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Quatro ousadas diretrizes para inovar no mundo pós-Covid

No dia 17 de novembro de 2019, você tinha clareza de qual era a estratégia da empresa na qual você trabalha? Em sua vida profissional, você tinha em mente quais seriam os próximos passos a serem dados para traçar o seu futuro? Essa foi a data em que o governo chinês notificou o primeiro caso confirmado da Covid-19 – quando o mundo ainda não tinha ideia do que estava por vir e quais seriam os impactos para as maiores economias do mundo. A partir dela, se tínhamos alguma certeza de caminho até então, muito provavelmente foi necessária uma grande guinada. A capacidade de adaptação virou um imperativo para garantir a sobrevivência.

Segundo dados de uma pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 716 mil empresas fecharam suas portas devido à pandemia no Brasil. As que sobreviveram, por sua vez, tiveram que investir na digitalização emergencial a toque de caixa e muitas precisaram “pivotar” seus modelos de negócios em busca de sobrevida. Foram inúmeros os desafios, porém, em contrapartida, em alguns casos podemos dizer que evoluímos dez anos em poucos meses.

Mas, afinal, como o mercado global irá reagir ao pós-Covid? Essa é uma resposta difícil de se dar com precisão, mas já temos algumas percepções sobre como se dará essa retomada e de como ainda teremos que nos reinventar em todos os quesitos. Com olhar de um profissional imerso dentro do ecossistema de inovação, pontuo aqui algumas diretrizes que podem ajudar os negócios e contribuir com a retomada da economia:

Busque parcerias estratégicas, com alianças fora do core
A cada dia surge uma notícia sobre uma parceria estratégica entre uma grande empresa com uma startup de sucesso, ou sobre dois gigantes que se unem para se diferenciar no mercado e ganharem ainda mais market share. Essa ousadia em alianças estratégicas de empresas totalmente diferentes em seu core business pode trazer grandes frutos.

O NuBank e a Amazon, por exemplo, uniram forças para penetrar no mercado mexicano. Uma startup 100% brasileira fazendo um movimento com uma gigante global para alavancar sua estratégia de expansão internacional.

Assim, está bem claro que esses movimentos de parceria viraram tendência e as áreas estratégicas e o corpo C-Level das empresas estão ousando e se arriscando mais para se diferenciarem.

Crie novos canais de vendas e inove nas formas de pagamento
A ACI Worldwide havia estimado que 55% das compras de comércio eletrônico seriam feitas com pagamentos alternativos “sem cartão” em 2019. Se isso foi antes da pandemia, imagine essa projeção a partir de agora. Os números serão bem maiores e sua empresa não pode ficar de fora desse contexto.

Exemplo disso é o PIX, que já é uma realidade em nosso dia a dia. Rápido, seguro e inovador, segundo o Banco Central o sistema de pagamento instantâneo atingiu a marca de 100 milhões de chaves registradas e 53 milhões de transações, movimentando R$ 46 bilhões de reais com 41 milhões de pessoas físicas e 2,7 milhões de pessoas jurídicas cadastradas até dezembro de 2020.

Por isso, um ponto muito importante é inserir novos canais digitais de venda para seus produtos. Diversificar esses canais é uma ótima tática para atingir vários públicos.

Invista na robustez da sua área de TI
Creio que muitos já ouviram de algum gestor ou CEO aquela frase emblemática: “não vamos fazer isso agora, isso é coisa para o futuro”. Principalmente no quesito tecnologia, a partir de agora muitas empresas vão repensar seu senso de urgência e destinar um budget maior para setores-chave das empresas, principalmente para a área de TI.

Novas tecnologias, segurança da informação e novas formas de conectividade vão assegurar prosperidade para o seu negócio. Pensando nisso, contrate pessoas que pensam grande e que tenham visão de futuro.

Veja a Magazine Luiza, por exemplo. Dados do mercado apontam que, em meio à pandemia, eles cresceram 49% no segundo trimestre, registraram um crescimento de R$ 8,6 bilhões em vendas totais entre abril e junho de 2020, e de 4% em relação ao mesmo período em 2019. Como diz Luiza Helena Trajano, presidente do conselho da empresa, eles pensam e agem como uma startup e estavam prontos digitalmente para enfrentarem a pandemia.

Implemente o quanto antes a cultura digital e de inovação Top Down
Uma coisa é certa: transformação digital não se trata apenas da digitalização de áreas e processos. Pessoas têm um peso maior nessa equação do que TI. Quando discutimos sobre Cultura Digital nas empresas, falamos explicitamente sobre pessoas. Logo, se você quiser começar uma transformação digital de fato, inicie pelo alto escalão da sua empresa. Veja se o seu corpo de C-level tem o mindset digital e ideal para navegar nesse mundo totalmente novo.

Garantindo que todos do topo da cadeia estão em consonância com essa nova economia digital, aí sim, você deu o seu primeiro passo para a transformação digital em larga escala dentro da sua empresa.

Esses pontos certamente exigem ousadia, mas podem ser cruciais para quem deseja elevar a barra da inovação e garantir a retomada do mundo dos negócios no pós-Covid-19. Mas, não custa lembrar, não existe premissa verdadeira na realidade em que estamos. Já aprendemos essa lição em 2020.

Por Marco Aurélio Chaves, tribelLeader do Brain SP (centro de inovação e negócios digitais fundado pela Algar Telecom)

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