O Boston Consulting Group publicou nesta segunda-feira (6/11) um relatório que examina o estado atual da gestão de riscos no mundo empresarial e estabelece as medidas práticas que as empresas podem tomar para passar da aspiração à realização. As recentes crises globais, como a pandemia da Covid-19 e a guerra na Ucrânia, destacaram a necessidade crucial de capacidades maduras de gestão de risco em todas as indústrias e setores.
Relatório global Mature Risk Management in Uncertain Times de 2023 é baseado em uma pesquisa global com executivos sêniores de 150 empresas de vários tamanhos em todos os setores. De acordo com o relatório, embora 71% das empresas com capacidades maduras de gestão de risco concordem que estas competências ajudam a mitigar as muitas consequências potencialmente negativas das crises globais, apenas 37% das organizações com gestão de risco menos desenvolvida dizem a mesma coisa.
“Os muitos riscos associados causados por situações globais turbulentas e imprevisíveis, como a pandemia e a guerra na Ucrânia – com a interrupção da cadeia de abastecimento, o aumento dos ataques cibernéticos ou a expropriação de ativos – testaram severamente a resiliência das empresas em toda a economia”, disse Julia Gebhardt, diretora administrativa e sócia do BCG e coautora do relatório. “Nossa pesquisa nos mostra que, para ter sucesso em períodos de crise intensa, a gestão de risco requer uma base estratégica sólida, onde o centro corporativo define a estratégia global e, em seguida, as diversas unidades de negócios e subsidiárias dão vida a ela, integrando a gestão de risco dentro da cultura e do dia a dia de processos de toda a organização”, comentou.
Mais da metade dos entrevistados em empresas de alto desempenho (58%) afirmaram que a influência da equipe estratégica de gestão de riscos no centro da organização foi um fator de sucesso durante os recentes períodos de crise. O próximo em importância foi o empate entre a incorporação da gestão de riscos nos processos de estratégia e planejamento e nos dados e análises (ambos 46%). Esta última conclusão apoia a crença de que a análise dos dados recolhidos pela organização, juntamente com a IA e a IA generativa, são elementos essenciais de uma capacidade avançada de gestão de riscos.
Líderes e Iniciantes
O relatório categoriza as empresas com práticas maduras de gestão de risco já em vigor como “líderes”, e aquelas que ainda têm algum caminho a percorrer como “iniciantes”. E embora os iniciantes possam aprender muito com o caminho já percorrido pelos líderes, devem primeiro concentrar-se em corrigir os aspectos básicos, como garantir a adesão da gestão de topo para tornar a gestão de riscos uma prioridade. Para os líderes, a maturidade da sua gestão de riscos exige inevitavelmente que mantenham estruturas e processos mais desenvolvidos.
Por exemplo, enquanto os iniciantes ainda estão atolados em questões internas, os líderes são capazes de examinar o ambiente externo em busca de riscos emergentes. Apenas 14% dos iniciantes citaram o crescente escrutínio regulatório como um grande desafio, em comparação com 44% dos líderes. A falta de atenção atualmente dada pelos iniciantes à rápida intensificação de novos riscos, como os relacionados com questões ambientais, sociais e de governação (ESG) e IA, poderá ter consequências materiais.
Os resultados da pesquisa sugerem que os iniciantes percebem o que precisa ser feito para imitar o sucesso dos líderes. Os autores do relatório defendem que para atingir este objetivo, as empresas devem concentrar a sua atenção nas três ações seguintes:
– Faça do gerenciamento de riscos uma pedra angular em todos os processos-chave de toda a organização para garantir resiliência.
– Combine um forte centro de gestão de riscos estratégicos com uma gestão de riscos operacionais distribuída eficiente e eficaz para garantir uma compreensão holística e uma mitigação adequada dos riscos através de um processo robusto e consistente.
– Melhore a análise de dados concentrando-se na quantificação de riscos não financeiros e utilizando ferramentas como a IA para tirar pleno partido dos dados disponíveis.
“A gestão madura de riscos é vital para resistir às crises à medida que elas acontecem, mas também para preparar as organizações para antecipar e lidar com os riscos do futuro, como o crescente volume de regulamentação sobre tópicos ESG e as potenciais ramificações do não cumprimento”, disse Katharina Hefter, também coautora do relatório e diretora administrativa e sócia do BCG. “Os iniciantes precisam urgentemente fazer progressos na passagem para o próximo estágio de maturidade, a fim de obterem todos os benefícios da gestão de riscos”, finalizou.
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