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IDC mostra que pandemia contribuiu para queda nas vendas de celulares no Brasil

Janeiro começou em alta, fevereiro apresentou sinais de retração e março mostrou claramente os impactos da Covid-19. Apesar da diminuição no volume, com aumento do ticket médio, receita cresceu 6,3%
IDC mostra que pandemia contribuiu para queda nas vendas de celulares no Brasil

No primeiro trimestre de 2020 foram comercializados oficialmente no Brasil 10,4 milhões de celulares, 8,7 % a menos do que no mesmo período do ano passado, segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1 2020 realizado pela IDC, que atua em inteligência de mercado, serviços de consultoria e eventos para os mercados de tecnologia da informação, telecomunicações e tecnologia de consumo. Do total, 9,8 milhões foram smartphones, queda de 7,8%, e 544 mil foram feature phones, retração de 22,4% em relação ao primeiro trimestre de 2019. “Estávamos otimistas no início do ano. Fechamos janeiro com alta de 14%, mas com a proximidade da pandemia de Covid-19 as vendas começaram a cair”, revela Renato Meireles, analista de pesquisa e consultoria em Consumer Devices da IDC Brasil.
Segundo ele, em fevereiro a queda nas vendas foi de 4%, reflexo do desabastecimento do varejo, e chegou a 27% em março, com o início da quarentena e fechamento do comércio. “Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença, e equilibraram melhor o seu estoque. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes produzidos na China, foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo”, justifica Renato. Já a tendência de queda para o segmento de feature phones se confirmou, mas foi menos acentuada do que o previsto. “Ainda há espaço para a categoria”, disse o analista da IDC Brasil.

Os fabricantes que não dependem de componentes fabricados na China não foram tão afetados com o lockdown em Wuhan, epicentro da doença, e equilibraram melhor o seu estoque. Já aqueles que possuem uma dependência maior dos componentes produzidos na China, foram impactados e os efeitos chegaram ao varejo 

No mercado oficial, o preço dos smartphones no primeiro trimestre de 2020 ficou 15,1% mais alto por causa do dólar, e a média foi de R$1.473. Os mais vendidos – com 5,1 milhões de unidades – foram os intermediários premium, com preço entre R$ 1000 e R$ 1999, alta de 53%, e os da categoria premium, entre R$ 2000 e R$ 2999, com 1,2 milhões de unidades e 266,5% de aumento em relação a janeiro e março de 2019. Os feature phones ficaram 62,1% mais caros, custando em média R$ 177.
No mercado oficial, a receita dos smartphones no primeiro trimestre de 2019 foi de R$ 14,5 bilhões e a de feature phones R$ 96 milhões, respectivamente, 6,2% e 25,9% maior do que no mesmo período do ano passado.
Mercado cinza no primeiro trimestre de 2020
De janeiro a março de 2020, foram vendidos no mercado cinza 1,1 milhão de smartphones, alta de 135% em relação ao primeiro trimestre de 2019. “O maior movimento foi em janeiro, consequência dos lançamentos mundiais ofertados também no mercado paralelo. Nos meses seguintes, com o fechamento das fábricas chinesas, houve queda no abastecimento e nas vendas”, diz o analista da IDC Brasil. Quanto ao preço dos smartphones no mercado cinza, caiu 10%.
Já o mercado cinza de feature phones sofreu queda no primeiro trimestre de 2020, com a venda de 30 mil unidades, 86% a menos do que o mesmo período de 2019, e preço médio 31,5% mais baixo. “As fabricantes brasileiras têm feito ações junto aos canais de venda oficiais e estão tirando a força do mercado paralelo”, explica o analista da IDC Brasil.
Expectativas
No segundo trimestre de 2020, os efeitos da pandemia devem ser ainda mais sentidos no mercado de celulares, resultado do fechamento do comércio em abril e maio. A expectativa é de queda de 32%, mesmo com dia das mães no período e com as mudanças de hábitos de consumo, com serviços de streaming e ensino a distância, por exemplo, que podem levar o brasileiro a buscar por celulares com mais recursos. Para o mercado cinza, a previsão também é de queda por conta da alta do dólar e das ofertas do varejo oficial, após a flexibilização e abertura do comércio físico.
Serviço
www.idc.com
www.idclatin.com

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