*Alan Zilioti
Em toda história, a humanidade tomou decisões com base numa parte do todo, na amostragem, na pesquisa, na estimativa. Agora pela primeira vez, podemos começar a tomar decisões com base no todo, com 100% da informação. Essa reflexão foi feita pelo professor Michael Malone, da Universidade Santa Clara (Vale do Silício) e nunca fez tanto sentido como diante do momento que estamos vivendo.
Saímos, então, de um cenário no qual tínhamos um pouco mais que um punhado de dados não-estruturados para avanços que vão muito além da tecnologia. Estamos falando da era da transformação digital, movimento que visa impulsionar a digitalização dos negócios. Porém, para que as empresas possam navegar verdadeiramente nesse mar é preciso ter um aproveitamento melhor das informações.
Como ainda, para muitas organizações, não é possível mensurar com tamanha exatidão o alcance e o impacto com analytics, as empresas precisam preparar suas equipes para que elas consigam consumir os dados de forma correta.
E é aí que entra a importância do Data Literacy. Semelhante ao processo de alfabetização, o Data Literacy ou alfabetização de dados é a capacidade de ler, entender, criar e comunicar dados como informação. Hoje em dia, os dados estão em evidência e isso ocorre porque eles se tornaram o principal ativo de uma empresa.
Quando você trabalha dessa forma passa a levar conhecimento e ação para dentro de casa. E essa mudança de cenário impulsiona a ascensão da alfabetização dos dados. Sem movimentação, os gestores não conseguem ter 100% de aproveitamento de uma solução tecnológica, pois faltam dados estatísticos. Hoje em dia, o conhecimento analítico sobre dados deve ser a segunda língua das empresas, depois do idioma português.
Uma reunião deve ser conduzida com base em dados. Abre-se um dashboard interativo em que o gestor consegue navegar em tempo real no painel e trazer respostas para qualquer tipo de análise que se deseje. Por exemplo, se o comercial precisa saber como foram as vendas numa cidade específica no interior do Estado, dentro de um espaço de tempo e comparar, ainda, essa análise com o desempenho do concorrente, o ideal é que se gaste no máximo três cliques para obter esse cenário.
O ponto é que sem a alfabetização dos dados isso não será possível. Ainda falta, para boa parte dos profissionais, o conhecimento mais aprofundado sobre a importância de analisar os dados e transformá-los em informações.
Pessoas, processos e tecnologia. Estes são os três elementos comuns a todas as mudanças nos negócios. Qualquer organização que esteja passando por uma transformação digital deve levar em consideração um quarto elemento-chave: dados.
Não apenas as organizações devem tomar medidas para educar os profissionais envolvidos na elaboração de soluções, produtos e serviços orientados por dados, mas também garantir que essas etapas atinjam o objetivo de ensinar todos os funcionários relevantes a falar dados como sua segunda nova língua. É alimentando comunidades que uma nova linguagem florescerá. Pense nisso!
*Alan Zilioti é CEO da A10, consultoria em Analytics do Grupo IN.
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