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Serviços financeiros com mais tecnologias dos serviços continuarão em alta em 2024

Gastos com TI devem atingir US$ 5 trilhões. Especialista aponta para IA, cibersegurança e pagamento em tempo real

Serviços financeiros com mais tecnologias dos serviços continuarão em alta em 2024

O número de transações financeiras registrou crescimento recorde de 30% nos últimos onze anos, impulsionado, principalmente, pelo aumento das transferências nos Canais digitais. O Dado é da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, e reflete a adesão do brasileiro a tecnologias como Pix, Open Finance, Inteligência Artificial, entre outras.

Segundo estudo da empresa americana ComScore, o Brasil é líder na digitalização bancária na América Latina, superando países como México e Argentina. Em 2021, 73% dos brasileiros já tinham acesso à internet banking, termo utilizado para descrever transações financeiras e operações de dados por meio de sites bancários.

Para o especialista em pagamentos e CEO da fintech Qesh, Cristiano Maschio, as inovações dos serviços financeiros redefiniram a paisagem das transações: “A tecnologia proporciona mais eficiência e segurança, tanto para instituições como para clientes. Além de simplificar processos e garantir integridade das transações, ela eleva o padrão das experiências financeiras”.

Em breve será possível, por meio de um assistente de IA incluído na carteira digital, aconselhar consumidores em tempo real na gestão das suas finanças

Em 2024, espera-se que o mercado financeiro continue a ser impactado por avanços tecnológicos. Conforme previsão da consultoria de tecnologia Gartner, os gastos globais com TI devem aumentar 8% no setor, atingindo a marca de US$ 5,1 trilhões no próximo ano.

Nesse cenário, o executivo destaca as tecnologias dos serviços financeiros que continuarão em alta:

Inteligência Artificial
Em 2023, a Inteligência Artificial foi apontada pelo estudo da Febraban como uma das tecnologias prioritárias na área de TI dos bancos. Até 2026, a Gartner estima que 80% das organizações terão usado APIs e modelos de IA Generativa. De acordo com Cristiano Maschio, a IA alcançou novos patamares, aprimorando a personalização de serviços, antecipando necessidades do cliente e otimizando operações internas das fintechs.

“O uso crescente de Inteligência Artificial permite a análise preditiva de padrões de gastos, personalizando ofertas e aprimorando a gestão financeira individual. Em breve será possível, por meio de um assistente de IA incluído na carteira digital, aconselhar consumidores em tempo real na gestão das suas finanças”, prevê.

Tokenização e Segurança Digital
Segundo Maschio, a tokenização de Dados financeiros foi adotada em larga escala, protegendo informações sensíveis dos clientes durante as transações. A cibersegurança também avançou. Levantamento da Febraban mostra que o investimento dos bancos em treinamento de profissionais de TI para a segurança cibernética mais que dobrou no último ano, atingindo R$ 14,2 milhões.

“Fintechs investiram em medidas proativas para manter a confiança do público em um ambiente digital cada vez mais complexo. Algoritmos de IA analisaram padrões de comportamento, identificando anomalias e prevenindo transações suspeitas. Outras tecnologias como o Blockchain continuarão fortalecendo a integridade das transações e minimizando fraudes”.

Pagamento por aproximação
Pela primeira vez, o pagamento por aproximação é a maior parte das transações de cartão (52,3%). Ao todo, foram 4,5 bilhões de transações desse tipo, que movimentaram R$ 265,5 bilhões no terceiro trimestre. Até o fim do ano, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) estima que o patamar chegue a 56%.

“A modalidade tem ganhado popularidade devido à conveniência, segurança e rapidez. A tendência é que usuários continuem dando preferência para transações que dispensam o manuseio de dinheiro ou cartão físico. Além disso, a crescente aceitação de tecnologias NFC em serviços continuará impulsionando a adoção”, destaca o CEO da Qesh.

Biometria
Sistemas de pagamento sem contato que utilizam autenticação biométrica, em especial a facial, seguem em franca expansão. Atualmente, mais de 60% das transações da rede Mastercard na América Latina são feitas sem contato, número 15 vezes maior que o registrado antes da pandemia. No Brasil, o percentual chega perto de 80%.

“Cada vez mais fintechs adotam tecnologias biométricas de autenticação, mirando transações mais seguras e descomplicadas para o cliente. O uso para pagamentos deve ganhar mais tração ano que vem e incorporar novas funções, como a análise de hábitos do consumidor”, diz Maschio.

Pagamento em tempo real
O Pix é um exemplo global bem-sucedido de sistema de pagamentos instantâneos. Lançado há três anos pelo Banco Central, consolidou-se como meio de pagamento mais utilizado no país, somando 155,8 milhões de usuários cadastrados, entre pessoas e empresas, e R$ 1,5 trilhão transacionados.

Na avaliação de Maschio, o pagamento instantâneo tornou-se a norma, possibilitando transferências em tempo real, 24 horas, sete dias na semana: “Essa praticidade favorece a digitalização e inclusão financeira. Por enquanto, não é possível realizar transações transfronteiriças, mas isso tende a mudar com a chegada do Pix Internacional”.

Atualmente, além do Brasil, a Índia também possui um sistema de pagamento em tempo real, mas, segundo o executivo, esse número vai aumentar: “Outros países buscam desenvolver ou consolidar seus próprios sistemas, o que pode criar um ambiente novo de possibilidades”.

IMAGEM: Reprodução/iStock

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