O uso de sistemas de monitoramento e Reconhecimento Facial fazem parte, cada vez mais, do cotidiano das pessoas. Esses métodos podem ser muito benéficos para segurança em diferentes áreas, contudo, há também discussões acerca da assertividade, privacidade e uso das informações coletadas.
Carlos Alberto Iglesia Bernardo, coordenador do módulo de Boas Práticas, Normas e Compliance do curso de Especialização em Segurança Cibernética do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), explica que o Reconhecimento Facial se baseia na análise dos traços de uma pessoa, portanto necessita de uma câmera digital, para a captura da imagem, e de uma unidade de processamento inteligente para efetuá-la. “Porém, como se trata de um processo de análise dos traços da pessoa, a precisão depende muito da quantidade de pontos analisados e da qualidade da imagem capturada, ou seja, não é um método infalível”, diz o especialista.
Já para a segurança cibernética, ele observa que o reconhecimento facial é utilizado em processos de identificação e de autenticação de pessoas. A identificação permite saber quem é a pessoa, num conjunto definido, enquanto a autenticação confirma se é realmente ela. Quanto à autenticação, existem três tipos de fatores que permitem confirmar: o primeiro é algo que somente a pessoa saiba, como as senhas; o segundo é algo que somente ela possua, como um token e o terceiro fator é algo ligado ao que ela é, por exemplo, o Reconhecimento Facial.
Mesmo com os avanços da tecnologia, é necessário também ser cauteloso com a aplicação combinada da Inteligência Artificial e do reconhecimento facial. “Isso ocorre não somente por causa das questões de privacidade e segurança pública, mas também pelos riscos de vieses nos algoritmos que levem a situações de discriminação. Os algoritmos, incluindo os de aprendizado de máquina, são criados por seres humanos, não são infalíveis”, acrescenta Iglesia Bernardo. Com isso, ele ressalta que o equilíbrio entre privacidade e segurança pública é um dos pontos mais importantes a ser resolvidos: “A solução não é simples, juristas e legisladores têm se debruçado sobre ela no mundo todo”.
O coordenador ressalta, ainda, que a tecnologia atual pode e vai melhorar muito a precisão e deve ser ainda mais utilizada em diferentes áreas da sociedade. “O ponto principal para que isso se faça com o menor risco possível é a regulamentação apropriada”, finaliza.
Sobre o Instituto Mauá de Tecnologia
O Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) promove o ensino científico- tecnológico há 61 anos, visando formar profissionais altamente qualificados. Com dois campi, localizados em São Paulo e São Caetano do Sul, o IMT conta com um Centro Universitário e um Centro de Pesquisas. O Centro Universitário oferece cursos de graduação em Administração, Design e Engenharia; recentemente, abriu dois cursos: TI – Ciência da Computação e Sistemas de Informação. Na pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização (MBA), nas áreas de Gestão, Design, Engenharia e Tecnologia da Informação. O Centro de Pesquisas desenvolve tecnologias para atender às necessidades da indústria e atua como um importante elemento de ligação entre as empresas e a Academia.
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