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A ponte da inovação

Vivemos um momento de explosão de novas e revolucionárias tecnologias, coisas como Big Data, Impressão 3D, IoT, Cognitive, Geolocalização e inúmeros outros conceitos abrem um conjunto inédito de novas possibilidades de negócio, basta que se tome o cuidado de não confundi-las com os negócios em si.

Tomemos como exemplo o Big Data. Com exceção de fabricantes de bancos de dados e storage, Big Data não é o business de ninguém, ninguém vende Big Data, muito menos revende Big Data. Entretanto, esse conceito faz parte de inúmeros novos negócios do mundo do empreendedorismo inovador. Vale a mesma coisa para a impressão 3D, pois tirando os fabricantes das impressoras em si, a impressão em 3D raramente é um negócio, embora ela possa ser usada para construir vários negócios. Lemos que empresas pelo mundo têm usado impressoras 3D para “imprimir” casas, próteses médicas, brinquedos, roupas, e até comida. O ponto central e comum a essas notícias é que nenhuma das empresas citadas está no negócio de impressão 3D.

Pode parecer paradoxal à primeira vista, mas uma nova empresa que investe por exemplo em uma grande impressora 3D para imprimir uma casa é uma inovadora empresa do ramo da… Construção Civil! Sim, eles acharam novas formas e novas ferramentas para se diferenciar no mercado de Construção, acharam novas formas de agregar valor aos clientes que querem uma casa, acharam maneiras de se diferenciar em relação às outras construtoras, eles conhecem os custos do setor, entendem dos materiais, estão familiarizados com a mão de obra, conhecem os desejos e o comportamento dos clientes.  Foi o conhecimento do negócio, suas características, seus problemas e dificuldades, que permitiu a esses empreendedores identificar que uma ferramenta como a impressão 3D poderia gerar um novo modelo de empresa de Construção, competitiva e financeiramente viável.

A maioria das tecnologias emergentes se enquadram nesse perfil, são ótimos componentes para conceber novos negócios, mas via de regra não são “revendíveis”, por isso não são um business por si só, precisam ser incluídas num contexto de negócio para fazerem sentido. Empresas inovadoras surgem da junção de novas tecnologias com velhos problemas de negócio. E isso, para os empreendedores que buscam inovação, é uma excelente notícia.

Se a nossa única forma de explorar comercialmente essas novas tecnologias fosse revendê-las, elas poderiam até gerar algum lucro imediato, mas não contribuiriam em nada para criarmos algo realmente inovador. Na realidade, cada uma dessas tecnologias nos traria apenas uma oportunidade de negócio, o que é bastante limitado. Entretanto, esses novos conceitos podem ser combinados com inúmeros problemas de negócio para criar novos modelos, o que multiplica as nossas possibilidades de inovação (e de receitas).

Tecnologias novas e disruptivas são metade da resposta para nos reinventarmos através da inovação, a outra metade da resposta está em verdadeiramente conhecermos em detalhes os problemas de negócio, e isso vai muito além de perguntas bissextas sobre os desafios dos gestores. A maioria de nós dedica muito pouco tempo e energia para conhecer a fundo os problemas de negócio de nossos clientes, e se a inovação é a ponte entre um problema e uma solução, de nada serve uma mala cheia de soluções se não conhecemos os problemas nos quais vamos usá-las.  As novas tecnologias representam uma oportunidade muito maior do que elas são capazes de produzir individualmente, representam a oportunidade de nos reconectarmos àquilo que traz valor aos nossos clientes.

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