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ROI em projetos de tecnologia: realidade ou tabu?

Que a tecnologia é benéfica e vital para a saúde e a gestão de negócios das mais diversas áreas, nós já sabemos: a agilidade e a automação de inúmeras atividades e a redução de erros são apenas alguns dos prós que ela pode proporcionar. Mas, quando falamos especificamente de softwares, por exemplo, estamos nos referindo também à centralização da informação, à conexão de ferramentas e à segurança de dados – e o que chama a atenção, muitas vezes, é a dificuldade de algumas organizações mensurarem os resultados e proveitos obtidos com uso desses dispositivos tecnológicos.

O famoso ROI, também conhecido como Retorno sobre Investimento (Return on Investiment, no original em inglês), vai muito além de uma sigla acompanhada de alguns números, comumente presente ao final de algum relatório. Sua função se apresenta na identificação do benefício real, ou seja, do resultado efetivo que dada solução trouxe para uma operação. Historicamente, entendo que essa métrica virou um tabu dentro do setor de tecnologia, sobretudo por suas particularidades: o ROI nunca será o mesmo para todos os perfis de empresas e não temos regras claras para sua medição.

Essa resistência e o impasse do processo de avaliação de resultados pode até ser compreensível para empresas que estão no início de suas jornadas de digitalização. Isso pode ocorrer pois, quando falamos sobre tecnologia, estamos nos referindo a um produto intangível, que será adaptado distintamente para cada contexto, o que pode criar diferentes trilhas de aplicação de determinado recurso. Ainda assim, esse receio do desconhecido não deve ser um impeditivo. Do mesmo jeito que usamos a transformação tecnológica a favor dos negócios, precisamos valorizar e entender que os dados de uma empresa são tão valiosos quanto qualquer outro elemento do processo produtivo.

Diante disso, como avaliar – de forma eficiente – se o investimento em tecnologia trouxe algum retorno financeiro ou produtivo para o negócio final?

1. Estude e conheça profundamente a área de atuação do negócio
Dificilmente se alcança uma atuação estratégica em relação à tecnologia sem um conhecimento aprofundado sobre o segmento ou indústria em que o negócio atua. Como ponto de partida, é necessário analisar o porte da empresa, a complexidade de negócio e a localização geográfica, dentre outras características do perfil de mercado, para que se inicie o processo de mensuração de resultados.

2. Mapeie as dores e os dados relevantes para a empresa
Após uma análise crítica da área de atuação, é preciso mapear as dores da empresa, além de interpretar suas características e peculiaridades. É nessa etapa que se extraem também os dados e números da atividade em questão, a fim de trazer uma análise completa do cenário da organização.

3. Estabeleça e siga um método de avaliação
Traçar um método de avaliação é o último estágio desse processo. Para tal, é necessário determinar qual é o indicador-chave do negócio, por meio da definição de amostras, tendo sempre em mente o seguinte questionamento: “quais são as métricas que mais impactam esse serviço?”. Um caminho, por exemplo, é identificar se o resultado a ser mensurado é um retorno financeiro ou de produtividade.

A partir disso, inicia-se a fase de investigação dessas amostras — seja por meio de entrevistas, análises de dados, ou até com o auxílio de outros meios de estudo —, para então obter os insights necessários que demonstram o real efeito obtido após a implementação de uma nova tecnologia.

Sendo assim, avaliar e mensurar o quanto determinado investimento tecnológico está rendendo e favorecendo o negócio é a etapa final de todo o ciclo de implementação de uma nova ferramenta. Ouso dizer que é também a etapa mais importante, pois com ela temos uma defesa tangível do porquê estamos introduzindo uma nova aplicação na rotina produtiva.

A mensuração de resultados e o ROI, assim como outros indicadores, não deveriam ser um tabu, muito menos um “mistério” dentro das companhias, pois esses são os verdadeiros aliados do processo de transformação digital em diversos setores. São esses fatores que beneficiam financeiramente os negócios, além de demonstrarem, a partir de números, o impacto da tecnologia na sustentabilidade, no lucro, na economia e na eficiência do mercado como um todo.

Por Cristiano Gregorius, diretor executivo do Sienge, plataforma de gestão especialista na cadeia da construção civil

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