Vendas de smartphones na AL caíram 10%, mas Canalys prevê recuperação

A pesquisa mais recente da Canalys revelou que as remessas para o mercado latino-americano de smartphones caíram 10% em relação ao ano anterior no primeiro trimestre de 2023, para 28 milhões de unidades. Este é o quinto trimestre consecutivo de quedas anuais após um forte 2021 e 2022, que foram definidos por altos níveis de estoque em toda a região.

“Foi um início de 2023 desafiador para a Latam”, disse Miguel Perez, consultor sênior da Canalys no México. “Houve uma grande variação no desempenho entre fornecedores e mercados, refletindo um ambiente de negócios difícil. Alguns fornecedores tiveram que continuar priorizando a redução de seus níveis de estoque de canal, enquanto outros atingiram níveis saudáveis ​​no início do trimestre, experimentando crescimento no primeiro trimestre. Embora o declínio anual no primeiro trimestre de 2023 reflita um ambiente difícil contínuo, níveis de estoque mais saudáveis ​​e aumentos nos gastos gerais do consumidor apontam para sinais de recuperação na segunda metade do ano. Será importante que os fornecedores agora se posicionem bem no mercado para a recuperação esperada”, comentou.

“A dinâmica competitiva entre os três principais fornecedores permanece estável como sempre, enquanto a concorrência permanece acirrada fora dos três principais”, acrescentou Perez. “A Samsung foi a primeira colocada em todos os trimestres por mais de uma década devido a um forte posicionamento e com uma boa gestão de canais, que permitiu uma presença mais ampla da marca, dado o acirramento da concorrência. Apesar da queda de 21% no primeiro trimestre de 2023, a Samsung segue incontestada na liderança, com vendas de 10,5 milhões de smartphones no primeiro trimestre do ano.

A Motorola, que ocupou a segunda posição no ranking no período, com remessas de 5,9 milhões de unidades, teve um início de ano sólido, impulsionado principalmente pelo novos lançamentos de produtos das séries E e G, com forte desempenho na Argentina, Brasil e México. A Xiaomi garantiu o terceiro lugar apesar de enfrentar ventos contrários locais no México, Colômbia e Peru, países que representaram mais de 60% de suas remessas no ano passado.

A Apple, com vendas de 3,7 milhões de unidades, continua expandindo sua presença na região e seus embarques cresceram 13% no primeiro trimestre de 2023. Embora o poder de compra na América Latina seja restrito em comparação com outros países desenvolvidos, a região tem ganhado destaque na estratégia de crescimento da Apple, principalmente em um momento em que a marca enfrenta um ambiente desafiador na América do Norte e na Europa.

A OPPO foi a que mais cresceu entre os cinco principais fornecedores, aumentando suas remessas em 35%. Desde a sua entrada, a OPPO priorizou o crescimento de uma base robusta no México, mas agora expandiu sua presença na Colômbia, Peru e Chile.

“Enfrentando a incerteza, os fornecedores continuarão priorizando o gerenciamento de estoque e a lucratividade”, acrescentou Perez. “No entanto, existem fornecedores com grandes ambições de crescimento que investirão significativamente ao longo de 2023. O canal permanece aberto a novas marcas, iniciativas e colaborações. Consequentemente, os fornecedores devem destacar seu compromisso e vontade de se destacar para construir um relacionamento forte com o canal”, observou.

Diante dos desafios econômicos, o gerenciamento cauteloso de estoque, a lucratividade e a cooperação com os parceiros são essenciais para que os fornecedores mantenham ou aumentem sua participação no mercado. Os OEMs estabelecidos se concentrarão nos mercados primários, alavancando o conhecimento da marca e os relacionamentos com os canais locais. Enquanto isso, marcas emergentes podem buscar oportunidades locais para atender às necessidades de segmentos específicos. As marcas que mantêm níveis de estoque saudáveis, oferecem negócios competitivos e investem em comunicação terão uma forte vantagem, já que o mercado deve se recuperar no segundo semestre de 2023.

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