em 1875, foi instituído o “Registro Civil de Pessoas Naturais”, criando-se o primeiro sistema oficial de registro de nascimentos, casamentos e óbitos no Brasil.

Antropometria
A evolução dos documentos de identificação foi marcada pela introdução de novas tecnologias e técnicas de identificação. Na primeira metade do século XX, o Sistema Antropométrico ganhou destaque. Ele consistia na coleta de medidas corporais de indivíduos, como altura, peso e características físicas, com o objetivo de criar um banco de Dados para fins de identificação criminal. No entanto, esse método foi gradualmente substituído por outros mais eficientes e menos invasivos.

Com origem ainda no século XIX, a datiloscopia tornou-se uma técnica revolucionária de identificação e gradualmente foi sendo popularizada até se tornar central para o registro civil em todos os países. Baseada na análise das impressões digitais, essa ciência forense permitia identificar de forma precisa cada indivíduo, pois as impressões digitais são únicas e permanentes.

Não podemos esquecer também da fotografia que, junto à datiloscopia e aos tradicionais documentos em papel, foram as tecnologias que definiram o cenário da identificação em quase todo o século passado. Nessa época reinaram a carteira de identidade, emitida pelos estados, e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), desenvolvido e mantido pelo Serpro para o governo federal. Mas isso até que veio o digital.

Revolução de cidadania
A paisagem agora é outra. Os bits e bytes dão o tom. A tecnologia veio para aumentar a segurança, reduzir custos e democratizar o acesso a serviços públicos. E o grande exemplo da migração do papel para o digital é dado pela Carteira Digital de Trânsito (CDT), desenvolvida pelo Serpro para a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

A CDT foi o primeiro documento a entrar em massa nos dispositivos móveis dos brasileiros. Com validade em todo território nacional, ela está contando os dias para alcançar a marca de 50 milhões de usuários (hoje são 49.710.152). Mais que um documento, o app da CDT é uma plataforma de serviços que inclui a Carteira Nacional de Habilitação digital, o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo Eletrônico (CRLV-e), além de serviços como o compartilhamento de documentos do veículo, avisos de recall e o recebimento e pagamento de multas online.

“Estamos transformando a nossa CDT num polo de serviço. Por ela, o usuário já tem acesso a informações do seu veículo, se levou multa ou não, tem os documentos de habilitação e do carro, além de receber notificações de serviço. Cada vez mais buscamos simplificar a vida do cidadão por meio dela”, destacou o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.

Nova Carteira de Identidade
Outro exemplo dessa revolução vem da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), lançada em julho de 2022. O documento, emitido nas versões física e digital, adota o CPF como número único de identificação do cidadão, resolvendo o problema da multiplicidade de registros do sistema anterior, que era estadual. Desenvolvida pelo Serpro, a CIN está recheada de novidades, como um QR Code que pode ser lido por qualquer smartphone, para verificar sua autenticidade, além do uso do Blockchain para tornar o processo mais confiável e seguro. Com menos de oito meses de uso, já foram emitidos mais de um milhão destes documentos que vão substituir, paulatinamente, a velha conhecida Carteira de Identidade ou RG.

“Esse número de um milhão de brasileiros e brasileiras adotando a CIN é uma grande conquista. Em janeiro, o presidente Lula sancionou a Lei nº 14.534, determinando o uso do CPF como registro único no País e fortalecendo ainda mais o documento, tornando-o mais seguro contra falsificações. Agora, em julho, implementamos essa significativa mudança técnica no sistema que é a adoção da plataforma blockchain b-Cadastros, desenvolvida pelo Serpro em parceria com a Receita Federal. Essa tecnologia desempenha um papel fundamental na proteção de Dados pessoais e na prevenção de fraudes, o que impulsiona o avanço do projeto e garante uma experiência digital mais segura para governo e cidadãos”, afirmou Alexandre Amorim, presidente do Serpro.

Você também é sua assinatura
A identidade não depende só de documentos. A nossa assinatura também cumpre função importante na hora de provar quem somos, firmar contratos e fechar negócios. E é pensando em romper as distâncias do mundo físico que o governo federal oferece, desde 2021, um serviço de assinatura eletrônica gratuito para todos os brasileiros. O Assinador está disponível na plataforma Gov.br, outra solução criada e mantida pelo Serpro para a população.

A ferramenta permite que você assine um documento em meio digital a partir da sua conta Gov.br. O documento com a assinatura digital tem a mesma validade de um documento com assinatura física e é regulamentado pelo Decreto Nº 10.543, de 13/11/2020.

Ecossistema biométrico
A própria plataforma Gov.br, junto com o Registro Nacional de Carteira de Habilitação (Renach) e a Base de Identificação Civil Nacional (BDICN) do TSE, constituem uma “super base” de Dados de governo que o Serpro utiliza para a produção do AIBio, um dos maiores ecossistemas biométricos do mundo. O AIBio utiliza reconhecimento vocal, facial e de impressões digitais, para produzir diversos serviços online para a população, como prova de vida pelo celular, login único do cidadão e a já citada assinatura eletrônica.

A transição do reconhecimento analógico para a biometria digital representa um avanço importante na luta contra fraudes e crimes de falsificação de documentos, contribuindo para uma sociedade mais segura e confiável. Além disso, a agilidade e mobilidade na verificação de identidade traz benefícios práticos ao cidadão em sua interação online com órgãos públicos e empresas: essa é chamada “Transformação Digital”, que está nesse momento escrevendo as mais recentes páginas da longa história da identificação civil celebrada neste 29 de julho.

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