Criado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, o programa OpenRAN@Brasil tem por objetivo acelerar o desenvolvimento de tecnologias de telecomunicação no País através do oferecimento de um ambiente de testes baseado em Open RAN. A iniciativa é liderada pela RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) e pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD). A ideia é aumentar a disponibilidade e o desempenho dessa rede através da pesquisa e desenvolvimento no tema, e assim garantir a democratização do acesso em todo o País.
Para avançar com o desenvolvimento e a adição de funcionalidades e tecnologias nesse ambiente de testes, a RNP lançou a primeira chamada pública do programa destinada ao setor acadêmico. O foco da chamada pública são pesquisadores vinculados a qualquer instituição de ensino, sejam elas públicas ou privadas. A intenção da RNP é escolher grupos de trabalho para cooperar no desenvolvimento do testbed do OpenRAN@Brasil. Um testbed é uma plataforma de experimentação física ou virtual que permite ao pesquisador realizar experimentos em um ambiente e observar os resultados de forma consistente e replicável.
“O objetivo desta chamada é selecionar Grupos de Trabalho (GTs) para colaborar na adição e na evolução de funcionalidades e tecnologias do testbed OpenRAN@Brasil. Para isso, pretendemos contar com diferentes expertises e experiências da área acadêmica que vão agregar ao programa”, diz a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da RNP, Iara Machado.
Em resposta à chamada, os proponentes deverão submeter propostas aderentes com os interesses presentes no texto. Após a seleção, a execução dos projetos terá a duração de 01 ano (12 meses). Para se candidatar, cada grupo deve contemplar, em sua proposta, ao menos um dos tópicos de interesse definidos no edital. Todos integram a base tecnológica do programa OpenRAN@Brasil.
O primeiro desses campos é o desenvolvimento do próprio testbed. A ideia é aperfeiçoar a plataforma de experimentação, de modo a desenvolver novas funcionalidades, como: agendamento de experimentos e monitoramento do testbed.
O segundo tópico é o desenvolvimento em Software-Defined Network (SDN). O SDN é um modelo de rede de computadores que usa um controlador baseado em software, e não em hardware. Uma das vantagens é que, dessa maneira, a rede pode ser gerenciada virtualmente e de maneira descentralizada. Neste tópico, devem ser desenvolvidas funcionalidades que auxiliem os componentes de orquestração.
O terceiro tópico de interesse é a orquestração de recursos e serviços. O objetivo é fazer com que os grupos desenvolvam e implementem funcionalidades que agreguem na orquestração dos múltiplos domínios tecnológicos presentes no OpenRAN@Brasil.
Como participar da chamada
As submissões de propostas devem ser feitas até o dia 28 de abril por meio do sistema JEMS. O documento deve ter um número máximo de 10 páginas e seguir o modelo definido na página da chamada pública. A RNP irá destinar um valor bruto máximo de R$ 132 mil para a remuneração de cada grupo e um total de R$ 20,8 mil para a aquisição de equipamentos e contratação de serviços de Nuvem.
Uma questão essencial para o programa é que as propostas devem possuir arquiteturas de software facilmente reutilizáveis, extensíveis e bem documentadas, para facilitar futuras atualizações e a formação de uma comunidade de desenvolvedores. Além disso, os componentes utilizados no desenvolvimento devem ter independência de licenças comerciais.
As propostas passarão por avaliação de um comitê e serão avaliadas segundo estes critérios: expertise do grupo, conexão com o tema, viabilidade técnica e qualidade da proposta. A divulgação dos resultados ocorrerá a partir do dia 12 de junho.
Grupos irão atuar durante 1 ano
Os grupos de trabalho selecionados irão atuar por um período de 12 meses, entre setembro de 2023 e agosto de 2024. Durante esse período, o responsável pelo GT deverá entregar um conjunto de relatórios detalhando o desenvolvimento dos trabalhos. É por meio deles que a RNP irá acompanhar a evolução de cada um dos projetos.
Ao final dos trabalhos, o GT deverá apresentar a solução desenvolvida em nível técnico, validada no ambiente do Testbed do OpenRAN@Brasil, disponibilizando o código fonte, os executáveis, os arquivos de configuração e demais arquivos. O grupo também terá que entregar toda a documentação técnica da ferramenta, trazendo detalhes sobre sua implementação, usabilidade e manutenção.
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