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GenAI, Cibersegurança e Cloud foram destaques em evento do Gartner

Até 2027, mais de 50% dos modelos GenAI que as empresas usam serão específicos para uma indústria ou função de negócios, com ascensão do Agentic AI, um sistema de IA que entende e aprende trabalhos complexos

GenAI, Cibersegurança e Cloud foram destaques em evento do Gartner

A IA generativa (GenAI) foi o principal assunto do primeiro dia da Conferência Gartner CIO & IT Executive (23 a 25/9), em São Paulo. Na abertura do evento, Álvaro Mello, vice-presidente do Gartner, e Hung LeHong, distringuished analyst, enfatizaram que as tecnologias que sustentam a IA generativa têm progredido em um ritmo sem precedentes, graças, em grande parte, aos enormes investimentos de grandes empresas de tecnologia e laboratórios de pesquisa. A GenAI parece estar imune à desaceleração geral do investimento de capital de risco, e startups bem financiadas continuam a surgir e amadurecer.

Olhando para todas as quatro camadas da pilha de tecnologia de IA generativa – infraestrutura, modelos, ferramentas de engenharia de IA e aplicativos – o Gartner fez algumas previsões de como a IA generativa evoluirá nos próximos anos.

Até 2027, mais de 50% dos modelos GenAI que as empresas usam serão específicos para uma indústria ou função de negócios – acima dos aproximadamente 1% em 2023. Embora os modelos de uso geral tenham um bom desempenho em um amplo conjunto de aplicações, a demanda por GenAI está aumentando em muitos setores. Combinado com o aumento da disponibilidade de LLMs de código aberto de alto desempenho e comercialmente utilizáveis, há um apetite por modelos específicos de domínio.

Apenas 17% das empresas têm aplicações nativas da Nuvem, 83% precisam modernizar essas aplicações, adequar a carga de trabalho, caso contrário o custo da Nuvem fica muito alto e há problemas de performance

Até 2028, diz o Gartner, 30% das implementações do GenAI serão otimizadas usando métodos computacionais de conservação de energia, impulsionados por iniciativas de sustentabilidade. A rápida adoção de ferramentas GenAI tornou o impacto ambiental negativo da GenAI, uma preocupação imediata para os líderes empresariais. Minimizar a energia e os recursos necessários para o treinamento e desenvolvimento de IA é fundamental. A energia renovável e a infraestrutura para serviços locais e em Nuvem serão personalizadas para IA.

Outra tendência forte em IA generativa é o Agentic AI, um sistema de IA projetado especificamente para entender fluxos de trabalho complexos e atingir metas de forma autônoma, com pouca ou nenhuma interferência humana. O Agentic AI pode coletar informações de suas interações com o ambiente e aprender com experiências passadas. Esses agentes podem usar habilidades de raciocínio e resolução de problemas para atualizar seus conhecimentos, revisar suas estratégias e melhorar seu desempenho ao longo do tempo.

Cibersegurança

Durante o evento, Oscar Isaka, analista diretor sênior do Gartner, enumerou algumas previsões e recomendações para que os líderes de cibersegurança incorporem as seguintes premissas de planejamento em suas estratégias de segurança para os próximos dois anos. Segundo o executivo, até 2028, a adoção da GenAI implodirá a lacuna de habilidades, eliminando a necessidade de educação especializada para 50% das posições de cibersegurança de nível básico. “Os complementos da GenAI mudarão a forma como as empresas contratam e ensinam os trabalhadores de cibersegurança em busca da aptidão correta e a educação adequada. As plataformas convencionais já oferecem complementos conversacionais, mas irão evoluir”, explicou.

Ainda segundo Isaka, até 2026, as empresas que combinarem a GenAI com uma arquitetura baseada em plataformas integradas em programas de comportamento e cultura de segurança (SBCP) experimentarão 40% menos incidentes de cibersegurança causados por funcionários.

Até 2026, 75% das empresas excluirão sistemas não-gerenciados, sistemas legados e ciberfísicos de suas estratégias de Confiança Zero (Zero Trust), em que os usuários finais recebem apenas o acesso necessário para realizar seus trabalhos  e são continuamente monitorados com base em ameaças que seguem em constante evolução. Em ambientes de produção ou críticos para os negócios, esses conceitos não se traduzem universalmente para dispositivos não-gerenciados, sistemas legados e ciberfísicos (CPS)  projetados para realizarem tarefas específicas em ambientes centrados em segurança e confiabilidade.

Até 2028, os gastos corporativos com o combate à desinformação ultrapassarão US$ 30 bilhões, canibalizando 50% dos orçamentos de marketing e cibersegurança. A combinação de Inteligência Artificial, Analytics, ciência comportamental, mídias sociais,  Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias permite que pessoas mal-intencionadas criem e espalhem em massa desinformação altamente eficazes ou até informações falsas enviadas em massa e de forma personalizada para gerar maior impacto.

Até 2026, 40% dos líderes de gerenciamento de identidade e acesso (IAM) assumirão a responsabilidade primária pela detecção e resposta a violações relacionadas a esse âmbito. Os líderes de gerenciamento de identidade e acesso frequentemente têm dificuldade  em articular o valor de segurança e dos negócios para impulsionar investimentos precisos por não estarem envolvidos em discussões sobre alocação de recursos e orçamentos. À medida que a gestão de identidade e acesso continua a crescer em importância, ela envolve  maiores responsabilidades, visibilidade e influência de seus líderes e CISO.

Cloud

Já Henrique Cecci, diretor sênior de Pesquisas do Gartner afirmou que os investimentos em Nuvem continuarão forte em 2025/26, crescendo na casa dos 20% ao ano. Multicloud é uma tendência forte, mas não é tão simples como se imagina. A previsão é de que nos próximos cinco anos, mais da metade das empresas irão falhar na implementação de estratégias Multicloud. Segundo ele, superficialmente os provedores de Nuvem parecem semelhantes, mas tecnologicamente são bem diferentes. Ao conquistar uma maturidade, o usuário passa a explorar melhor essas diferenças – determinadas cargas de trabalho vão melhor em certos provedores. ”Hoje, as empresas ainda não têm essa maturidade”, afirmou Cecci.

Outro ponto ressaltado por Cecci é a importância de se ter aplicações nativas em Cloud. No passado, principalmente durante a pandemia de Covid, muitas empresas fizeram a migração chamada Lift and Shift, transferindo para a Nuvem aquilo que tinham on-premises. “Apenas 17% das empresas têm aplicações nativas da Nuvem, 83% precisam modernizar essas aplicações, adequar a carga de trabalho, caso contrário o custo da Nuvem fica muito alto e há problemas de performance”, comentou. “O Gartner prevê que nos próximos cinco anos haverá uma grande onda de modernização de alinhamento e padronização das aplicações nesses modelos de Cloud”, completou.

Soberania dos dados é outra preocupação destacada por Cecci. As empresas estão preocupadas com os riscos de se colocar todos os dados em um provedor de um país, lembrando que no mundo, esses países são EUA e China, basicamente. “Os investimento nesta área vão aumentar. Quase 80% das empresas vão considerar aspectos de soberania dos dados nos próximos cinco anos. Hoje, esse percentual é de 10%”, observou Cecci.

 

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