Não apenas no meu dia a dia profissional, como também em minhas relações pessoais, posso afirmar que há uma característica interessante em ser mulher: ela tem um efeito multiplicador. E aqui não quero defender que mulheres são melhores do que os homens, a propósito eu não gosto desse tipo de argumentação. Os grandes líderes que tive em minha carreira foram homens, inclusive. Eles me ajudaram muito a me tornar a líder que sou hoje.
Quando digo do efeito multiplicador da mulher, minha intenção é mostrar o quanto podemos ocupar uma posição de “agentes de mudança”, e isto é algo de extrema importância. Digo isso com conhecimento de causa pois minha própria mãe desempenhou ativamente este papel, com reflexos profundos na minha trajetória. Era arrojada, proativa, muito à frente de seu tempo: se envolvia em questões da comunidade além de ter decidido estudar após ter criado seus filhos. Sua referência é algo que ainda reverbera em minha vida, mesmo sem contar mais com a sua presença.
Nós mulheres tendemos a ser céticas em relação à nossa própria capacidade. A Síndrome do Impostor, aquele sentimento de que você não é apto para seu cargo, é real e acaba atrapalhando nossa vida. Segundo estudo da KPMG, “Advancing the Future of Women in Business: A KPMG Women’s Leadership Summit Report”, 75% das 750 executivas entrevistadas relataram ter experimentado esse sintoma em determinados momentos de suas carreiras.
Outro dado importante deste estudo é que 56% têm medo de não corresponder às expectativas ou de que as pessoas ao seu redor não acreditem que são tão capazes quanto o esperado.
Minha forma de lidar com qualquer tipo de questionamento pessoal sempre foi ir atrás de conhecimento. Coleciono MBA’s, especializações e cursos que acredito que me façam ser ainda mais eficiente em meu trabalho. Talvez até pela área em que atuo – a Tecnologia – estar atualizada é ainda mais relevante. Esse motor que me desafia sempre é também o que me motiva. Ser o exemplo, assim como minha mãe ocupou esse lugar em minha vida, acaba se tornando uma realidade ainda mais relevante quando se é uma ‘mulher em Tecnologia’.
Certa desse papel, promover o conhecimento faz parte de um dos principais pilares de meu trabalho. Temos, dentro da empresa, o projeto Womens of Avalara (WoA), destinado às mulheres que fazem parte de nossa companhia, e me dedico também como mentora de novos talentos na ONG Ser Mulher em Tech.
Os mais de 30 anos em que me dedico à Tecnologia me deram importantes ferramentas para propagar alguns ensinamentos que tive de meus mentores. E, acreditando no potencial transformador das mulheres, dedico-me a esta deliciosa tarefa de tentar difundir um mundo mais igualitário e inspirá-las a crescerem em suas carreiras.
Por Alessandra Almeida, diretora-geral do Brasil e da América Latina da Avalara
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