book_icon

Futurecom 2022: destaques do primeiro dia

No painel de abertura da trilha FutureGOV, o foco foi em “construir” as smart cities em todo o País, considerando as necessidades e entraves inerentes das pequenas cidades

Futurecom 2022: destaques do primeiro dia

Começou nesta terça-feira,18, e vai até o dia 20 de outubro no São Paulo Expo, a 22ª edição do Futurecom, evento de Tecnologia, Telecomunicações e Transformação Digital, que tem o 5G como grande protagonista das discussões. A palestra de abertura do Future Congress, com participação de Maximiliano Salvadori Martinhão, Secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, abordou o leilão 5G e os próximos passos na difusão da nova geração de Internet no Brasil.

O representante do Ministério das Comunicações defendeu o leilão não-arrecadatório do 5G e a implementação do 5G standalone. Ao parafrasear o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, Martinhão ressaltou: “Queremos uma Ferrari no 5G, não um Fusca”. Diferente de leilões passados, na política criada para o processo de implementação do 5G, o Secretário destacou que mais de 90% dos investimentos foram convertidos em obrigações, dentro das diretrizes apresentadas pela portaria, com compromisso de investimentos até 2030. Dentre os compromissos estabelecidos estão 36 mil km de cobertura 4G nas rodovias brasileiras, cabos ópticos subfluviais implementados em rios do Amazonas, bem como a implementação de conexão de banda larga em escolas públicas.

Desafio do setor de Telecomunicações é deixar de ser um serviço apenas B2C para, principalmente, prestar serviços B2B 

Martinhão apresentou os macros números da Anatel, como 357,2 milhões de contratos de telecomunicações (agosto/2022) e 43,7 milhões de acessos banda larga fixa. Sobre o último, o palestrante explicou: “Mais da metade dos usuários de banda larga são atendidos por pequenos provedores de acesso. A legislação brasileira tornou tão simples se tornar um ISP, que no Brasil temos mais de 125 provedores de acesso.”

Transformação Digital via 5G
A respeito do impacto da implementação do 5G no Brasil, Martinhão elencou quatro principais pilares que irão transformar a sociedade brasileira: econômico-social: impacto na geração de empregos e formas de trabalho; infraestrutura: necessidade de aumento de fibra óptica, data centers para estratégias em Nuvem e a capacidade do core das redes; dispositivos: maior demanda de celulares com sistemas atualizados e sensores para empresas e indústrias e, serviços: desafio do setor de Telecomunicações de deixar de ser um serviço apenas B2C para, principalmente, prestar serviços B2B.

Finalizando sua apresentação, Martinhão ressaltou o sucesso da implementação do 5G no Brasil: “A gente conseguiu em menos de um ano após a realização do leilão já ter o 5G em todas as capitais do Brasil.” Explicou que durante esse processo, a Anatel realizou a conclusão do leilão, a assinatura de contratos com entidades, a limpeza das faixas de frequência e distribuição de kits para famílias que usavam antenas parabólicas para que o 5G estivesse em funcionamento.

Inovação no Poder Judiciário
Dedicado a discutir a digitalização e a aplicação das novas tecnologias no Poder Judiciário, o Future JUD, uma das trilhas do congresso do Futurecom 2022, teve seu dia inaugural contemplado com a palestra do Juiz do Trabalho Titular da 1ª Vara de Ji-Paraná (RO), Carlos Antonio Chagas Junior, que abordou o tema “Justiça no Metaverso: o caso de Rondônia”.

Transmitida virtualmente, sua explanação teve por objetivo apresentar o ingresso do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, que atende aos Estados de Rondônia e Acre, no metaverso — ambiente digital que promete trazer diversas possibilidades à justiça e fomentar a acessibilidade da população aos órgãos judiciais.

Novas possibilidades com o Metaverso
Com o uso desta inovação, que simula virtualmente todo o ambiente da unidade física, o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região concede aos servidores e aos cidadãos a possibilidade de imergirem com grande parte de sua “engrenagem”. Com isso, podem visualizar vídeos, acompanhar audiências, interagir com outros avatares, dentre outras possibilidades. A consequência será a maior integração entre a população e a justiça, com maior eficiência das varas e tribunais do País. “Com a tecnologia, já aumentamos em quatro vezes a velocidade dos processos”, revelou.

Cidades Inteligentes
No painel de abertura da trilha FutureGOV, o foco foi em “construir” as smart cities em todo o País, considerando as necessidades e entraves inerentes das pequenas cidades. Participaram deste painel o gerente de Projetos do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Leonardo Luciano de Almeida Maia; o prefeito da cidade mineira de Caxambu, Diogo Curi; o prefeito de Santa Rita do Sapucaí (MG), Wander Wilson Chaves, e o seu secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Públio de Paiva Teles.

Em abril de 2021, o Inatel anunciou um projeto-teste em parceria com o Bndes, o Pilotos IoT & Cidades Inteligentes, para levar projetos de smart cities para alguns municípios, incluindo ambas as cidades representadas no evento. Neste debate, foram apresentadas as primeiras impressões das aplicações de soluções inteligentes para iluminação, segurança e rastreamento de veículos. O principal objetivo do projeto é criar nas cidades envolvidas uma infraestrutura inicial para aplicação de tecnologias de sensoriamento e inteligência artificial, que facilite as decisões dos gestores públicos na utilização dos recursos.

De acordo com Maia, o ideal é começar em pequena escala para que possa enxergar as vantagens obtidas com estes investimentos. “Algumas prefeituras estão buscando o Inatel para fazer parceria para projetos customizados, que atendam à realidade e as condições financeiras que o município tem”, enfatizou o especialista, que ainda alertou que o Bndes e outros bancos de fomento já oferecem linhas de financiamento para projetos de cidades inteligentes.

Para o prefeito Wander Wilson Chaves, existe a permanente necessidade de trabalhar um modelo de educação para que todos os cidadãos possam usufruir deste conceito. “A tecnologia é ótima, mas é preciso olhar também para o pilar educacional. Conectando as tecnologias com a educação e a cultura, teremos cidades cada vez mais inovadoras”, complementa.

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de Santa Rita do Sapucaí, Públio de Paiva Teles, reforça que não basta colocar equipamento nas ruas para ser uma cidade inteligente. “A cidade inteligente é uma soma de fatores, dentro e fora da administração pública.”

Em Caxambu, o projeto em parceria com a Inatel apostou na iluminação inteligente e no cercamento digital, por meio do monitoramento das placas dos veículos e da própria cidade. “Essa é a base para que novas tecnologias sejam adotadas, sem esquecer da também necessária superação de grandes obstáculos, como orçamento e burocracias.”

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.