O ambiente de negócios para 2023 no Brasil traz algumas preocupações para o empresariado. No entanto, diante dos desafios da atual conjuntura, os executivos entendem que a sustentabilidade dos negócios depende da busca contínua de investimentos e inovação. A nova edição da pesquisa ‘Agenda’, realizada anualmente pela Deloitte, organização com o portfólio de serviços profissionais mais diversificado do mundo, aponta que os investimentos em tecnologia já fazem parte da estratégia competitiva das empresas, e seu desdobramento segue em expansão para todas as áreas de negócio. Entre as tecnologias mapeadas, a pesquisa destacou os estágios da jornada de migração para Cloud e os investimentos em Inteligência Artificial, ferramentas com amplo destaque na aceleração da jornada digital das empresas.
O estudo revela que 37% das empresas já migraram quase a totalidade de seus Dados para o serviço de Cloud e 52% estão em algum estágio dessa jornada. Esse montante é composto por 28% de empresas que já migraram cerca de metade de seus dados para o serviço de Cloud, 14% que se encontram em estágio inicial e 10% que pretendem iniciar a migração em 2023. Apenas 3% não pretendem migrar seus dados para o serviço de Cloud e 8% não souberam responder. Do total de empresas, a maioria (72%) já migrou seus documentos digitais de gestão, como planilhas eletrônicas, relatórios, apresentações e e-mails, para o serviço de Nuvem; 67% já migraram contratos digitais; e 61%, as aplicações ERP (softwares ou aplicações de gestão empresarial).
“Diante de tantos desafios no cenário corporativo para 2023, as empresas sabem que terão de manter e ampliar investimentos em tecnologia, para prosperar no ambiente de negócios. A pesquisa mostra que um desses investimentos é a migração para Cloud. Sete em cada dez empresas já migraram seus documentos digitais de gestão, como relatórios, contratos digitais, apresentações, e-mails e aplicações ERP para a Cloud. Isso aponta para um entendimento maior das vantagens desta tecnologia, como escalabilidade, aumento de produtividade, redução de dificuldades de acesso e indisponibilidade de sistemas, além de facilitar a adoção de novos componentes tecnológicos”, afirma Eduardo Guerreiro, sócio da área de Consultoria e líder de Cloud Transformation.
Sete em cada dez investirão em Inteligência Artificial (I.A) em 2023
A Inteligência Artificial (IA) está nos planos do empresariado para 2023. De acordo com a pesquisa, 20% já utilizam a tecnologia, entre os quais 14% ampliarão a utilização e 6% manterão. Outros 20% estão com aplicações em teste e 31% pretendem iniciar os investimentos em I.A. em 2023. Apenas 16% não utilizam I.A e nem pretendem; 13% não souberam responder.
Notam-se diversas aplicações para a tecnologia, mas existe uma predominância em temas em que o cliente é o centro. Para 13% das empresas, a I.A é aplicada no apoio ao suporte e atendimento dos clientes. Outras áreas das organizações que utilizam a solução são: inteligência de mercado (8%), campanhas de marketing (7%), gestão financeira, contábil ou fiscal (7%), processos ou atividades de vendas (6%), análise de crédito dos clientes (4%), gestão de fornecedores (4%) e gerenciamento de riscos operacionais (4%).
“A pesquisa mostra que, entre os executivos dessas empresas, há uma compreensão cada vez maior da importância da adoção de Inteligência Artificial como vantagem competitiva. Essa tecnologia está cada vez mais próxima de todos nós. O foco de adoção das empresas está em temas que tocam a transformação da forma de se relacionar com seus clientes. Assim, enquanto avançam com a migração para Cloud, as empresas têm acelerado seus investimentos em IA, e boa parte dessa movimentação deve ocorrer já neste ano”, destaca Fernando Fujihara, sócio da área de Consultoria e líder da prática de Enterprise Technology and Performance.
Inteligência de Dados, Internet das Coisas, Blockchain e qualificação tecnológica estão no radar
Em busca de intensificar o uso estratégico de informações, quase metade (46%) das empresas pretende aumentar os investimentos em Business Intelligence (BI), enquanto 6 em cada 10 farão investimentos em Data Analytics – aplicações de análise de Dados, que apoiam previsões e estratégia.
Muitos negócios também têm acelerado a migração para níveis mais avançados da produção 4.0. Uma parcela (10%) das empresas já usa drones em suas atividades e 12% pretendem aumentar os investimentos na chamada IIoT (Industrial Internet of Things), que emprega sensores e outros instrumentos na automação de processos produtivos.
Em termos de gestão, a maioria (72%) das empresas já utiliza um ERP, mas 28% deverão aumentar os investimentos nesses softwares em 2023. Quanto a ferramentas de customer marketing, 76% já adotaram soluções e 44% pretendem ampliar o investimento em 2023.
A adoção de tantas tecnologias exigirá novas habilidades dos profissionais: 90% das organizações farão investimentos em qualificação tecnológica e 54% o farão aumentando o volume de investimentos já feitos no ano anterior. Dentre as empresas que investirão em qualificação, 71% afirmam que recursos serão destinados a áreas além da TI.
Blockchain: jornada ainda no início
A tecnologia Blockchain ainda segue como emergente, com 5% das empresas participantes afirmando que a utilizam e 9%, que a estão testando. O total de empresas que utilizam a tecnologia é composto por 2% que declaram intenção de ampliar a utilização em 2023 e 3%, de manter o modo de uso. Do total dos participantes, quase metade (43%) não utiliza e nem pretende utilizar Blockchain. As áreas das empresas que usam Blockchain, em respostas múltiplas, são: administração e atendimento aos clientes (4%), gestão financeira, contábil ou fiscal (3%), gestão de fornecedores e estoque (3%), processos ou atividades de vendas (2%), análise do mercado (2%) e gestão e arquivamento de documentos (2%).
“Os executivos brasileiros sabem que uma agenda de investimentos estratégicos, principalmente em tecnologia e inovação, será fundamental para transformar as atividades das empresas, a fim de que mantenham a competitividade num cenário corporativo desafiador”, destaca João Gumiero, sócio-líder de Market Development da Deloitte.
Metodologia e amostra da pesquisa
A edição de 2023 da pesquisa “Agenda” contou com a participação de 501 empresas, cujas receitas líquidas totalizaram R$ 2,1 trilhões em 2022 — o que equivale a 21% do PIB brasileiro. A distribuição geográfica da amostra ocorre da seguinte forma (considerando a sede administrativa das empresas): 74% na Região Sudeste, 14% na Região Sul, 7% no Nordeste e 5% no Centro-Oeste e no Norte do País. Do total dos respondentes, 90% estão em nível executivo, ou seja, em cargos de conselho, presidência, diretoria e gerência. Adicionalmente, 36% das empresas participantes são de prestação de serviços, 16% de Manufaturas, 13% de Infraestrutura, 11% de TI e Telecomunicações, 10% de Serviços Financeiros, 7% de Agronegócio, 5% de Comércio e 2% Extrativas. Do total de empresas participantes, 94% são privadas e 41% exportam e importam. As respostas da pesquisa foram coletadas entre 2 de fevereiro de 2023 e 5 de março de 2023.
Serviço
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