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IoT vai impactar a economia mundial em US$ 11 trilhões até 2025, aponta FGV

Pesquisa recente realizada pela Cisco estima que a IoT pode adicionar US$ 352 bilhões à economia brasileira até o final de 2022
IoT vai impactar a economia mundial em US$ 11 trilhões até 2025, aponta FGV

A Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês) tem sido encarada com otimismo por setores da indústria, podendo vir a se tornar um importante elemento econômico nas próximas décadas. A estimativa de impacto econômico global vinculado ao cenário de IoT corresponde a mais de US$ 11 trilhões até 2025. Algumas estimativas antecipam cerca de 100 bilhões de dispositivos inteligentes conectados até 2020.

Já existem exemplos de aplicações de IoT pelo País, e estas experiências tendem a aumentar

“A IoT poderá trazer inúmeros benefícios aos consumidores. Dispositivos de saúde interconectados permitirão monitoramento mais constante e eficiente e interação mais eficaz entre paciente e médico. Sistemas de automação residencial permitirão que um consumidor, antes mesmo de chegar em casa, possa enviar mensagem para que os próprios dispositivos realizem ações para abrir os portões, desligar alarmes, preparar o banho quente, colocar música ambiente e alterar a temperatura da casa”, diz o professor e pesquisador Eduardo Magrani, do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getulio Vargas – FGV – Direito.

Segundo o especialista, o poder público demonstra já estar atento aos benefícios da IoT, entendendo que esta surge como importante ferramenta voltada aos desafios da gestão pública prometendo, a partir do uso de tecnologias integradas e do processamento massivo de dados, soluções mais eficazes para problemas como poluição, congestionamentos, criminalidade, eficiência produtiva, entre outros.

Já existem exemplos de aplicações de IoT pelo País, e estas experiências tendem a aumentar. No setor privado, por sua vez, o entusiasmo com o potencial econômico da IoT vem dando margem a um forte investimento nessa área, voltado para soluções de escala macro como cidades inteligentes, rastreamento de carga, agricultura de precisão e gerenciamento de energia e ativos.

“Um exemplo desse tipo de investimento é o realizado pela empresa IBM, que não só empregou US$ 3 bilhões em seu negócio de IoT, como também fez uma parceria com a AT&T para fornecer soluções IoT industriais em uma série de questões, desde a eficiência energética até serviços de saúde. Essas novas frentes de investimento em IoT decorrem das perspectivas de lucro positivo do setor. Somente a título de exemplo, cabe ressaltar a pesquisa recente realizada pela Cisco que estima que a Internet das Coisas pode adicionar 352 bilhões de dólares à economia brasileira até o final de 2022. Por conta de previsões como essa, diversas empresas estão investindo mais em tecnologias IoT, desenvolvendo iniciativas concretas em diversas áreas”, destaca Eduardo Magrani.

O professor da FGV, porém, ressalta que não necessariamente a IoT torna a vida das pessoas mais fácil. Segundo ele, os custos para conectar um dispositivo são altos e os benefícios talvez sejam baixos demais para compensar o aumento de valor no produto. “Muitas vezes, uma solução de baixo custo como uma lista de compras, em substituição ao inovador EggMinder, acabaria sendo mais conveniente na análise custo-benefício, substituindo um dispositivo caro, com configurações complexas e baterias que precisam ser recarregadas constantemente. Isto não parece tão inteligente”, exemplifica Magrani.

Eduardo Magrani alerta também que a quantidade de lixo oriunda do descarte de objetos e dispositivos obsoletos, o chamado “e-waste”, está aumentando no mundo inteiro, pois a conectividade dos aparelhos tende a deixá-los ultrapassados mais rapidamente do que produtos não inteligentes, sendo considerado um problema grave já em algumas cidades.

“É importante termos em mente também que transformar um objeto analógico em inteligente, além de encarecer o produto e deixá-lo sujeito a falhas que não teria a priori, pode gerar riscos também em relação à segurança e privacidade. Por isso é importante pensarmos, sob a perspectiva do cidadão como consumidor e do Estado como incentivador de criações intelectuais, que tipo de tecnologias e objetos inteligentes devemos incentivar”, observa o professor da FGV.

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