A produtividade e o controle de recursos nas lavouras e na criação de animais são temas centrais para o Agronegócio, que deve se beneficiar, de maneira significativa, da chegada do 5G no Brasil. A expectativa é que a tecnologia de quinta geração amplie a conectividade e permita o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis. Ganhando cada vez mais espaço no Agronegócio, esta pauta estará em discussão durante o Futurecom 2022, que acontecerá no São Paulo Expo, na capital paulista, entre os dias 18 e 20 de outubro.
A chegada do 5G traz ao Agronegócio a possibilidade de ter mais dispositivos conectados em uma mesma rede, que poderão auxiliar na redução de desperdícios no setor. A expectativa é que a tecnologia gere, em 15 anos, mais de US$ 76 bilhões ao Agronegócio, além de US$ 1,1 trilhão ao País, como mostra pesquisa realizada pela Omdia em parceria com a Nokia.
“Com melhor cobertura, capacidade da rede ampliada e qualidade na conexão, podemos implementar elementos que trarão eficiência para o processo produtivo integrado, desde os insumos até o envio do produto ao destino. Uma dessas possibilidades é o uso de drones para monitoramento climatológico, das operações agrícolas e identificação de pragas e até otimização de processos de irrigação”, explica Hermano Pinto, diretor do Portfólio de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom, que este ano retorna ao modelo presencial.
Alinhado ao uso de novas tecnologias em IoT e Machine Learning, o 5G torna esses processos possíveis, mais seguros, rápidos e eficientes. “É possível utilizar o 5G visando minimizar as altas taxas de perdas de alimentos ou, ainda, para o controle eficiente de uso pesticidas, com o objetivo de minimizar os impactos na saúde da população, baratear os custos de produção e impedir a contaminação do solo e lençóis freáticos”, explica Yanis Stoyannis, professor de Segurança de Telecomunicações e Internet do Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (IDESP).
Apesar de inovador, ainda há muitos desafios que devem ser superados para que a implementação do 5G no campo tenha sucesso em todo o Brasil, sendo um deles as dimensões continentais do País, que pode atrasar a chegada em todas as regiões. De acordo com Stoyannis, muitas vezes o investimento para alcançar áreas remotas é extremamente elevado e o retorno financeiro pode não ser suficiente para alavancar a iniciativa.
“O uso da do 5G pode agregar muitos benefícios, com mais sustentabilidade e aproveitamento de recursos em toda a cadeia Agro, mas para que haja esse retorno esperado o setor deve investir, efetivamente, na implementação da tecnologia. Um estudo recente realizado pela Deloitte e o Ministério da Economia indica que o potencial total em benefícios para o Brasil até 2031 será de R$ 590 bilhões. Nosso grande desafio é ampliar a produtividade da economia, e o 5G será fundamental neste processo”, reforça Hermano.
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