A brasileira Airvantis, empresa especializada em logística espacial, lançou nesta manha no foguete Falcon 9, experimentos para Estação Espacial Internacional, colocando o Brasil como protagonista no novo, robusto e promissor segmento econômico denominado “NewSpace”, que vem substituindo, desde a última década, governos e suas estatais na exploração do espaço. A empresa enviou ao espaço uma pesquisa científica apoiada pelo governo brasileiro e financiada pela farmacêutica Cimed com objetivo de desenvolver novo tratamento para a Covid 19.
A Airvantis tem, ainda, outros 4 lançamentos programados para fevereiro, março, junho e julho de 2022. Entre estes lançamentos, que serão divididos entre lançamentos do Cabo Canaveral, Ilha Wallops e Cazaquistão, está incluído o Cimed X, projeto da farmacêutica, um dos destaques em volume de vendas do setor a qual tem como objetivo realizar um experimento para cristalizar proteínas no espaço – técnica já utilizada há mais de 20 anos e que permite explorar as condições de microgravidade, buscando obter cristais de proteína de melhor qualidade. A Cimed também enviará ao espaço, em fevereiro, uma placa comemorativa da empresa que será instalada no exterior da estação espacial, o que se converterá na primeira ação de marketing envolvendo a exploração espacial no País.
“Há muitas oportunidades para diversos setores da economia a serem exploradas em pesquisa científica no espaço. É uma grande satisfação podermos colaborar na realização de trabalhos brasileiros na Estação Espacial Internacional”, afirma Lucas Fonseca, CEO da Airvantis.
Criada para oferecer acesso de baixo custo ao espaço para empresas e governos, a Airvantis tem navegado, por meio de parcerias estratégicas, no surpreendente desenvolvimento tecnológico do setor que vem reduzindo significativamente os custos dos lançamentos de satélites e foguetes. Os custos logísticos para envio de experimentos ao espaço variam de acordo com a complexidade científica do projeto, entretanto, o lançamento isoladamente não é tão caro. Para enviar uma carga de 1 kg para a Estação Espacial Internacional o custo é, em média, de US$ 50mil. Já o envio de uma carga no mesmo peso para a Lua, chega hoje a US$ 1milhão.
“Essa nova realidade colocou as pesquisas espaciais no radar das empresas, em especial nas áreas de saúde, fármacos, novos materiais e processos quimos e biológicos. Outra vertente interessante é a exploração espacial nas estratégias de marketing da empresas, iniciativas que vêm se tornando comum lá fora e que iremos realizar pela primeira vez no Brasil para a Cimed”, explica Lucas Fonseca, CEO da Airvantis.
Além de outros fornecedores, a companhia tem parceria exclusiva com a japonesa SpaceBD, empresa que vem trilhando um caminho de sucesso de lançamentos espaciais e que tem autorização para uso das instalações japonesas na Estação Espacial Internacional e acesso logístico à Lua. “Estamos projetando nossa primeira viagem para a Lua em 2025, pretendemos anunciar em breve uma grande missão com participação brasileira”, pontua.
Com bases no Brasil e nos Estados Unidos, a Airvantis foi fundada em 2013 pelo engenheiro espacial Lucas Fonseca, que participou de uma das maiores missões espaciais até então, a Rosetta, conduzida pela Agencia Espacial Europeia (ESA), e propôs em 2016 a primeira missão brasileira à lua, a missão Garatéa. “Venho desenvolvendo iniciativas para desenvolver e economia espacial no Brasil, e a Airvantis tem sido o instrumento catalizador de diversas ações no Brasil, que vão desde projetos educacionais ligados ao espaço, até entrega de satélites para uso no Brasil junto a parceiros internacionais”, explica Fonseca.
Nomes conhecidos como Elon Musk, Richard Branson e Jeff Bezos são apenas a ponta do iceberg em uma extensa cadeia produtiva formada por diversas empresas privadas e centros de pesquisa, além de centenas de startups espalhadas pelo mundo que receberam, em 2021, mais de US$ 7 bilhões em aporte, o dobro do ano anterior
“Estamos absolutamente preparados para mudar este cenário e com um custo bastante atraente para centenas de empresas brasileiras, latino-americanas e órgãos governamentais no Brasil e região que deverão acessar nossos serviços”, afirma.
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