Uma pesquisa recente realizada pela empresa IBM revelou que 78% dos líderes empresariais brasileiros têm planos de investir em tecnologia nos próximos 12 meses. O levantamento mostrou ainda que essa porcentagem é maior em comparação com outros países, como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Entre os principais temas que têm pautado as conversas sobre esse mercado estão Inteligência Artificial e o impacto nas profissões com o uso de tecnologias capazes de aprender padrões complexos de comportamento.
Heitor Hákime, CEO da Codebit – empresa especialista em tecnologia de código e Cloud Computing sob medida que atua no setor há mais de 10 anos – analisa três tendências para o mercado e o que esperar para os próximos meses:
Tendência 1: Inteligência Artificial Generativa
Com o atual crescimento do tema no setor de tecnologia, se enxerga uma forte tendência sobre a pauta de Inteligência Artificial Generativa – conjuntos de algoritmos capazes de aprender padrões mais complexos de comportamento a partir de uma base de Dados. Pautando diversas discussões, o assunto deve continuar em alta neste ano, desde a produção de chips computacionais focados nesse tipo de processamento, até a disponibilização e massificação de serviços utilizando esse conceito.
Além de discussões sobre seu uso em diferentes esferas, a IA Generativa oferece oportunidades, já que existe um grande campo a ser explorado com a disponibilização de ferramentas corporativas similares ao Chat GPT, que aprendem uma base de conhecimento específica e conseguem realizar diversas ações. Isso indica que profissionais que se especializarem no tema tendem a se destacar frente à novidade.
Tendência 2: IA para centrais de atendimento em Canais digitais
Empresas também estão aproveitando a oportunidade em diferentes frentes de atendimento para utilizar a inteligência como aliada e se destacarem, sendo que uma das aplicações ocorre com as vendas por Canais digitais, com resposta de dúvidas de colaboradores, ou até mesmo para apoiar de forma mais estruturada os Call Centers de empresas, dentre outras ações.
A montagem de centrais de atendimento 24 horas sempre foi um desafio para as empresas, pois requer times treinados e capacitados a responder dúvidas ou até mesmo realizar vendas em um ambiente com alta rotatividade, o que não é uma tarefa fácil.
O avanço das tecnologias de IA possibilita aos algoritmos aprenderem regras e realizarem tarefas de forma cada vez mais eficiente. Isso inclui entender dúvidas de clientes ou consumidores, submetê-las à uma base de conhecimento ou restrições contratuais e fornecer as melhores possibilidades de solução dentro do contexto apresentado.
Neste aspecto, as vendas sempre foram um grande motor para impulsionar investimentos em tecnologia, e não é diferente com a inteligência artificial. Há um movimento de mercado para a troca do processo de aquisição única de um produto, pela opção de um serviço contínuo de assinatura. Inicialmente, ocorreu com serviços de tecnologia ou streaming, mas agora nota-se uma tendência em assinaturas de veículos, por exemplo, ou outros ativos. Como a venda contínua pressupõe um atendimento contínuo para mantê-la, as centrais de atendimento digitais nunca foram tão importantes.
Por meio de algoritmos avançados de IA, esse atendimento vem sendo feito cada vez mais por plataformas automatizadas capazes de aprender uma série de regras e termos de uso, entender dúvidas ou solicitações de clientes ou consumidores e oferecer a melhor solução para determinado contexto. Algo que muitas vezes demandaria um profissional mais experiente para que fosse sugerido e também realizado.
Tendência 3: estabilidade nas contratações e profissionais mais preparados para trabalhar com tecnologia
Quando especialistas analisam o mercado, é esperada uma estabilidade após um momento inflacionado na pandemia, onde muitas empresas contrataram desenfreadamente inserindo em seus times centenas ou milhares de profissionais. “Vemos agora diversos movimentos de ajuste com layoffs e desligamentos. Creio que nesse segundo semestre teremos um momento de maior estabilidade com redução de desligamentos, porém baixo apetite para novas contratações” afirma Heitor Hákime, CEO da Codebit.
Nos próximos anos o mercado deverá enfrentar um grande desafio: passar por um momento de aumento massivo de profissionais. Sempre entendido como um mercado promissor, atualmente notam-se muitos profissionais juniores ou pessoas em transição de carreira com pouca ou nenhuma experiência tentando vagas de trabalho ou estágio. “Com o movimento de ajuste pós-pandemia, creio que a absorção do mercado para esses profissionais será um desafio, pois em geral ele necessita de velocidade, e profissionais em início de carreira demandam mais treinamento e naturalmente menor produtividade”, destaca Heitor.
Sendo assim, os profissionais de tecnologia devem esperar um aumento na quantidade de pessoas buscando vagas de nível iniciante e uma estabilização das vagas atuais. A adaptação para novas ferramentas de desenvolvimento que permitem uma maior agilidade e velocidade de entrega é importante, pois o modelo de desenvolvimento está mudando rápido e é fundamental acompanhar essa onda para não ficar defasado.
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Campo digitalizado: sustentabilidade e eficiência
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