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A contribuição da inteligência artificial na cibersegurança

A evolução do cenário digital e a crescente complexidade das ameaças cibernéticas vêm desafiando as organizações a repensarem com rapidez suas estratégias de segurança e operações. Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) surge como uma forte aliada que cumpre o papel de barreira protetora e, ao mesmo tempo, se configura em um braço estratégico nas operações de cibersegurança.

O avanço tecnológico traz como benefício a melhora significativa em diversas atividades que as pessoas realizam no dia a dia. Entretanto, não é segredo para ninguém que ele também cria um ambiente propício para o surgimento de ameaças mais sofisticadas e difíceis de serem detectadas pelos métodos tradicionais. Dessa forma, a IA surge como uma resposta proativa capaz de analisar grandes volumes de dados em tempo real e identificar padrões e anomalias que passariam despercebidos por sistemas convencionais.

Empresas especializadas em serviços de transformação digital e infraestrutura de tecnologia da informação (TI), por exemplo, já reconhecem que, ao incorporar a IA às suas estratégias de segurança, é possível elevar o nível de proteção, não apenas reagindo a ameaças conhecidas, mas se antecipando a ataques ainda não identificados. Mecanismos de machine learning (ML), ou aprendizado de máquina, são alguns dos expedientes que permitem aos sistemas aprenderem com cada interação, aprimorando suas capacidades de detecção e resposta.

Exemplo disso é o SOC (Centro de Operações de Segurança), que se destaca pelo uso avançado da IA para fortalecer a segurança cibernética. Por meio da implementação de algoritmos de ML, a plataforma de segurança é capaz de identificar padrões suspeitos e comportamentos atípicos que escapariam à percepção humana. A IA permite uma detecção proativa de ameaças, reduzindo o tempo de resposta a incidentes e fornecendo uma defesa robusta contra ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados.

Além de proteger ambientes computacionais, a IA contribui para potencializar a operação de sistemas, já que a tecnologia proporciona automação de tarefas rotineiras, otimização de recursos e análise de dados, viabilizando o alcance de níveis superiores de desempenho em operações digitais para negócios de diversos setores, como saúde, finanças e varejo, entre outros.

De acordo com o recente relatório IDC Predictions Brasil 2024 “Tendências e previsões para TI e Telecomunicações no Brasil”, o crescimento exponencial das ameaças cibernéticas tem motivado a ampliação do uso da IA nas soluções de segurança para aumentar sua habilidade de identificação e reação, fortalecendo o trabalho dos especialistas. No entanto, a realidade das pequenas e médias empresas (PMEs) em relação às companhias de grande porte é bem distinta: enquanto quase 95% das maiores organizações têm acesso a soluções de IA para ajudar na segurança de TI, apenas 56% das PMEs já contam com esses meios, o que demonstra que ainda há muito o que ser explorado nesse campo.

O certo é que a IA deve ser encarada como mais do que uma ferramenta na caixa de instrumentos de segurança e, sim, como um pilar estratégico na construção do futuro digital e, mais do que isso, uma força propulsora para atingir a inovação, a eficiência operacional e a segurança em um mundo cada vez mais digital.

A trajetória para integrar a IA e outras tecnologias emergentes implica em capacitar os profissionais de tecnologia, gerar conteúdos de qualidade que abordem suas funcionalidades e prover segurança para todas as empresas. Afinal, estamos lidando com recursos que não são exclusivos para as gigantes de tecnologia e o amanhã se apresenta como um cenário inteligente, seguro e repleto de oportunidades para aqueles que abraçam com sabedoria os benefícios da revolução tecnológica.

Por Rodrigo Rangel Lobo, COO da Edge UOL.

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