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IA generativa é destaque no relatório TMT Predictions 2024 da Deloitte

Estudo global aponta que organizações devem ficar atentas tanto na evolução da tecnologia quanto nas regulamentações, buscando alinhamento com as tendências globais

IA generativa é destaque no relatório TMT Predictions 2024 da Deloitte

O ano de 2024 será marcado por avanços e atualizações na relação entre o setor de Tecnologia, Mídia e Entretenimento e Telecomunicações (TMT) e seus clientes e fornecedores. Segundo a pesquisa global TMT Predictions 2024, elaborada pela Deloitte, este será um período de transição e expansão da Inteligência Artificial (IA) generativa, com aumento da receita de US$10 bilhões em todo o mundo. No Brasil, o período também marcará o crescimento exponencial da ferramenta, com grandes empresas, como bancos e operadoras de telecomunicações, investindo nesse tipo de solução para aprimorar a eficiência e o relacionamento com o cliente.

Ainda de acordo com o estudo – dividido em quatro categorias: IA Generativa; Sustentabilidade; Mídia, Entretenimento e Esportes; e Telecomunicações e Tecnologia -, globalmente, os investimentos nesse tipo de tecnologia vão crescer 30%. O período também marcará o crescimento exponencial da ferramenta no Brasil, com grandes empresas, como bancos e operadoras de telecomunicações, investindo em IA para aprimorar a eficiência e o relacionamento com o cliente.

O Brasil tem um excelente diferencial competitivo em geração de energia limpa, com uma considerável base hidrelétrica instalada e ascensão de produção solar e eólica

“As rápidas transformações no cenário global de TMT abrem portas para tendências que impulsionarão a eficiência, a inovação e a lucratividade. No Brasil, destacamos o crescimento exponencial da IA generativa, com a tramitação de projetos de lei para o avanço de regulamentações. Além disso, a sustentabilidade ganha destaque, aproveitando o diferencial competitivo do País em energia limpa. As operadoras de telecomunicações estão migrando para fibra óptica, promovendo eficiência energética. No segmento de Mídia, Entretenimento e Esportes, o mercado nacional busca sua própria narrativa, especialmente no streaming. Enquanto isso, a tecnologia de conectividade direta do satélite ao celular verá maturação global nos próximos anos, e o país, com sua vasta extensão territorial, emerge como um candidato ideal para impulsionar essa inovação”, afirma Matheus Rodrigues, sócio-líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte.

IA generativa

A pesquisa prevê que quase todas as empresas de software empresarial vão incorporar IA generativa em pelo menos um de seus produtos este ano, resultando no aumento de receita já mencionado. Vale destacar que o valor (US$10 bilhões) é inferior a algumas estimativas, mas, ainda assim, é notável para o primeiro ano de um novo mercado. Já a comercialização de chips de IA generativa vem crescendo rapidamente. De acordo com o levantamento, em 2024, este mercado será avaliado em mais de US$50 bilhões, ante praticamente zero em 2022. Até 2027, a receita com a venda desse tipo de produto pode atingir US$400 bilhões. A expectativa é de que mais empresas desenvolvam os seus próprios modelos de IA generativas para impulsionar maior produtividade, otimizar custos e desbloquear novos insights e inovações.

Outro fator importante e que será debatido este ano é a regulamentação. Afinal, regras bem elaboradas podem ajudar a desbloquear o potencial de qualquer mercado. No caso da IA generativa, a existência de condições regulamentares claras pode dar confiança aos fornecedores, clientes e utilizadores finais para investirem na tecnologia. Espera-se que a União Europeia prepare o terreno e influencie os seus próprios mercados, servindo de modelo para outras regiões. Dois regulamentos são esperados: o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) e a Lei da União Europeia sobre IA, que incluem questões como consentimento individual, retificação, apagamento, mitigação de preconceitos e uso de direitos autorais.

“Sob a perspectiva da regulamentação, já existem projetos de lei em trânsito sobre o tema, baseados nas diretrizes europeias. Agora, as organizações brasileiras precisam ficar atentas à evolução da tecnologia e às normativas que devem ser implementadas, para estarem alinhadas com as tendências do mercado”, avalia Rodrigues.

Sustentabilidade

À medida em que mais dispositivos tecnológicos e conexões mais rápidas são produzidos, as organizações devem considerar a redução da energia e das matérias-primas necessárias. Isso requer inovação e comprometimento. E a tecnologia e a conectividade podem ajudar a resolver problemas enormes, como alimentar a população crescente com menos água e energia. Entre os componentes que podem ficar escassos em 2024, a pesquisa aponta o gálio – elemento químico que permite uma maior velocidade na transmissão de dados – e, possivelmente, germânio – utilizado em detectores de infravermelho e na fabricação de fibra óptica -, além de elementos de terras raras (REE), até 2025.

A escassez iminente em dezenas de REE diferentes ao mesmo tempo poderá afetar várias indústrias. Viabilizadas, em parte, por estas matérias-primas tecnológicas, estima-se que essas organizações valham mais de US$160 bilhões, anualmente, em valor de mercado. De acordo com os dados da Deloitte, se as restrições comerciais entre a China e o Ocidente aumentarem, a indústria tecnológica e de chips poderá considerar o reforço da resiliência da cadeia de abastecimento, reforçando o seu foco e aumentando os investimentos na reciclagem de resíduos eletrônicos, redes de abastecimento digital, armazenamento e fabricação sustentável de semicondutores.

“O Brasil tem um excelente diferencial competitivo em geração de energia limpa, com uma considerável base hidrelétrica instalada e ascensão de produção solar e eólica. As operadoras de telecomunicações, em particular, possuem programas para gestão energética e uso de energia limpa já estabelecidos há algum tempo. Há projetos em andamento no Brasil também para a troca da base legada de cobre para fibra óptica, e os benefícios de economia de energia também poderão ser mensurados. Já o desligamento das redes 2G e 3G será um processo mais demorado”, explica o executivo da Deloitte.

O estudo destaca que a movimentação com soluções de software que ajudam as empresas a acompanhar e a reportar métricas ESG vão crescer à medida que as regulamentações na Europa e nos Estados Unidos entrem em vigor. As previsões estimam uma taxa composta de crescimento anual global de 19% a 30% na comercialização desse tipo de software, nos próximos cinco anos. Segundo a Deloitte, o ponto de virada será alcançado ainda em 2024, com mais de 30% de crescimento e receitas subindo de menos de US$800 milhões, em 2023, para pouco mais de US$1 bilhão. O estudo também mapeou a oportunidade de geração de receita com tecnologia agrícola, o que inclui terminais de Internet das Coisas e dispositivos de conectividade para agricultura de precisão, gestão de gado e rastreamento de equipamentos agrícolas. Segundo os dados, globalmente, a movimentação pode alcançar US$18 bilhões, até o fim do ano.

Telecomunicações e tecnologia

Em 2024, o smartphone se consolidará como o dispositivo de consumo de maior sucesso, uma vez que é cada vez mais utilizado para provar identidade, utilizando capacidades de autenticação biométrica integradas, rápidas e seguras. Os aparelhos poderão ser usados trilhões de vezes este ano para autenticar uma gama cada vez maior de ações, como acesso a websites, efetuar pagamentos, desbloquear carros e controlar a entrada em edifícios. O relatório também aponta para a integração de redes móveis terrestres e de satélite, que poderá gerar novas receitas para as indústrias de satélite, semicondutores e telecomunicações.

É importante destacar que, no momento, um ecossistema crescente compete para fornecer cobertura global para smartphones e dispositivos IoT – sem a utilização de equipamento especializado. Segundo os dados, mais de 200 milhões de telefones que se conectam a serviços de satélite serão vendidos este ano. A expectativa é de que esses aparelhos contenham cerca de US$2 bilhões em chips especiais. Quanto à demanda por uma velocidade de conexão, o estudo prevê que mais de 90% das aplicações online mais utilizadas em redes fixas de banda larga nos mercados desenvolvidos terão a mesma taxa de bits recomendada pelo fornecedor que em 2023.

Com mais dados, maiores ameaças à segurança cibernética e tensões geopolíticas, a tendência é que aumente a procura por soluções em nuvem que possam operar localmente. De acordo com o levantamento, a nuvem governamental (projetada para requisitos de conformidade rigorosos) deverá ultrapassar US$41 bilhões em receita, e a nuvem distribuída (uma solução para residência de dados), US$7 bilhões, em 2024. Outras tendências do setor de TMT para o ano de 2024, como a redução de carbono no segmento de telecomunicações e o financiamento da dívida de risco de tecnologia dos Estados Unidos, bem como seus respectivos resumos, entre outros, também aparecem no estudo completo da Deloitte.

“Pode ser um clichê dizer que as coisas estão mudando mais rápido do que nunca, mas o surgimento de múltiplas tendências que poderiam ajudar os humanos a pensar melhor e mais rápido, a lidar com as mudanças climáticas e a converter bilhões de usuários em bilhões (ou dezenas de bilhões) de dólares em receitas e lucros podem tornar 2024 o ano mais emocionante da TMT até agora”, finaliza Rodrigues.

 

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