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Conectividade robusta: aumento no tráfego de Dados traz novas necessidades aos Data Centers

Recentemente, li uma pesquisa da McKinsey que me chamou a atenção por mostrar que a taxa de crescimento anual de Data Centers no mundo até 2023 deve ser de 10%. Este montante tão significativo aponta para um cenário no qual existe um crescimento exponencial no tráfego de Dados nos Data Centers.

Um levantamento de 2023 da Cisco evidencia isso, mensurando 54,8 zettabytes de troca de tráfego, um aumento de 24% em relação a 2022. Nesse cenário, e dentro da realidade brasileira, observamos o IX.br batendo recorde na troca de tráfego em 2023, de 31 Tbit/s de Dados. Esse número representa também um salto muito similar ao global, de 25%, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

À medida que mais Dados são processados ou armazenados, há um aumento da demanda por Data Centers mais preparados para suportá-los. O principal ponto que precisa ser evidenciado é a disponibilidade da conectividade. Acredito que ela é prioridade na otimização da capacidade de transmissão com baixa latência.

Para que todos estes pontos funcionem da maneira esperada, é preciso tomar algumas medidas. Existe um crescimento da demanda por infraestrutura de conexão interna dos Data Centers, e o cabeamento de alta densidade é um exemplo de como suprir uma demanda que vem com o aumento nas conexões cruzadas (Cross Connects, do inglês, que denomina as conexões internas dos Data Centers), e nas transferências advindas tanto da internet, como de operadoras, Clouds e parceiros.

Quanto melhor a conectividade, mais produtos e funcionalidades poderão ser oferecidos. Ainda mais quando se trata de um cenário tomado por ambientes híbridos como é o atual. A garantia da disponibilidade e flexibilidade que as soluções de provisionamento de gerenciamento de rede trazem, para mim, aparecem como um ponto fundamental para o desenvolvimento de data centers de ambientes híbridos. Entendo que o uso de redes definidas por software, inclusive, pode auxiliar na entrega da conectividade que é necessária para o volume de Dados que existe hoje no mercado.

Vejo também, pelo mesmo motivo, a necessidade da orquestração de serviços como outra forma de lidar com as exigências crescentes de volume de tráfego no País. A solução ServiceFabric, oferecida por diversas companhias ao mercado, por exemplo, pode garantir a disponibilidade de Dados necessária para assegurar a conectividade e integração entre diversos players, sendo uma boa opção para ambientes carrier neutral – que viabiliza a interconexão e quebra as barreiras do Dado local, possibilitando o acesso a várias operadoras de telecomunicações, provedores de serviços e as mais diversas e amplas plataformas globais, que proporcionam o aumento de eficiência e alcance dos ambientes instalados dentro dos Data Centers.

O fato é que, trazer para a mesa a experiência com conectividade própria é um fator que pode ser decisivo no momento de construir Data Centers totalmente preparados para grandes capacidades de fibras necessárias. Afinal, as empresas de Data Center precisam andar lado a lado com o mercado e estar sempre atualizadas tecnologicamente com relação à demanda de tráfego, gravidade dos Dados – conforme aumenta a quantidade de Dados, cresce a dificuldade de movê-los e replicá-los – e alta disponibilidade com baixa latência.

Devo acrescentar ao que mencionei acima: a melhora na conectividade resulta sim em poder oferecer bons produtos e serviços, mas também se converte em benefícios inegáveis ao usuário final. Um exemplo simples disso são as chamadas por vídeos que podemos realizar hoje pelo celular. Anos atrás, isso não era possível e, agora, em função da tecnologia e da conectividade, podemos nos conectar de maneira ilimitada à internet de alta velocidade por meio de um celular, inclusive em localidades remotas.

Assim, fica evidente que a evolução dos Data Centers e da infraestrutura de conectividade desempenham papel fundamental não somente para as empresas, como também para apoiar o avanço da sociedade digital como um todo, permitindo novas formas de interação e acesso à informação.

Por Marcos Siqueira, COO & VP de Operações da Ascenty.

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