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Desafios da segurança cibernética com a ascensão dos bancos digitais

Aumento no número de contas digitais no Brasil traz consigo uma onda de fraudes e ataques cibernéticos, expondo a necessidade de robustas medidas de segurança

Desafios da segurança cibernética com a ascensão dos bancos digitais

À medida que a digitalização dos serviços financeiros no Brasil acelera, os bancos digitais estão se tornando cada vez mais populares entre os consumidores que buscam conveniência e acessibilidade. No entanto, essa tendência de crescimento vem acompanhada de uma escalada preocupante em atividades fraudulentas, conforme indicado em recentes pesquisas do setor.

O estudo mais recente do Ranking idwall de Experiência Digital, realizado em parceria com a consultoria Cadarn. Em 2023, o País ultrapassou a impressionante marca de 1,2 bilhão de contas bancárias ativas, um aumento de 14,2% em relação ao ano anterior. Este avanço significativo indica que aproximadamente 90% dos brasileiros possuem algum tipo de vínculo bancário.

Os fraudadores estão explorando as vulnerabilidades dos sistemas de segurança dos bancos digitais, muitas vezes por meio de técnicas avançadas como phishing, engenharia social e ataques de software malicioso 

Outro estudo recente, realizado pela empresa AllowMe, destacou que cerca de 20% das novas contas digitais no Brasil são potencialmente fraudulentas, colocando em risco a segurança financeira de milhares de usuários. Esses Dados alarmantes sugerem que as medidas de segurança atuais podem ser insuficientes para o volume e a sofisticação crescentes dos ataques cibernéticos.

Dennis Nakamura – sócio do iVip Bank e iVip Coin, fintechs brasileiras que oferecem soluções financeiras digitais disruptivas e inclusivas, aponta que os fraudadores estão explorando as vulnerabilidades dos sistemas de segurança dos bancos digitais, muitas vezes por meio de técnicas avançadas como phishing, engenharia social e ataques de software malicioso.

“Essas táticas não apenas causam perdas financeiras imediatas, mas também minam a confiança no sistema bancário digital como um todo”, afirma Nakamura. “Para isso, o consumidor deve sempre avaliar o banco digital que ele vai abrir conta, bancos como o iVip Bank que se utilizam de tecnologias como Blockchain, tendem a oferecer vantagens em segurança”, explica.

Para combater esses desafios, autoridades e instituições financeiras estão sendo pressionadas a implementar regulamentações mais rigorosas e a investir em tecnologia de ponta. Isso inclui a adoção de autenticação multifatorial, sistemas de monitoramento de transações em tempo real e a utilização de Inteligência Artificial para detectar padrões de comportamento suspeito.

De acordo com Felipe Penido, sócio e especialista em Projetos de Market Insight, Data Management e CX Research da Cadarn Consultoria, os Bancos Digitais hoje estão expostos a riscos parecidos com o que as agências bancárias estavam em um passado próximo. O mercado financeiro sempre foi um grande alvo de criminosos e o principal efeito da digitalização talvez seja a mudança do perfil destes indivíduos e dos tipos de crime que podem ser executados, dadas as novas tecnologias e nova estrutura financeira. “Acredito que com a digitalização, todos os bancos (sejam eles nascidos digitalmente ou não), estão suscetíveis aos riscos associados aos avanços tecnológicos, que muitas vezes pela própria falta de maturidade geram oportunidades para fraudes e ataques cibernéticos” explica Penido.

Além disso, há um crescente consenso sobre a necessidade de educar os consumidores sobre práticas seguras de internet. Iniciativas de conscientização podem desempenhar um papel crucial em prevenir fraudes, ensinando aos usuários como identificar e evitar golpes.

Penido ressalta que os processos biométricos tendem a se tornar não só de uso mais frequente (dada a preferência dos usuários) mas também mais adequados no futuro, uma vez que senhas são suscetíveis a perda e são cada vez mais requisitadas, e portanto ou repetidas e simples o que reduz drasticamente a segurança (as senhas mais utilizadas no mundo são 123456 e 12345678), ou divergentes e aumentam a dificuldade do usuário de lembrar.

A Inteligência Artificial está desempenhando um papel transformador na segurança dos bancos digitais, principalmente por meio da sua capacidade de aprender e adaptar-se a novas ameaças de forma contínua. Sistemas de IA podem analisar grandes volumes de transações em tempo real, identificando padrões suspeitos e comportamentos anômalos que indicam possíveis fraudes.

“A Inteligência Artificial vai conseguir dar um passo além e não só melhorar a identificação de possíveis fraudes com base em Dados históricos, mas num futuro, tentar antever e conseguir gerar apontamentos mais precisos sobre onde são os pontos de risco e ajudar a identificar pontos de melhoria que as instituições possam tomar. Mesmo que seja um processo que já está em andamento a alguns anos, se espera que estes processos ainda devam ter um tempo de “incubação” para que a Inteligência Artificial ganhe maturidade e repertório sobre estes assuntos”, aponta Penido.

À medida que o cenário dos bancos digitais continua a evoluir, a colaboração entre reguladores, bancos e consumidores será essencial para garantir que o futuro das finanças digitais seja seguro e confiável para todos os usuários.

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