book_icon

Lixo eletrônico: Brasil com pouca preocupação para o descarte responsável

Dia 14 de outubro é Dia Internacional do Lixo Eletrônico, data que visa a conscientização sobre o descarte do material

Lixo eletrônico: Brasil com pouca preocupação para o descarte responsável

Como comparação, volume equivale a metade do mercado de smartphones, que criou nos últimos anos uma série de medidas para reduzir o impacto no meio ambiente. A mesma preocupação que não se vê com as maquininhas
De acordo com relatório Dinheiro Sem Plástico, tecnologias que possibilitam “transformar smartphones em maquininhas” podem ajudar a reduzir a drasticamente a produção de plástico e lixo eletrônico nos próximos anos

Em 2023, os lançamentos dos smartphones Galaxy S23, da Samsung, e iPhone 15, da Apple, trouxeram uma preocupação em comum: as duas maiores fabricantes de smartphones do mundo usaram parte importante das apresentações para falar sobre como estão usando componentes mais sustentáveis. Programas de coleta de dispositivos antigos (que dão descontos em novos) e pontos de descarte sustentável tornaram-se regra no Brasil. Uma preocupação que tem como objetivo reduzir o impacto de um mercado que, em 2022, segundo dados da IDC, vendeu 42,6 milhões de unidades. Mas essa realidade ainda está distante de um outro dispositivo que produz lixo eletrônico: as maquininhas. Pouco se fala sobre o descarte responsável de um segmento que, em só 2022, vendeu 22 milhões de unidades. De acordo com dados do Banco Central, isso equivale a um crescimento de 494% em relação a 2012.

Quando descartados e manuseados incorretamente, esses materiais são prejudiciais ao meio ambiente porque podem contaminar o solo e os cursos d’água

As maquininhas de pagamento usadas para leitura dos cartões têm uma pegada ambiental importante. Elas contêm componentes químicos, como bateria e placas, classificados como lixo eletrônico, além de serem feitas de plástico. Considerando as 95 milhões de maquininhas distribuídas nos últimos dez anos no Brasil, são mais de 28 mil toneladas de lixo eletrônico. Juntando aos cartões de crédito e débito, elas produziram mais de 15 mil toneladas de plástico. “Quando descartados e manuseados incorretamente, esses materiais são prejudiciais ao meio ambiente porque podem contaminar o solo e os cursos d’água”, explica o relatório Dinheiro Sem Plástico, lançado pela agência O Mundo Que Queremos, com o apoio da InfinitePay, plataforma de serviços financeiros da fintech brasileira CloudWalk.

Eliminar gradativamente as maquininhas e os cartões deve ser uma das pontas da principal revolução tecnológica em curso no mercado de meios de pagamentos no Brasil. Uma evidência é a rápida adoção do Pix no Brasil nos últimos anos. Apenas no ano passado, de acordo com Dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), foram realizadas 163,3 bilhões transações bancárias via Pix. De acordo com o relatório, a popularização da tecnologia “Tap to Pay”, que transforma smartphones em maquininhas, seria o próximo passo natural depois do Pix. Além de oferecer uma solução mais inovadora e gratuita aos lojistas, os aplicativos podem evitar a produção de milhares de toneladas de lixo eletrônico e plástico produzidos pelas maquininhas nos próximos anos.

É diante desta realidade que a InfinitePay, plataforma de serviços financeiros que tem entre seus produtos uma maquininha, está assumindo uma postura mais forte frente ao desafio de eliminar o lixo de seus pagamentos. Para conscientizar a indústria e inspirar essa mudança, a empresa lançou a iniciativa “O Fim do Plástico nos Pagamentos: um convite para repensarmos a utilização do plástico e começarmos a construir esse futuro sustentável agora”.

Em agosto, a InfinitePay foi escolhida pela Apple para lançar a solução Tap to Pay no iPhone, tornando-se a única no Brasil a oferecer a tecnologia para smartphones com Android e iOS. Para isso, basta baixar o aplicativo InfinitePay, disponível gratuitamente, e começar a receber pagamentos por aproximação, sem a necessidade de adquirir aparelhos adicionais.

“Desde 2019, quando desenvolvemos a nossa primeira maquininha da InfinitePay, sabíamos que essa era uma tecnologia de transição e que eventualmente iria sumir. Algo similar aconteceu com as câmeras digitais ou os aparelhos de GPS: ambos substituídos pelos smartphones”, explica Luis Silva, fundador e CEO da CloudWalk, dona da plataforma InfinitePay. “Acreditamos que o futuro dos pagamentos pode ser mais rápido, sustentável e democrático, e que podemos acelerar essa mudança com tecnologias que já usamos todos os dias”, destaca.

O que fazer com as maquininhas atuais
Por se tratar de uma fase de transição, em paralelo à campanha pelo fim das maquininhas, a InfinitePay criou uma série de iniciativas para reduzir o impacto da sua própria maquininha, a InfiniteSmart. A fintech reformulou toda a embalagem, eliminando o plástico e usando um papel com reciclagem mais fácil. A InfiniteSmart também usa o dobro de plástico reciclado em sua estrutura se comparada à versão anterior, chegando a 30% do corpo do dispositivo. Mesmo o tubinho da bobina para impressão de recibos, que era de plástico, agora é feito de papelão.

Uma outra iniciativa importante foi a parceria com a Brasil Reverso. Assim, todas as maquininhas que eventualmente apresentarem defeito ou que estejam obsoletas podem ser enviadas para a instituição, que faz o descarte responsável do dispositivo. O plástico, por exemplo, é triturado e reinjetado em outros usos. A bateria de lítio é enviada para uma empresa parceira que remove o lítio e o reutiliza. A placa eletrônica é desmontada por um parceiro, que separa os metais preciosos antes de fazer o descarte.

“O lixo eletrônico é um grande problema para o mundo. Os equipamentos apresentam diversos componentes poluidores de difícil reaproveitamento. Também não são fáceis de serem desmontados e decompostos nos seus materiais originais para reuso ou reciclagem. A medida ideal é reduzirmos ao máximo a necessidade dos aparelhos. E alongar ao máximo a vida útil de cada um deles”, afirma Alexandre Mansur, diretor de projetos do O Mundo Que Queremos.

Últimas Notícias
Você também pode gostar
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.