À medida que nos aproximamos da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, mais conhecida como COP 28, as atenções do mercado brasileiro se voltam para as expectativas sobre os assuntos que serão destaque no encontro mundial.
Para Rafael Segrera, presidente da Schneider Electric para América do Sul, que atua na Transformação Digital de gerenciamento de energia e sustentabilidade, o setor da energia, por exemplo, deve figurar entre os principais debates, uma vez que a substituição graduada por fontes mais limpas e seguras contribui para frear as emissões de gases de efeito estufa e, consequentemente, as mudanças climáticas.
“Estamos testemunhando um consenso global que não existia há três anos. A resposta para enfrentar a crise climática agora é clara: uma combinação de eficiência e circularidade, impulsionadas por tecnologias digitais, eletrificação e energias renováveis”, destaca Segrera.
O executivo compartilha abaixo outros assuntos que devem ser discutidos, entre eles, o papel de protagonista que o Brasil deve ter no combate às mudanças climáticas:
Transformação rápida na demanda de energia
A eficiência energética é um caminho para reduzir o desperdício de eletricidade, hoje da ordem de 60% em nível global, e adotar um uso mais inteligente do recurso, gerando economia de custos e no consumo. A Rede D’Or, por exemplo, já evitou a emissão de 570 toneladas de CO2 com a instalação de equipamentos automatizados de eficiência energética. “A eficiência é frequentemente ignorada pelas empresas, apesar de ser uma forma rápida e econômica de reduzir as emissões, frente a outras iniciativas”, explica Segrera;
Energia renovável
Apesar de ser um tópico um pouco óbvio quando o assunto é sustentabilidade, a urgência para que os países acelerem a transição da matriz energética para um modelo com mais fontes renováveis é grande, por isso, esse deve ser um dos focos da COP28. “O Brasil tem a oportunidade de liderar o caminho nesse assunto, uma vez que a matriz energética brasileira é mais limpa do que a média mundial”, afirma Segrera. “De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia de 2022, 47,4% da energia ofertada no Brasil é de fontes renováveis. Em 2021, a proporção mundial era de apenas 15% de renováveis.” O executivo informa também que o tema deve incluir a produção de hidrogênio verde em solo brasileiro, tornando o País uma potência em termos de energia limpa;
Regulamentações e incentivos governamentais: o presidente da Schneider Electric para América do Sul acredita que a pressão para que os governos também se tornem exemplos de sustentabilidade e acelerem regulamentações e incentivos de projetos sustentáveis de alto impacto para o setor privado é outro assunto que deve entrar na pauta da COP 28;
Habilidades “verdes”
O executivo espera que a formação de pessoas com as competências necessárias para impulsionar a transição para um mercado mais sustentável seja outro tema discutido no evento. “A capacitação de profissionais para atuar em um mercado de trabalho ‘verde’ é algo latente”, pontua. “À medida que cresce a procura por eficiência energética, aumenta também a necessidade de uma força de trabalho digitalmente qualificada para instalar, operar e fazer a manutenção destes sistemas conectados, além de outras tantas áreas que precisam de pessoas letradas em ESG.”
O estudo Construindo um Futuro Sustentável
Examinando o Potencial de Criação de Empregos em Eletricidade, Aquecimento e Armazenamento em Edifícios com Baixo Carbono, feito pela Schneider Electric e a Universidade de Boston, mostra que mais de 2 milhões de novas vagas podem ser criadas na Europa e nos Estados Unidos por meio da adoção de tecnologias de energia limpa em edifícios novos e reformados.
“Todos os assuntos citados acima, além de terem um forte impacto no combate às mudanças climáticas, também são capazes de promover um crescimento econômico sustentável para empresas e nações, com foco no aumento da qualidade de vida e inclusão de comunidades remotas. É isso que se espera da COP 28”, conclui.
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