Gastos globais com mainframes continuam em crescimento, aponta estudo da ISG

As empresas que usam mainframes em suas operações atuais de TI esperam aumentar seus gastos com essa plataforma, mesmo que aumentem a adoção da Nuvem pública, de acordo com uma nova pesquisa da Information Services Group (ISG), empresa global de pesquisa e consultoria em tecnologia.

O novo estudo ISG Market Lens Mainframe and Mainframe as a Service (MFaaS) descobriu que um terço das grandes empresas espera atualizar os processadores ou armazenamento de mainframes existentes, 40% esperam aumentar a capacidade dos mainframes tradicionais e uma em cada seis espera comprar um novo mainframe nos próximos três anos.

“Os mainframes continuam sendo importantes em grandes empresas, pois as organizações se equilibram estrategicamente entre mainframe, ofertas de MFaaS e Nuvem pública”, disse Alex Bakker, analista distinto do ISG e coautor do estudo. “Embora a adoção da Nuvem pública continue a crescer, ela não eclipsará totalmente os mainframes na TI corporativa. Na verdade, espera-se que os requisitos de computação e armazenamento de mainframe aumentem, principalmente na forma de MFaaS”, comentou.

O estudo do ISG foi realizado em julho de 2024 e abrangeu 200 executivos nas Américas e na Europa com responsabilidade de tomada de decisão pela estratégia de mainframe e MFaaS. Os resultados mostram que as empresas com as maiores cargas de trabalho de TI atuais esperam ver o maior aumento na necessidade em todas as plataformas, enquanto aquelas com uma alta proporção de mainframe tradicional esperam acelerar a transição para MFaaS para acompanhar suas necessidades.

“A demanda por mainframe está sendo alimentada pela incapacidade das empresas de desativar sua infraestrutura legada, muitas vezes devido a demandas corporativas conflitantes, como a adoção de IA, enquanto outras estão priorizando a segurança e a resiliência dos dados”, disse Michael Dornan, analista principal e coautor do estudo. “Ao mesmo tempo, as demandas de armazenamento e computação de aplicativos estão aumentando e os departamentos de TI enfrentam pressão para otimizar custos”, observou.

Nos últimos três anos, quase 60% das empresas migraram alguns aplicativos para a Nuvem e mais de 40% migraram para o MFaaS, segundo o estudo. O MFaaS é frequentemente visto como uma solução de baixo custo que oferece a flexibilidade e a interoperabilidade associadas à Nuvem pública com menos desafios de migração e segurança. É também uma solução potencial para os desafios de talentos de mainframe, pois aqueles com habilidades tradicionais se aposentam do pool de talentos.

As principais prioridades do mainframe corporativo são otimização de custos, desativação de aplicativos e infraestrutura legados, adição de recursos de IA e segurança da informação, mas destes, o estudo descobriu que apenas a segurança é classificada como tendo um bom desempenho. Cinquenta e quatro por cento dos entrevistados dizem que a segurança da informação em seu mainframe atual ou MFaaS está tendo um desempenho melhor do que as organizações pares, enquanto a redução de custos (classificada como melhor do que as empresas pares por 36% dos entrevistados), IA (29%) e aposentadoria legada (31%) estão lutando para acompanhar o ritmo.

Além disso, quase um terço das empresas diz que acessar habilidades e talentos de mainframe é um desafio, pois a aposentadoria antecipada reduz a disponibilidade de pessoal e os novos funcionários são menos propensos a conhecer linguagens de programação legadas. Quase todos os entrevistados estavam usando provedores de serviços gerenciados para dar suporte à modernização e operações de mainframe ou serviços MFaaS.

“As prioridades e desafios concorrentes em torno dos mainframes impulsionarão a demanda corporativa por serviços de modernização de mainframe, à medida que as empresas recorrem aos provedores para ajudá-las a obter o valor total dos investimentos existentes”, disse Dornan. “Espera-se que os provedores impactem os resultados por meio da otimização de custos e ofereçam os benefícios de integração e interoperabilidade com outros sistemas e serviços, incluindo a Nuvem”, finalizou.