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Desafiando os limites: a jornada das mulheres no mercado de games

Enquanto a indústria de games continua a crescer, um fato persiste: a presença feminina neste cenário ainda enfrenta uma série de desafios. Seja na criação ou desenvolvimento, as mulheres muitas vezes encontram barreiras que as impedem de prosperar plenamente neste universo tão dinâmico

O mercado de jogos, embora tenha crescido exponencialmente nos últimos anos, ainda apresenta desafios significativos para as mulheres, mesmo elas sendo 50,9% do público gamer, de acordo com a Pesquisa Game Brasil – PGB 2024. Essa dificuldade é complexa e merece uma análise cuidadosa.

Primeiramente, a representação inadequada das mulheres nos jogos é um obstáculo importante. Muitas vezes, elas são retratadas de maneira estereotipada, como personagens secundários ou hipersexualizadas, o que reforça a ideia de que os games são um espaço dominado pelos homens. Essa falta de representatividade pode alienar as mulheres e desencorajá-las a participar ativamente do meio, como por exemplo: jogos competitivos como Valorant, League of Legends, CS:GO etc., que são espaços predominantemente masculinos.

Além disso, o ambiente online dos jogos frequentemente é hostil e tóxico para as mulheres. O sexismo e o assédio são problemas generalizados, levando muitas jogadoras a ocultarem seu gênero e a evitarem a interação com outros jogadores, seja através do chat ou microfone. Isso cria uma barreira social que dificulta a entrada e a permanência das mulheres no mercado de games.

Outra questão importante é a desigualdade de oportunidades, salários e reconhecimento entre homens e mulheres na indústria de desenvolvimento de jogos. Apesar de haver mulheres talentosas e capacitadas nesse campo, elas enfrentam obstáculos adicionais para avançar em suas carreiras e receber o devido crédito por seu trabalho. Essa desigualdade de gênero afeta não apenas as desenvolvedoras, mas também influencia a diversidade de experiências e perspectivas nos jogos produzidos.

Por fim, as barreiras culturais e sociais também contribuem para a dificuldade das mulheres no mercado de games. Desde a infância, meninas são frequentemente desencorajadas a se interessarem por jogos ou a considerarem uma carreira na indústria de tecnologia. Essa falta de apoio e incentivo limita o potencial das mulheres de ingressarem e prosperarem nesse campo.

Portanto, a dificuldade do mercado de games para as mulheres é um problema complexo que requer uma abordagem holística. É crucial que a indústria e a comunidade gamer trabalhem juntas para criar um ambiente mais inclusivo, onde todas as pessoas, independentemente de gênero, se sintam bem-vindas e representadas. Somente assim poderemos alcançar todo o potencial criativo e inovador que a diversidade pode oferecer ao mundo dos jogos.

Por Yasmin Cristina de Souza, analista de Sistemas Trainee na Open Labs.

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