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Aruba apresenta dispositivos Wi-Fi que usam energia do ambiente

Grupo de trabalho do padrão IEEE 802.11 também está desenvolvendo avanços em aplicações de IA/ML para redes sem fio, bem como serviços de localização com precisão de 10 cm

Aruba apresenta dispositivos Wi-Fi que usam energia do ambiente

Desde que surgiu, em 1997, o Wi-Fi evolui de 1 Mbit/s para 9.600 Mbit/s no atual Wi-Fi 6E, e o grupo de trabalho do padrão IEEE 802.11 continua atualizando a tecnologia em busca não apenas de mais velocidade e qualidade, mas de novos serviços. Dorothy Stanley, arquiteta de Padrões da Aruba, uma empresa da Hewlett Packard Enterprise, é a atual presidente do grupo. A executiva veio ao Brasil para apresentar as novidades mais recentes ao setor em uma conferência que foi encerrada hoje no Rio de Janeiro.

“A evolução do Wi-Fi significa facilitar novos casos de uso, inovação e oportunidades de crescimento para empresas e indústrias dos mais variados segmentos de mercado. Uma das áreas de pesquisa mais promissoras é o desenvolvimento de dispositivos IoT que usam energia do ambiente, potencialmente sem a necessidade de uma bateria”, destaca. O desenvolvimento de protótipos está em andamento para esses dispositivos, que coletam energia de ondas de rádio, luz solar ou qualquer outra fonte disponível no ambiente.

O desenvolvimento de protótipos está em andamento para esses dispositivos, que coletam energia de ondas de rádio, luz solar ou qualquer outra fonte disponível no ambiente     

De acordo com a executiva, os dispositivos IoT sem fio exigem troca periódica de bateria e muitas vezes são inviáveis para uso em condições ambientais extremas. Dessa forma, é necessário criar dispositivos de baixa complexidade e pequeno tamanho com ciclo de vida mais longo e baixíssimo consumo de energia, inferior a 1 miliwatt (mW). As redes Wi-Fi já fornecem uma solução de implementação simples e econômica para atender a um número significativo de casos de uso de IoT, e as atividades em andamento no grupo de trabalho do padrão IEEE 802.11 permitirá que os casos de uso continuem a crescer.

O uso de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina também está sendo investigado pelo grupo, que busca explorar a viabilidade técnica do uso aprimorado de recursos com base nessas tecnologias. As aplicações previstas incluem a seleção de parâmetros de melhoria de desempenho para controle de acesso de Canal e adaptação de link, parâmetros multiusuário, tamanhos de janela de contenção, uso de canal e aplicabilidade em sistemas padrão IEEE 802.11. O uso de técnicas AIML para melhorar as transições de um ponto de acesso Wi-Fi para outro também está sendo investigado com o intuito de fornecer maior duração da bateria do dispositivo e uma experiência de usuário otimizada.

Um terceiro ponto que Stanley destaca no futuro do Wi-Fi é o serviço de localização suportado por mecanismos no padrão IEEE 802.11az-2022, com precisão de 10 cm em ambientes internos. “Os recursos atuais oferecem precisão de cerca de 1 metro e permitem que as redes de auto localização implementem redes sem fio locais de maneira fácil, rápida e econômica, suportando serviços como localização em ambientes internos. Mas o padrão 802.11az e a certificação Wi-Fi Alliance já disponíveis oferecem maior precisão de alcance. Assim, com uma conexão segura, autenticada e privada, é possível implementar serviços sensíveis à localização do usuário, como abrir o carro com o smartphone ou sacar dinheiro no caixa”, explica.

Wi-Fi no Brasil
O Brasil é um dos líderes mundiais na oferta de Wi-Fi 6E e pretende se tornar o primeiro país do mundo a adotar o Wi-Fi 6E para áreas externas na frequência de 6 GHz – uma consulta pública deve ser realizada ainda neste semestre. O País liberou toda a banda de 6 GHz para Wi-Fi, o que causou uma reação das empresas de telecomunicação, que demandam usar parte da banda para o 5G.

“O atual cenário brasileiro é muito interessante para falarmos da evolução do Wi-Fi e de como o 5G o complementa”, comenta. Stanley ressalta que é importante destacar o resultado de uma análise recente do grupo de trabalho, que comparou essas duas tecnologias sem fio e conclui que as redes baseadas em IEEE 802.11ax (Wi-Fi 6/6E) atendem ou excedem os parâmetros MAC/PHY identificados para sistemas 5G para hotspot interno e aplicações urbanas densas. Assim, as redes Wi-Fi 6/6E podem ser usadas em áreas de alto tráfego de dados para complementar os sistemas celulares 5G e fornecer a experiência necessária ao usuário final. Diferente do que a maioria das pessoas pensa, é possível atingir essa alta performance com uma rede Wi-Fi. O uso de Wi-Fi em 1200 MHz completos na banda de radiofrequência de 6 GHz, conforme permitido pelos reguladores do Brasil, permite uma combinação perfeita para fornecer operação de alto rendimento, proteger usuários licenciados existentes na banda de 6 GHz e fornecer valor econômico significativo aos consumidores.

Outra tecnologia complementar conhecida como 5G privado usa espectro dedicado, normalmente para fornecer uma rede de sobreposição para atender às necessidades de comunicação em configurações industriais específicas, como portos, minas e grandes usinas de energia. Em fevereiro, a Hewlett Packard Enterprise comprou a Athonet, uma provedora italiana de tecnologia de rede celular privada que fornece redes principais móveis para empresas e provedores de serviços de comunicação. Por meio desta aquisição, a companhia está criando um dos portfólios de Nuvem mais completos em Wi-Fi e conectividade 5G privada. Esses novos recursos de Nuvem 5G privada serão integrados à plataforma HPE GreenLake, permitindo que os clientes combinem Wi-Fi e 5G privado em uma assinatura que pode ser dimensionada de acordo com a demanda.

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