Os canais digitais continuam em franco crescimento no setor financeiro. Em 2021, o mobile banking impulsionou crescimento de 15%, em relação ao ano anterior, do número de transações, que somaram nada menos do que 119,5 bilhões. Sete em cada dez transações bancárias já são realizadas por canais digitais: celular ou internet banking. É o que mostra Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022.
O salto no mobile banking em transações com movimentação financeira foi ainda maior, registrando 75% de aumento, apoiado na popularização do Pix. O que revela a preferência do consumidor por realizar transações bancárias pelo mobile banking.
Para se ter uma ideia desse avanço, em 2021, foram realizados mais de 4,5 bilhões de pagamentos instantâneos e em março deste ano, o número de usuários que realizam mais de 30 Pix por mês chegou perto de 4 milhões, ou seja, 809% de crescimento em relação aos 12 meses anteriores.
O Pix está se expandindo mais rapidamente entre as pessoas físicas, de acordo com o levantamento. Houve crescimento de 1.041% no número dessa categoria de usuários que realizam mais de 30 transações instantâneas por mês. Entre as pessoas jurídicas, o crescimento do número de usuários com mais de 30 Pix recebidos por mês cresceu 366%.
Uma das surpresas do estudo é que pela primeira vez, o número de contas correntes abertas nos canais digitais ultrapassou o de contas abertas em canais físicos, somando 10,8 milhões em 2021, incremento de 66% em relação ao ano anterior.
O diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, Rodrigo Mulinari, destacou outros dados do estudo que também surpreenderam positivamente, como a estimativa de investimentos em tecnologia no setor para 2022 de R$ 35,5 bilhões, que segundo ele só perde para o setor de governo. E ainda, apontado por Sérgio Biagini, sócio-líder de Financial Services Industries da Deloitte, o número de acessos do cliente mobile ao seu banco ter saltado de 24 ao mês para 40, além do total de clientes heavy user ativos por canal em mobile banking de 55,9 para 75,2, registrando aumento de 35%.
Open Finance
O crescimento de usuários pessoa física com consentimento para doação de dados foi de 18% em apenas quatro meses, entre dezembro de 2021 e abril de 2022. Já entre clientes pessoa jurídica, o crescimento foi de 60% nesse período. Quase a totalidade de usuários que compartilharam seus dados optaram pela vigência máxima de um ano, demonstrando confiança na segurança de dados do sistema.
Um número expressivo nesse período que totalizou, 644 mil correntistas que autorizaram o compartilhamento de dados para receber produtos e serviços de bancos concorrentes e fazer suas escolhas em busca de melhores taxas. Do outro lado do balcão, apenas 4 mil empresas aderiram ao Open Finance, de acordo com dados enviados por apenas nove dos 27 bancos pesquisados pela federação bancária.
Na esteira do Open Finance, os bancos apostam em inovação e personalização para Open Insurance. As principais ações previstas para adequação à modalidade na área de seguros em 2022 focam principalmente em inovação de produtos e cobertura de novos riscos, personalização de canais e produtos para o cliente, maior uso de analytics na tomada de decisão, desenvolvimento de negócios digitais, modernização de aplicativos e modernização do portal desenvolvedor (plataformas de APIs). Entre os 11 bancos abordados, 27% pretendem investir em insurtech ainda neste ano.
Serviço
www.febraban.org.br
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo