Maio é o mês de conscientização sobre saúde mental nos EUA, e podemos aproveitar este momento para instigar a reflexão, já que é algo que afeta pessoas em todas as partes do mundo, durante o ano inteiro.
Quase a metade dos CISOs troca de empresa a cada dois anos. Quase 100% dos CISOs relatam estresse no trabalho, com cerca de dois terços dizendo que isso compromete a capacidade de proteger sua empresa e 100% afirmam que precisam de mais recursos para lidar adequadamente com os desafios atuais de TI e de segurança.
Esta é uma receita para o esgotamento: estamos em um campo estressante que muda diariamente, às vezes de hora em hora. Todos nós temos problemas — externamente, por causa das ameaças à segurança de nossas empresas, e internamente, por assumirmos a culpa por um incidente de segurança desafiador. Lutamos por recursos e estamos sendo pressionados a fazer mais com menos e, no meio da proteção de nossas organizações, defendemos como gastamos nosso dinheiro e mostramos mais retorno sobre o investimento (ROI). Para muitos CISOs, essa parece uma situação insustentável.
Não tenho uma solução instantânea para esse dilema – nenhum de nós tem. Mas meus 30 anos de experiência em segurança me ensinaram que é vital priorizar a saúde mental e que não podemos mais ficar calados sobre a constante ameaça de esgotamento que os CISOs e todos os profissionais de segurança enfrentam.
Essa questão precisa ir para além da conversa. Mas muitas vezes é difícil colocar em prática e ir direto ao ponto. Aqui estão alguns conselhos práticos que, por experiência própria, posso dizer que funcionaram para mim e me ajudaram a promover uma saúde mental:
Identificar meu escopo de trabalho e obter apoio das partes interessadas. Como CISOs, temos que gastar nossa energia nas coisas que podemos controlar, e muitos de nós desperdiçamos energia nas coisas que não estão sob nosso controle. Portanto, ao identificar proativamente as coisas que posso controlar e influenciar, também estou reconhecendo as coisas que não posso. Isso me permite mergulhar mais fundo na resolução de problemas pelos quais sou responsável, além de aliviar o estresse e a pressão das coisas que fogem da minha alçada. E isso é muito diferente de dizer algo como “não é minha responsabilidade”. É um reconhecimento intencional das coisas que valem a pena investir tempo.
Converse regularmente com colegas e profissionais do setor. Somos mais fortes quando trabalhamos juntos e quando podemos compartilhar alguns dos problemas que enfrentamos ou vemos, nos sentimos menos sozinhos. Como viemos de origens tão diversas, nossa experiência coletiva pode nos ajudar a resolver esses problemas juntos.
Conecte-se a coisas que promovem positividade. Talvez isso pareça abstrato, mas conforme você se concentra no trabalho diário e nas pressões desse campo, seu escopo pode se limitar a ver o mundo como um lugar ruim. Passar um tempo com amigos, família, na natureza, focado em uma causa maior do que você, ou em um hobby, pode nos lembrar que o bom trabalho que fazemos ajuda a proteger as coisas que valorizamos. E ajuda a nos lembrar que também há muita coisa boa por aí.
Recarregue sua bateria. Permita-se uma parcela de tempo em sua programação mensal para refletir sobre o que está funcionando bem e o que precisa ser ajustado. Este ditado é verdadeiro em muitas áreas da vida: se não estou cuidando de mim, não posso ajudar os outros.
Ao buscar um novo cargo, examine minuciosamente a cultura da empresa. Os quatro pontos acima só são possíveis de aplicar se você tiver uma cultura organizacional de apoio que não apenas valorize o trabalho que você faz, mas também te valorize como indivíduo. Concentre-se em entrevistar uma empresa questionando sobre o reconhecimento de que o estresse e a saúde mental possuem papel significativo na capacidade de desempenho e na harmonia entre trabalho e vida pessoal.
Enquanto reflito não apenas sobre o Mês de Conscientização sobre Saúde Mental, mas sobre toda uma abordagem para trabalhar na linha de frente de um campo incrivelmente importante e em constante mudança, desafio você a ajudar a quebrar o estigma falando sobre esse importante tópico. Ao nos unirmos como uma comunidade, podemos ajudar uns aos outros e reconhecer que não há problema em pedir ajuda. Ao falarmos sobre isso, estamos abrindo as portas para que surjam outros que também precisam de ajuda e apoio nessa área.
Por Lamont Orange, CISO da Netskope.
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Unidos para inovar
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