Gerenciar uma empresa nunca foi uma tarefa simples. À medida em que o mercado se torna cada vez mais competitivo e globalizado, cabe às organizações buscarem por métodos que agilizem e agreguem mais eficiência em sua cadeia produtiva. Diante disso, novas tendências tecnológicas, visando contribuir com o crescimento das companhias vêm surgindo e, dentre elas, está a manufatura inteligente.
A Indústria 4.0 desencadeou a era da Transformação Digital no setor. Se, antes, a ideia de conciliar a mão de obra humana aos maquinários era algo distante, hoje, já é uma realidade. De acordo com o estudo “Projetando 2030: uma visão dividida do futuro”, da Dell Technologies, realizado com líderes do mundo todo, foi mostrado que, no Brasil, 88% dos executivos acreditam que, nos próximos cinco anos, a integração entre colaboradores e máquinas será totalmente unificada.
E, é justamente sobre isso que a manufatura inteligente se aplica. O conceito se trata de um processo de revolução dos meios de produção a partir da integração de novas tecnologias, como Big Data, IOT (Internet das Coisas), IA (Inteligência Artificial), entre outras. Através da sua implementação, torna-se possível melhorar os indicativos de performance, ajudando na otimização de custos de fabricação, agregando na maior agilidade nos processos, até mesmo, fornecendo dados para a identificação de demandas que impactam na prestação de um atendimento personalizado aos clientes – algo que, cada vez mais, vem sendo buscado pelo público.
Certamente, a ideia de contar com um recurso tecnológico em favor da companhia brilha aos olhos. Todavia, ainda temos um desafio a ser superado no nosso país. Se por um lado temos aqueles que entendem a importância de investir na modernização da linha de produção, por outro, ainda temos uma parte que não possui essa visão e consideram essa ação como um gasto, sem previsão de retorno.
No entanto, precisamos enfatizar que essa não é uma ação que acontece do dia para a noite, mas que demanda um conjunto de passos visando o seu sucesso. Mais do que aplicar o conceito de manufatura inteligente nas fábricas, é importante alinhar com os líderes e gestores que sua eficiência dependerá das práticas de gestão e controle operacionais, que desde já precisam estar bem instruídas.
Nessa jornada, contar com o apoio de uma ferramenta de gestão, como um ERP, é o ponto chave dessa transição. O software atua com foco em orquestrar dados e informações, a fim de apoiar na tomada de decisão a partir do fornecimento de tais indicadores – favorecendo em uma análise mais precisa. Além disso, a integração com outras tecnologias auxilia seu desempenho conjunto aos equipamentos, ajudando no fornecimento de indicadores em tempo real, bem como na identificação de prováveis gargalos operacionais.
Por sua vez, é importante destacar que todo o processo de escolha envolvendo os maquinários e ferramenta de gestão deve incluir toda a equipe. Afinal, como o processo de modernização impacta toda a empresa, é preciso reforçar a importância da participação de todos, desde a liderança até os colaboradores, de forma que estejam a par das ações decisórias para garantir o sucesso dessa transição.
A ideia por trás do conceito da manufatura digital já faz parte do nosso cotidiano. A pandemia, por exemplo, ajudou a destacar a importância da tecnologia como meio de sobrevivência para diversos negócios. Afinal, independente de localização, segmento e porte empresarial, todos fazem parte do mesmo espectro de desenvolvimento, almejando ir ainda mais adiante.
Deste modo, torna-se primordial para as companhias buscarem e intensificarem, desde já, cada vez mais, o seu processo de modernização a fim de assegurar resultados promissores de desempenho. Mas, antes de trazer algo novo, é essencial ter a “casa em ordem”, ajustando e alinhando as ações gerenciais para operarem conjuntamente. Até porque, para existir evolução, é importante garantir a transformação.
Por Cristiano Silvestrin, diretor da Alfa Campinas.
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