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Gerenciamento de ações e projetos em meio ambiente ampliam espaço no mercado empresarial

Coordenadora de pós-graduação na área de Meio Ambiente do Senac EAD detalha ações e sugere iniciativas que podem ser adotadas com as comunidades locais

Gerenciamento de ações e projetos em meio ambiente ampliam espaço no mercado empresarial

A conscientização do setor industrial e empresarial sobre a implementação de práticas sustentáveis e reformulações dos negócios começa a apresentar resultados relevantes no cenário nacional. A pesquisa mais recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que o índice dos gestores preocupados com os impactos do negócio no meio ambiente aumentaram de 29% para 41%, considerando o período de 2021 e 2022, respectivamente.

Outra informação que demonstra o compromisso dos empresários com a cadeia produtiva, foi o grupo que afirmou exigir certificados ambientais de fornecedores e parceiros antes de fechar um contrato: 45% dos respondentes. No mesmo período do ano anterior, a resposta alcançou o índice de 26%. A partir dessas informações é possível verificar que as iniciativas ambientais estão conquistando espaço nos ambientes corporativos, impulsionadas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), composto por 169 metas a serem alcançadas na agenda 2030.

A preocupação se tornou ainda mais premente com as consequências observadas na crise sanitária do novo coronavírus, que trouxe enorme incerteza quanto à capacidade de resiliência das populações, principalmente nos países mais vulneráveis

É importante destacar que as informações apresentadas inicialmente são relevantes, por demonstrarem que o crescimento e adesão dos setores econômicos aos projetos ambientais não aconteceram do dia para noite. A coordenadora de cursos de pós-graduação na área de Meio Ambiente do Senac EAD, Silvia Fazzolari Corrêa, reforça que a pandemia da Covid-19 impactou na mudança de comportamento e modelos de negócios.

Qual o atual cenário dos projetos ambientais no Brasil?
Antes de elencar os efeitos positivos decorrentes da implementação de iniciativas positivas em relação ao meio ambiente nas atividades empresariais, é preciso esclarecer que os empreendimentos foram pressionados a se posicionarem ambientalmente pelos stakeholders (partes interessadas) e não somente os shareholders (acionistas).

“A preocupação se tornou ainda mais premente com as consequências observadas na crise sanitária do novo coronavírus, que trouxe enorme incerteza quanto à capacidade de resiliência das populações, principalmente nos países mais vulneráveis”, reforça a coordenadora do Senac EAD.

Silvia avalia ainda, que apesar da alta capacidade de adaptação do Brasil para situações de adversidades, vários fatores ocorridos nos últimos anos acabaram por retardar os investimentos para o chamado desenvolvimento sustentável. Para a doutora em Ciências Biológicas, o empresariado local ainda está cauteloso, no que diz respeito ao estabelecimento de ações concretas, visando questões ambientais.

“É preciso que os gestores privados e públicos reconheçam que a retomada do crescimento passa, obrigatoriamente, pela redefinição de condutas que considerem os limites da exploração dos recursos naturais, a necessidade de estabelecer novos patamares de igualdade e inclusão, além da imprescindível governança”, argumenta.

Como identificar empresas mal intencionadas?
Em primeiro lugar é importante ressaltar que, recentemente (2021), foi comprovada a existência de empresas que mentiam ou omitiam informações sobre os reais impactos negativos que causavam ao meio ambiente. A situação foi investigada pela European Comission (EC) que denominou a prática como Greenwashing.

A coordenadora das especializações em Meio Ambiente do Senac EAD reforça que o termo já apresenta uma derivação chamada Greenlighting, na qual as corporações agem para desviar a atenção sobre os reais problemas socioambientais que precisam ser resolvidos.

“Em outras palavras, trata-se de exaltar algum produto ou processo tido como sustentável, distanciando a atenção dos stakeholders, sobretudo os consumidores, dos reais impactos nocivos da empresa. A identificação dessa artimanha depende de não ficar restrito às informações passadas somente pela própria empresa em análise”, acrescenta.

Outra recomendação importante feita por Silvia é pesquisar outras fontes, como publicações, em diferentes mídias, Canais de reclamações, ou ainda ações legais nas quais a empresa esteja envolvida. Além disso, outra maneira de identificar se o empreendimento é caracterizado como Greenlighting, pode ser efetuado por meio de certificações. Uma delas se refere à gestão ambiental, a ABNT NBR ISO 14001:2015, que só pode ser concedida por auditoras externas.

Como conquistar o apoio das comunidades próximas?
No caso de indústrias ou fábricas com localização próximas às comunidades da região onde estão estabelecidas, é fundamental criar iniciativas de esclarecimento e educação. Em um cenário de populações mais vulneráveis, os projetos devem extrapolar a simples comunicação e passar para a ação que realmente melhore a situação local, como em questões como saneamento básico, ensinando e ajudando a implementar sistemas alternativos de disposição e tratamento de resíduos e efluentes. Um documento norteador é a Política Nacional de Resíduos Sólidos que destaca ações como: não gerar ou reduzir os resíduos sólidos, reutilizar, reciclar, tratar, para depois dar correto destino aos rejeitos e inservíveis.

“Com esses esclarecimentos, é possível alcançar maior vida útil para os materiais e igualmente os aterros sanitários, que estarão aptos a receber os rejeitos por mais tempo. As informações podem ser apresentadas e incentivadas em eventos realizados nas associações de moradores, escolas locais, eventos regulares ou comemorativos, entre outros”, sugere a professora-doutora.

Vale destacar que esse modelo de compartilhamento de informações é altamente efetivo, principalmente nas escolas, pois as crianças são excelentes multiplicadoras, no sentido de contar para famílias e amigos os conhecimentos recém adquiridos.
Adicionalmente, a empresa pode fazer uma análise e diagnóstico do volume de resíduos que gera. Afinal, o material pode ser aproveitado como matéria-prima para outras empresas, em um princípio de ecologia industrial que beneficie a cadeia empresarial, estimulando ainda a economia sustentável.

‘Deve-se também fazer uma análise quanto a seus próprios resíduos e quais as possibilidades de que sejam considerados matéria-prima para outras organizações, em um princípio de ecologia industrial que beneficie todos os seus integrantes”, acrescenta a coordenadora.

Aprendizado em ações e projetos ambientais
Os conhecimentos em estratégias de sustentabilidade são prioridade na agenda das corporações, destacando assim, os especialistas em ESG (Environmental, Social and Governance – em português: Ambiental, Social e Governança). Uma pesquisa da consultoria PageGroup reforçou que cargos de liderança com tal experiência são os mais procurados e com salários atraentes para a média nacional.

A informação publicada no jornal Valor Econômico, aponta ainda o outro lado da moeda. A segunda pesquisa divulgada no veículo revela que 48% dos profissionais especialistas recusariam um emprego que não esteja alinhado a valores sociais e ambientais.

Se você está buscando uma especialização na área, o Senac EAD disponibiliza o curso “Sistema de Gestão Integrados” que evidencia o conceito de ESG. No entanto, Silvia antecipa que em breve será lançada uma pós-graduação específica sobre o tema.

Além disso, para quem deseja reciclar os conhecimentos ou é acadêmico e pretende se especializar na área ambiental, a instituição oferece várias opções de cursos de extensão universitária, entre eles: ESG: Integrar para Transformar. Acesse o site do Senac EAD e conheça as opções de pós-graduação e os demais níveis de ensino, na área de meio ambiente.

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